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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

24 de janeiro de 2011

Crise de Identidade

Crise de identidade, upload feito originalmente por NJRO.

Sempre que há uma crise de identidade, quando as pessoas não sabem quem elas são, quando o passado perde sua força, quando as pessoas ficam desenraizadas do tradicional, quando o passado deixa de ser relevante, surge essa crise, uma grande crise de identidade; quem somos nós? Que devemos fazer?

Essa oportunidade também pode se transformar numa maldição, se você cair vítima de algum Adolf Hitler; mas essa maldição pode se tornar numa grande abertura para o desconhecido, se você tiver bastante sorte de estar próximo a um Buda. Se você tiver bastante sorte de estar apaixonado por um Buda, sua vida pode ser transformada.

As pessoas que ainda estão apegadas à tradição e que pensam que sabem o que é certo e o que é errado, nunca encontrarão um Buda. Continuarão a viver suas vidas, suas vidas rotineiras, uma vida triste, uma vida morta. Continuarão realizando suas tarefas como seus antepassados costumavam fazer. Por séculos, eles têm estado seguindo uma trilha e prosseguirão seguindo essa velha trilha.

É claro, quando você segue uma velha trilha, você se sente seguro; tantas pessoas já caminharam por ela. Mas quando você vem para um Buda e você começa a se mover no desconhecido, não há nenhuma avenida, nenhuma vereda antiga. Você terá que fazer seu próprio caminho andando; a estrada não será encontrada pronta.

Posso lhes dar encorajamento para que vocês se movam por si próprios. Posso disparar um processo de investigação em vocês; mas não lhes darei um sistema de pensamento, não lhes darei qualquer certeza. Darei somente uma peregrinação... Uma peregrinação que é perigosa, uma peregrinação que tem milhões e milhões de armadilhas, uma peregrinação na qual vocês terão que enfrentar cada vez mais e mais perigos a cada dia, uma peregrinação que levará vocês para o topo da consciência humana, para o quarto estado. Mas quanto mais alto vocês forem, maior será o risco de cair.

Só posso lhes prometer uma grande aventura, arriscada, perigosa, sem nenhuma promessa de que vocês alcançarão; porque o desconhecido não pode ser garantido.

Vocês estão entrando num belo espaço. Se o bem e o mal deixaram de existir, tanto melhor! Agora penetrem em outra dimensão, não feita pelo homem, onde as distinções não são relevantes, onde nada é bom e nada é ruim, onde o que quer que seja é, e o que não é, não é. Não há nenhuma questão de bom e ruim; ou uma coisa é ou não é. O bom e o ruim não são nada senão alternativas a serem escolhidas: ou escolha isso ou escolha aquilo. Isso lhe mantém na divisão do ou isso ou aquilo.

No momento em que você começar a ver a enganação do bom e do mal, quando você começar a ver que estas são coisas manufaturadas socialmente... É claro que eles são utilitários, e não estou dizendo para ir ao mercado e se comportar como se não houvesse nada de bom e nada de errado. Não estou dizendo para caminhar pelo meio da estrada, nem dizendo o que importa se a pessoa caminha pela direita ou pela esquerda.

Quando você estiver com as pessoas, lembre-se de que para eles, o bem e o mal ainda existem. Seja respeitoso para com eles e seus sonhos. Não é para você perturbar o sonho de ninguém. Quem é você? Não é para você interferir. Seja gentil com as pessoas e com a estupidez delas, seja gentil para com eles e os jogos deles. Mas por todo o tempo se lembre, bem no fundo nada é bom, nada é ruim.

A existência está simplesmente lá; não há nada para escolher. E lembre-se, quando não há nada a escolher, você se tornará indiviso. Quando existe algo para escolher, isso também lhe divide. A divisão é uma espada de dois gumes: ela divide a realidade exterior, ela lhe divide interiormente. Se você escolher, você escolhe a divisão, você escolhe ser partido, você escolhe a esquizofrenia. Se você não escolher, se você souber que não há nada bom, nada ruim, você escolhe a sanidade.

Não escolher coisa alguma é escolher sanidade, não escolher é ser são, porque agora não há nenhuma divisão externa, como você pode ficar dividido interiormente? O interior e o exterior estão juntos. Você se torna indivisível, você se torna um indivíduo. Esse é o processo de individualizaçã o. Nada é bom, nada é ruim. Quando isso chega em sua consciência, subitamente você está inteiro, todos os fragmentos desaparecem numa unidade. Você está cristalizado, você está centrado.

Vir a saber que nada é bom, nada é ruim, é o momento decisivo; é uma conversão. Você começa a olhar para dentro; a realidade externa perde o sentido. A realidade social é uma ficção, um belo drama; você pode participar dele, mas então, não o leve a sério. É apenas um papel a ser desempenhado, faça-o tão belamente, tão eficientemente quanto possível. Mas não o tome como algo sério, não há nada do supremo nele.

O supremo é o interior; a alma não dividida sabe disso. E, chegar até essa alma, esse é o ponto crítico.

Autor: Osho,The Book of Wisdom
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