Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de agosto de 2011

Siga a sua bem-aventurança

Quando seguimos a nossa bem-aventurança, e por bem-aventurança quero dizer o profundo sentimento de se estar no caminho e fazendo aquilo que nos impele a avançar a partir de nosso próprio ser; pode não ser divertido, mas é essa a nossa bem-aventurança. E também há bem-aventurança por trás do sofrimento. Se seguirmos esse chamado, portas se abrirão onde antes nem havia portas, onde não sabíamos ser possível haver portas, e onde não haveria porta para nenhuma outra pessoa. Há alguma coisa importante na integridade de uma vida. E o mundo se move para ajudá-la. Realmente, ele faz isso. Assim, penso que a melhor coisa que eu posso dizer é: 'Siga a sua bem-aventurança': Se para você a bem-aventurança for apenas o divertimento e a empolgação, você está no caminho errado... Para saber onde está a sua bem-aventurança. E isso envolve um mergulho no local profundo do seu próprio ser".

"A jornada do herói: J. Campbell vida e obra"

Felicidade - Liuz Tatit



Felicidade - Liuz Tatit

Não sei porque eu tô tão feliz
Não há motivo algum pra ter tanta felicidade
Não sei o que que foi que eu fiz
Se eu fui perdendo o senso de realidade
Um sentimento indefinido
Foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso
Claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito

Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída
Sem dinheiro e sem comida e feliz da vida

Não sei porque eu tô tão feliz
Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade
Pensei que fosse por aí, fiz todas terapias que tem na cidade
A conclusão veio depressa
Sem nenhuma novidade
O meu problema era felicidade
Não fiquei desesperado, não
Fui até bem razoável
Felicidade quando é no começo ainda é controlável

Não sei o que foi que eu fiz
Pra merecer estar radiante de felicidade
Mais fácil ver o que não fiz
Fiz muito pouca coisa aqui pra minha idade
Não me dediquei a nada
Tudo eu fiz pela metade
Por que então tanta felicidade?
E dizem que eu só penso em mim
Que sou muito centrado, que eu sou egoísta
Tem gente que põe meus defeitos
Em ordem alfabética e faz uma lista
Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade
Independente dos deslizes
Dentre todos os felizes sou o mais feliz

Não sei porque eu tô tão feliz
E já nem sei se é necessário ter um bom motivo
A busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo
Enfim, eu já tentei de tudo
Enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti, vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença
Vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho só com muito espaço.

O Egoísmo Na Linha De Chegada

Pergunta: O que a ciência da Cabalá diz sobre o momento atual? Como é que ela pode nos ajudar nesse importante período de transição?

Resposta: Nós vivemos em um momento especial. Nosso mundo está no limiar da subida para um novo estágio de desenvolvimento do ser humano dentro de nós: um estágio espiritual e interno.

Até agora, como a ciência da Cabalá explica, nós estávamos nos desenvolvendo naturalmente, obedecendo aos impulsos do nosso egoísmo. Ele nos obrigou a transformar a sociedade, mudar a vida familiar, desenvolver tecnologias, remodelar países e formações, e introduzir mudanças na educação e cultura. Nós estávamos sempre caminhando para onde o impulso natural nos arrastava.

Mas hoje nós chegamos a certa saciedade. O mundo como que pára de nos fornecer prazeres. Ele já não nos satisfaz economicamente: nós sentimos certas barreiras, que nos impedem de seguir em frente. A teoria americana da sociedade de consumo, com o crescimento infinito da exportação e importação, com capacidade tecnológica e produtiva ilimitada, se esgotou. Além disso, nós passamos para uma tendência descendente, em declínio, a qual, segundo os economistas, será longa e ninguém sabe quando acabará.

De acordo com a ciência da Cabalá, a forma como a entendemos hoje, a crise nunca terá fim. Nesta fase de desenvolvimento, nós percebemos o nosso egoísmo, bem como o potencial da natureza circundante, causando um sofrimento terrível. Como resultado, nós estamos à beira do colapso nas áreas de desenvolvimento social e humano, educação e ecologia.

