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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

18 de junho de 2011

Colmeia suburbana

A multidão...

Há ainda gente
em meio ao enxame da multidão?

Deve haver.
Disfarçadas de zangões e operárias.
Operárias que não são como as abelhas.

As abelhas produzem mel,
néctar dos deuses e dos homens,
alimento para o corpo e a alma.

Abelhas não resistem à própria violência:
morrem tão logo praticam a picada com o seu ferrão.

Quanta gente aplica seus ferrões em palavras aguilhoantes,
em indiferenças mortuárias, em ironias destrutivas,
e continuam a sobreviver e continuam a se comprazer disso?

Definitivamente, as abelhas operárias não são como as operárias suburbanas!

Suburbanas...
Aprenderam a retirar seu alimento do fel
tantas foram as ferroadas aplicadas e tantas sofridas.
Acostumaram-se a viver do fel.

Ao encontro inadvertido com a indulgência,
com alguém capaz de empatia autêntica,
de íntima e respeitável conectividade,
respondem com desprezo porque causa espanto,
porque remete à dor de uma verdade simples:
a invalidez nos alicerces de seu castelo de vidro.

É importunice aguda a existência de um ser desta natureza,
com esta aptidão!

E por toda uma vida estarão convencidas
do julgamento acertado em quanto
é desprezível um ser que teima na incandescência
da meiguice e da doçura do mel,
à despeito das investidas rancorosas do fel.

O quanto devem manter longe... bem longe
um ser desta natureza
ou
esta natureza do ser...

Liban Raach
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