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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

27 de abril de 2011

Filme - Surplus


Surplus
(Surplus: Terrorized Into Being Consumers, 2003)
Direção: Erik Gandini
Roteiro: Erik Gandini
Gênero: Documentário
Origem: Suécia
Duração: 54 minutos
Tipo: Média-metragem



O filme Surplus criado por Erik Gandini faz uma crítica ao consumismo e ao grande problema social e econômico produzido pela sociedade capitalista, faz uma comparação a países pobres e países ricos, mostrando o isolamento do rapaz Sueco com a sociedade consumista, um milionário que gasta seu dinheiro de forma leviana, e também mostra uma garota cubana que tem um desejo insaciável por este consumismo, como ficou encantada com um big mac e ao mesmo tempo com a diversidade que a mídia nos oferece, dizia o quanto achou maravilhoso o fato de poder comer e ao mesmo tempo trocar os canais da televisão, assim formando um conjunto de idéias e crenças do consumidor, fazendo-os acreditar que a felicidade está no consumismo.

A televisão, ou seja, a mídia é também algo persistente no filme a forma com que o capitalismo controla e manipula os cidadãos contemporâneos, enfatiza a indução para o consumismo, algo que fique na mente do telespectador “compre mais, gaste mais, compre no McDonald’s, tome coca-cola, assista a Mtv”, a mídia é um sistema problemático com a cultura, é um meio que transmite excessos de informações o tempo todo, em surplus fica claro a idéia da robotização da sociedade que é afetada diretamente pela mídia.

Uma cena interessante ressaltar também é a produção de bonecos de silicone, para satisfação e prazer, também fica de forma bem explicita que o humano é substituível por um produto criado por ele próprio.
Surplus nos colocam a pensar sobre o processo de globalização com suas imposições ao mundo atual, ao assistir o filme, nos sentimos desconfortáveis com todas aquelas cenas e brincadeiras feitas como uma mixagem das falas, movimentos e expressões, fazendo com que a idéia fixe em nossas mentes.

O filme Surplus une um conjunto de idéias similar ao da escola teórica de Frankfurt, que tem como conceito o ser humano unidimensional, acreditando que a indústria cultural padroniza os produtos para vender, fazendo com que os consumidores também sejam padronizados. A indústria produz enormes quantidades de um único produto, logo várias pessoas compram deste mesmo produto. A mesma coisa com a mídia, em apenas trinta segundos numa propaganda que induz o individuo a comprar, gastar, consumir etc, várias pessoas estão tendo acesso àquela mesma informação, o que direciona a manipulação da consciência das massas, e conseqüentemente atinge a cultura padronizando e moldando- as para fazer parte dos padrões da sociedade consumidora.

No filme retrata bem esse processo de massificação, na criação dos produtos, na forma usada para induzir o consumidor a gastar sempre mais, apontam produtos dos quais não existem motivos de ser consumido, mas através de propagandas, o consumidor sente a necessidade de tê-lo para suprir um desejo que foi criado através da própria mídia. E é exatamente isso que Marx ressalta como o ser humano pode ser moldado, e transformado em máquinas.

Esse consumismo está crescendo cada vez mais, mas porque a sociedade se submete a trabalhar mais e ser manipulada, pois quando se submetem a trabalhar mais tempo as vezes ganham um pouco mais, logo o consumismo está sempre aumentando.

Tudo isto funciona como um grande circulo, que o ser humano sem perceber se coloca apto, o indivíduo trabalha, recebe seu salário, se deixa levar pela mídia, consome, e se dispõem a trabalhar mais para alimentar este vício que é o consumismo.


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