Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

17 de maio de 2011

Vou de Van

(tributo a uma pessoa amiga, usuária do serviço Atende da Prefeitura por necessitar de hemodiálise e ser paraplégica)

Pela janela da Van que me leva, com o cinto de segurança bem preso a mim e a minha cadeira-de-rodas – esta mesma cadeira que me ensinou a ser livre, a ser seguro de mim - no trajeto da minha casa até a clínica da diálise, observo a multidão... a multidão caminhante na rua e me surpreendo com o desejo de estar em meio a eles, perambulando com a minha cadeira pelas calçadas, para descobrir quem, naquela multidão de indivíduos absortos em outras realidades... realidades imaginárias, estaria de prontidão para transmitir um olhar de acolhimento mínimo e de contato real.

Tolice minha...

Pessoas indo e vindo, vem e vão, passam e não ficam, vão em vão.
Vejo da Van... a mente divagando... não ficam por nada , nem por ninguém, nem deixam nada pra ninguém, nenhuma cortesia, nenhuma gentileza.
Uma cortesia faz alguém ganhar seu dia... Adia a morte!

Pra que desperdiçar seu tempo dando atenção a estranhos?
Ao espelho, estranharão as semelhanças também?
Quão vão é passar por esta Terra sem ser tocado e sem tocar a ninguém pelo olhar...

Liban Raach

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