Nesta situação, nós precisamos considerar o que aconteceu conosco. Será que nós vamos continuar dessa maneira? Nós literalmente arruinamos a nós mesmos, tendo, evidentemente, cometido um erro em nossos objetivos e metas. Nós queremos aumentar o consumo, destruindo assim o meio ambiente? Queremos ficar presos em nossa corrida “mecânica”?

Tendo utilizado muito pouco produtos manufaturados, nós os jogamos fora para comprar novos. Esta é a nossa vida. Será que queremos preencher o nosso ser com jogos similares em termos de riqueza, honra e poder? Será que o significado da vida humana reside em trocas mensais de telefones celulares e outros símbolos de consumo?

Hoje, o processo que estamos atravessando nos obriga a diminuir o ritmo e nos convida a refletir sobre ele. Evidentemente, existe um programa diferente construído na Natureza, e nós temos que olhar para ele.

A sabedoria universal, o equilíbrio geral e a homeostase que descobrimos na Natureza, permanecem fora do homem. Para a Natureza, o ser humano é um elemento estranho, um tumor canceroso, devorando seu ambiente e a si mesmo.

Nós estamos destruindo a sociedade humana, estragando a nós mesmos e nossos filhos, distorcendo tudo, sem deixar qualquer oportunidade para uma existência correta. Se olharmos para o mundo “de lado”, as pessoas parecem estar cegas, seguindo um caminho suicida. Elas continuam brincando de jogos de poder, para destruirem a si mesmas, as crianças, a sociedade e o futuro, e elas não estão cientes disto.

É por isso que nós estamos em crise. Na verdade, esta não é uma crise. Esta é a salvação. Hoje, quando todos os sistemas criados por nós estão em colapso, nós temos um sinal claro que nos leva à verdade. Finalmente, nós podemos perceber que não temos outra escolha exceto uma mudança radical de atitude perante a vida.

Em vez de continuar se dirigindo para a auto-destruição, o que ainda é pretendido por políticos, economistas e, de fato, pela maior parte da humanidade, todas as pessoas, comunidades e organizações que já percebem o que está acontecendo devem desenvolver em conjunto uma novo abordagem em relação ao mundo e à natureza, a fim de progredir de uma maneira diferente.

Publicado em 30 de agosto de 2011 por souzapin

Seu café está esfriando

Café com Prosa
Outra história:
Estudante Zen: "Então, Mestre, a alma é ou não imortal? Sobrevivemos à morte de nosso corpo ou nos aniquilamos? Nós realmente reencarnamos? Nossa alma se divide em partes componentes que se reciclam, ou entramos no corpo de um organismo biológico como uma única unidade? E retemos ou não nossa memória? Ou a doutrina da reencarnação é falsa? Talvez a noção da sobrevivência cristã seja mais correta? Se for assim, temos ressurreição do corpo ou nossa alma entra num reino puramente platônico e espiritual?"
Mestre: "Seu café da manhã está esfriando".
Esta é a maneira do Zen: trazê-lo para o aqui e agora. O café da manhã é muito mais importante do que qualquer paraíso, do que qualquer conceito de Deus, do que qualquer teoria da reencarnação, da alma, do renascimento e de toda essa tolice. Porque o café da manhã está aqui e agora.
Para o Zen, o imediato é o final, e o iminente é o transcendental. Este momento é a eternidade... você precisa estar desperto para este momento.
Assim, o Zen não é um ensinamento, mas uma estratégia para perturbar sua mente sonhadora e de alguma forma criar um tal estado que você fique alarmado, que você tenha que se levantar e ver, uma estratégia para criar tal tensão à sua volta a ponto de você não poder permanecer dormindo confortavelmente.
E esta é a beleza do Zen e a revolução que ele traz ao mundo. Todas as outras religiões são consolos; elas o ajudam a dormir melhor. O Zen tenta acordá-lo; ele de modo nenhum tem consolos. E ele não fala sobre grandes coisas. Não que estas grandes coisas não existam, mas falar delas não vai ajudar.
Osho, em "Vá Com Calma - Discursos Sobre o Zen-Budismo"

30 de agosto de 2011

O que está acontecendo agora que não deveria?


A observação é totalmente imparcial: nem aceita, nem rejeita. Dá pra entender isso?... "estou aceitando todas as minhas limitações a partir de agora!"... O que que aconteceu? Você se deu conta o que que eu estou tentando dizer?... É a mesma coisa que rejeitar todas as coisas que acontecem. É a mesmíssima coisa! Então, a parcialidade que o observador traz, traduz, é nem aceitar e nem rejeitar absolutamente nada. No momento em que eu aceito eu elevo, no momento em que eu rejeito, eu rebaixo. E a mente vive exatamente nesse ambiente: aceitando e rejeitando, aceitando e rejeitando. E em tese, se ela rejeitar tudo que é ruim e aceitar tudo que é bom, vai ficar uma maravilha! Só que um troço não existe sem o outro... Então eu aceito um troço e, naturalmente, rejeita outro... na rejeição, outro aparece negativo, que precisa ser aceito ou rejeitado. E essa é uma dança infinita, na mente. Então, observe: "o que é que está acontecendo agora que não deveria estar acontecendo?

Satyaprem

Desobedeça sua mente

A Dualidade da Mente

Tem a mente, tem você... Você obedece a sua mente, até que você desperte e aí você desobedece a sua mente. Na medida da desobediência, beirando o absoluto, a mente, desaparece, porque ela precisa da sua obediência de alguma maneira para ela existir... A mente diz: "estou cansado", e o que você sente?... a A mente diz: "estou com sono", e o que você sente?...  É anterior ou posterior?... Observe! Quem é que disse que isso é cansaço? Quem é que diz que isso é sono? De onde vem esse metabolismo de experiências constantemente? De onde vem? Se você se presta a observação desobediente destas propostas, você se livra, você se liberta. E a mesma história que contei aqui sobre o iluminado fumante... Quem é que está fumando? Eu não estou vendo ninguém fumando! Ou pelo menos eu não estou fumando!... Mas isso burla a regra que a humanidade prega e obedece: aquilo que a mente diz, é. Cabe então você responder em exata medida aquela questão fundamental: "Quem é você?" "Quem é que você pensa que você é?"... Examina... E aí você vai se dar conta: você não pode ficar livre  de coisa alguma, você só pode ficar livre de tudo quando você se livrar de você. Ou melhor, a noção que você tem de você... Você nem é isso! Você nunca vai ser, nunca foi... Não é congruente!... É um mal entendido!

O confronto da reta final

É preciso estar de olhos bem abertos para as tentativas de auto-boicote criadas pelo nosso pensamento condicionado, nosso ego, neste processo de reconhecimento de nossa natureza real. Neste processo de auto-descobrimento, de auto-revelação, algo é IMPORTANTÍSSIMO: estar alerta nos momentos em que estamos desprevenidos. Estar atentos aos momentos em que estamos desprevenidos a possíveis investidas mentais, a possíveis estímulos internos e externos geradores de dispersão. Percebo que quanto mais nos aproximamos de nossa real natureza, mais o pensamento, o ego, nos bombardeia por todos os lados, com bombardeios que buscam pela identificação, através da qual ele pode dar continuidade a si mesmo. O pensamento se alimenta através da identificação que ocorre quando estamos desatentos. O pensamento, com certeza, buscará todo o seu pacote de memórias, de experiências, de situações vivenciadas, seus velhos temores, o que lhe é mais querido, tudo será jogado de forma disforme, sem lógica, sem coerência, sem uma sequencia lógica. A função destes ataques é criar a identificação que leva a crise, a ansiedade, ao isolamento, ao desespero, a letargia. Em muitos casos, a identificação é tão grande que a pessoa pode acabar por cometer uma loucura; quanto mais próximos do confronto final, maiores serão os ataques do nosso "único e real inimigo", que é o nosso pensamento condicionado, nosso ego, com todas suas imagens auto-centradas. Nesses períodos, sem a prática do contato consciente com esta presença que nos habita e na qual somos, esse enfrentamento tão necessário para a descoberta da verdadeira liberdade humana, acaba por não acontecer.
Para quem sempre foi adestrado para "fazer algo", para "tomar uma posição", "para reagir", para "fugir", ficar só na observação "sem escolhas" parece algo impossível, além de não parecer funcional. Somos educados para estar no controle, não para se soltar e deixar fluir, fluir no Ser que nos faz ser. Como diz minha esposa Deca, "quando a coisa pega parece impossível mesmo a observação". No entanto, esse é o momento crucial, o momento de via cruxis, onde se dá o cruzamento de nossa mente e coração, cruzamento este que nos tira de uma existência numa horizontalidade sem vida, para a verticalidade vivificadora do Ser. Somente esta prática da atenção constante neste centro vital é que pode nos impedir de alimentar as insanas sugestões que criam toda forma de identificação egóica, sempre condicionada, totalmente contaminada pela rede do pensamento.
Estou revendo todo meu processo, revendo as experiências de pessoas próximas que desistiram em meio do caminho. Estou vendo ele querendo abortar este maravilhoso momento de auto-descoberta... Eu só olho para o danado e percebo o porque que em tantas outras vezes foi tão difícil está observação e o porque de a maioria das pessoas acabarem fugindo deste confronto no "elevador do ser"... Faltava a maturidade. Elas fogem, porque chega a ser terrificante, parece que você vai enlouquecer, mas, na verdade, é algo totalmente contrário: trata-se de um processo de desenlouquecimento. Isto parece ser somente para homens e mulheres de saco roxo, homens e mulheres de boa-vontade. É preciso muita atenção, porque este nosso único inimigo interno, sabe muito bem quais são os nossos pontos fracos. Ele fica falando o tempo todo, te colocando em projeções de situações que causam sofrimento — caso você se identifique —, situações que pelas probabilidades nem vão acontecer, visto que não passam de "filminhos de terror", filminhos estes que querem fazer com que você desista deste abençoado processo de libertação, deste abençoado processo de revelação de sua real natureza.
Ele, o ego, por não querer morrer, por não querer ceder seu lugar a sua real natureza, tenta fazer com que você se identifique com toda forma de personagem doentio. O lance aqui é assistir tudo, ver todo o cataclista, toda a confusão tentando se instalar, sem qualquer forma de reação. Isso para o intelecto soa como algo destituído de inteligencia e, mesmo o corpo, por não suportar os efeitos deste confronto, as somatizações, que é outra forma de desfoque criado pelo ego, acaba optando pelas antigas reações que acabam abortando o processo do nascimento de um ser não fragmentado.
Temos a tendência de correr para os ombros e ouvidos de quem quer que nos escute, mas, não temos a tendência de nos apoiar nos ombros e ouvidos amorosos deste Ser que nos faz ser. Quando corremos ao outro, o que muitas vezes pode ser bom, nos impedimos de ficar com o que é melhor. Se queremos realmente entrar em contato com nossa real natureza, precisamos nos abrir para o "bom combate", abrindo mão de toda forma de dependência psicológica que impede o consumar desse encontro final com a verdade, com a nossa verdade, com a nossa real natureza. Temos que nos abrir a essa observação de tudo que ocorre em nossa mente, em nosso corpo, em nossa psique, se abrir se qualquer forma de defesa, de resistência. Se formos sérios, se dedicarmos a paixão necessária a essa observação sem escolhas, sem resistências, sem qualquer forma de fuga ou de dependência psicológica, "algo" totalmente novo, totalmente desconhecido, se apresenta em nosso centro, no centro de nosso ser.
De coração, espero que você não acredite em mim: ouse, experimente e descubra por si mesmo! Um fraterabraço e um beijo em seu coração.
Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Essa civilização: uma farsa


Pergunta a Osho:

Amado Osho, o que você pensa em relação à civilização? Você é totalmente contra ela?


Mas como eu poderia ser contra a civilização se ela não existe em lugar algum? Civilização não existe. Existe apenas uma pretensão. Sim, o homem perdeu sua primitiva, primordial inocência, mas ele não se tornou civilizado, porque não existe uma maneira de tornar-se civilizado.

A única forma de tornar-se civilizado é estar embasado em sua inocência, estar embasado em sua primitiva inocência, crescer a partir daí. É por isso que Jesus diz: "A não ser que você renasça, a não ser que você se torne uma criança outra vez, você nunca saberá o que é a verdade".

Essa assim chamada civilização é uma farsa, é uma moeda falsa. Se eu sou contra ela eu não estou sendo contra a civilização porque isso não é civilização. Eu sou contra ela porque ela não é de forma alguma civilização, ela é uma farsa.

Eu ouvi contar...
Uma vez alguém perguntou ao ex-príncipe de Gales: "Qual a sua ideia sobre a civilização?"
"É uma ideia muito boa", replicou ele. "Alguém deve dar início a ela imediatamente".

Eu amo essa resposta. Sim, alguém deve dar início a ela, isso ainda não aconteceu. O homem não é civilizado, o homem apenas finge ser.

Eu sou contra pretensões. Eu sou contra hipocrisias. O homem aparenta ser civilizado; fustigue um pouquinho e você descobre um homem incivilizado. Fustigue um pouco mais e tudo o que é bom nele é apenas superficial e tudo o que é mau está profundamente enraizado.

É uma civilidade ilusória. Tudo corre bem, você está sorrindo e tudo mais - e então alguém lhe lança uma simples palavra, um insulto, e você enlouquece, você se torna um maníaco e quer matá-lo. Apenas um momento antes você estava sorrindo; e apenas um momento depois você está pronto para matar, o seu instinto assassino veio à tona. Mas que tipo de civilidade é essa?

Um homem só pode ser civilizado quando ele se torna realmente meditativo. Apenas a meditação pode trazer a real civilização para o mundo. Apenas budas são civilizados. E este é o paradoxo: os budas não são contra o primitivo - eles usam o primitivo como a base, eles usam a inocência da infância como a base. E nessa base um grande tempo é erguido.

Essa civilização destrói a inocência da infância e assim ela dá a você apenas moedas falsas. Primeiro ela destrói a sua inocência primal; uma vez que essa inocência primal é destruída, você se torna esperto, astuto, calculista; então você estará preso em uma armadilha e assim essa sociedade prossegue lhe civilizando.

Primeiro ela faz você se alienar do seu próprio ser. Uma vez que você esteja alienado, então ela lhe dá moedas falsas; você tem que depender dela.

A verdadeira civilização não vai de encontro à sua natureza, não vai de encontro à sua infância; ela será um crescimento a partir delas. Não haverá nenhum antagonismo com respeito à sua inocência primitiva, será um florescer dela. Crescerá mais e mais, porém estará enraizada na sua inocência primal.

Osho

Que sucesso é esse?

Slave Pupet

É muito rico esse estado resultante do contato consciente com sua real natureza, com o Ser que lhe faz ser. Através deste contato, um novo olhar se faz presente, o olhar que vem do coração e que sobrepõem numa proporção infinita a antiga visão dos olhos que pensavam ver, e que pensavam ao ver, ao invés de sentir. Perceber o quanto fomos e, como muitos ainda se permitem serem castrados numa sociedade machista, preconceituosa, é algo que não tem preço. Essa percepção traz consigo uma enorme e indescritível liberdade de ser.  
Esta meditação teve seu início, após a leitura de um comentário feito numa postagem do Facebook de um conhecido. Este conhecido, começou a postar algumas frases que geram reflexão, frases com conteúdo nutritivo, frases que encaminham para uma nova forma de estar na vida de relação, uma nova forma de ver e participar do mundo. Mais que depressa, alguém se manifestou com uma daquelas "brincadeirinhas", com uma daquelas "piadinhas" com a castradora conotação sexual, pela qual fomos adestrados, formatados para a não expressão livre de sentimentos, adestrados para pensar que, pensar sobre os acontecimentos do dia-a-dia, é coisa para "boiola", é pura "viadagem" e não coisa de "homem sério", de "homem de sucesso". 
É importante deixar claro aqui, que não estou com este texto, colocando nada como "pessoal", por favor, espero que entendam isso. O que pretendo com ele é só o compartilhar das minhas percepções, afinal, este tipo de reação, não é uma reação "pessoal", mas sim, algo que se encontra institucionalizado, fortemente enraizado nesta cultura machista castradora limitante, em que a grande maioria se encontra inserido e escravizado. Homem que é homem tem que beber muito, tem que fumar muito, tem que ganhar muito dinheiro, tem que "comer" muita mulher, tem que ser "o cara", tem que ser "o esperto", tem que ser "ambicioso", tem que ter "seu time do coração". Se você não é ambicioso, não é digno do respeito fundamentado na atenção interesseira, fruto da abafada inveja pessoal, inveja esta, que é o núcleo desta cultura machista castradora limitante. Esta inveja é que nos mantém como gladiadores, em nossas armaduras móveis por esta imensa arena de cimento armado. 
Nestes meus anos de busca, já me deparei com várias destas "piadinhas", entre elas, a de que "cuidar da beleza interior, é coisa para decorador e design de interiores". Homem que é homem tem que ter na mente números, estatísticas, coloridos gráficos de crescimento e, ao lado da cabeceira de sua cama, uma enorme coleção de carnês para pagar. Homem que é homem tem que ser um amante do trabalho e ter o pouco tempo que lhe sobra para se dedicar de maneira superficial, as demais situações em que se encontra envolvido. Você tem que ser um trabalhador, nada de ser um meditador. Você tem que ser ambicioso, você tem que buscar ser um buscador do sucesso... 
Mas, como ver inteligencia nessa corrida pelo sucesso? Que sucesso é esse que nos priva de relações de verdadeira intimidade, de relações que nos provocam para o melhor de nós mesmos, que nos provocam para a descoberta de nossa real natureza? Que sucesso é esse, onde o conteúdo da mesa do local de trabalho, a tela de seu computador de trabalho, recebe mais atenção do que o conteúdo da mente e coração de seus próprios filhos e de suas pessoas mais próximas? (Se é que esta pessoa sabe o que significa ser próximo de alguém). Que sucesso é esse em se permitir ter corrompido seus poucos valores reais e participar da corrupção generalizada de outras tantos seres humanos com quem mantém contato em seu dia a dia? É bom lembrar que corrupção é muito mais do que passar dinheiro por debaixo da mesa. Corrupção é se permitir ir contra a tudo que diz seu próprio coração, por demais estrangulado por essa busca insana por sucesso. Que sucesso é esse que está nos tornando prisioneiros de sistemas de seguro, carros blindados, escoltas, casas com enormes muros, repletos de câmeras, fios elétricos, grossas cercas de arames farpados, condomínios separatistas, salas VIP's, que nos faz temer qualquer um que se aproxime de nós? Que sucesso é esse que nos faz "incansáveis cansados" caçadores proprietários de bens transitórios e nos mantém totalmente miseráveis no que diz respeito a propriedade real e repousante que nos é outorgada quando do conhecimento de nossa real natureza? Que sucesso é esse onde uma das maiores preocupações está no modo como cada um usa sua genitália e não no modo como faz uso de sua mente e coração? Que sucesso é esse em querer defender bandeiras, camisas e brasões que sustentam discórdia, violência, confusão e separação? Que sucesso é esse que elege mediocridade e descarta tudo o que tem real beleza e arte? Que sucesso pode haver em ser um eterno imitador, uma pessoa de segunda mão, um escravo dos ditames da moda, alguém propagador de um sistema de produção em série que abafa toda autenticidade e originalidade? Que sucesso é esse em que se vive para manter uma "imagem", uma imagem que, por mais que edificada, não consegue silenciar aquela incessante voz interior que nos acusa de ser uma farsa?
Quer saber? Não me importo muito com esses rótulos que possam tentar colar na imagem que carregam a meu respeito. Que me achem boiola, um simpatizante da "viadagem", um cara que não merece respeito e atenção, alguém que não tem nada de sério, um fracassado invejoso, uma farsa. Não abro mão deste modo simples de ser, onde se faz presente uma até então desconhecida, amorosa capacidade de visão, capacidade esta, que não corrompe e que agrega, mesmo aqueles que enxergam na busca do auto-conhecimento algo que possa ser motivo de preconceituosa piada de conotação sexual, afinal de contas, estas pessoas não podem ser responsabilizadas. Elas nunca tiveram tempo para meditar, elas nunca pensaram de fato, elas são pensadas, são vitimizadoras vitimas de pessoas que nunca exercitaram a capacidade de meditar. Se tivessem tempo para meditar, com certeza, cairiam no riso ao perceberem que suas vidas, igualmente a minha, até então, foi uma grande piada de mal gosto. 
Um fraterabraço e um beijo em seu coração.

Nelson Jonas R. de Oliveira

Apenas seja total


Amado Osho,
Eu percebi hoje de manhã, enquanto você falava que eu era um lutador (... mas eu não sei fazer nada além de lutar), que desafortunadamente eu sou um lutador orgulhoso - e o que é pior, que adoro lutar. Eu adoro erguer-me diante da tempestade mais forte e rir. É uma grande alegria. Eu não gosto de estender-me ao sol e fundir-me. E, contudo, por trás da minha mente, o meu coração anseia profundamente por isso (fundir-se). Ele anseia, mas nunca parece ter ao menos uma chance de luta. Como eu posso salvar o meu ser?

Não há nenhum problema nisso.

Se você sente que é um lutador, se você se diverte lutando, não apenas isso, se você sente-se orgulhoso de ser um lutador... - então relaxe. Lute totalmente! Então não lute contra a sua natureza lutadora. Esta será uma entrega para você.

É perfeitamente belo erguer-se diante da mais forte tempestade e rir. Não se sinta culpado. Apenas tente compreender uma coisa: quando eu digo "entrega", eu não quero dizer que você deva mudar algo. Eu simplesmente quero dizer que, seja o que for que você seja, apenas permita-o em sua totalidade.

Seja um lutador com todo o seu ser e, nessa totalidade, você descobrirá a fusão do coração. Essa será a recompensa por você ser total. Você não tem de fazer algo pela recompensa - ela vem por si própria. Apenas seja total em qualquer coisa que você sinta que ama, da qual você se sinta orgulhoso - simplesmente seja total naquilo. Não crie uma divisão. Não fique mais ou menos; não seja parcial.

Se você for total, um dia - erguendo-se contra a mais forte tempestade, rindo - você subitamente sentirá o seu coração fundindo-se no sol. Isso virá a você como uma recompensa.

O homem cria problemas sem necessidade. Eu quero que vocês compreendam que não há nenhum problema na vida, exceto aqueles que vocês criam. Tente ver: o que quer que lhe pareça bom é bom. Então siga o caminho todo. Mesmo que o mundo todo seja contra aquilo, não importa. E se você foi total e inteiro, será decidido pela recompensa.

Se você começar a sentir em um certo ponto uma súbita fusão, então você saberá que não se enganou, que foi sincero, verdadeiro - que agora é realmente o ponto onde você pode ficar orgulhoso.

Osho, em "Além da Psicologia - Discursos no Uruguai"
Publicado no blog palavras de Osho

29 de agosto de 2011

Encontre tempo para apenas ser

Você é o mundo
Meditação é sentar-se sem fazer nada — não usar seu corpo nem sua mente. Se você começar a fazer alguma coisa, ou você entrará em estado contemplativo ou estará concentrado ou executará uma ação — de toda forma, estará movendo-se para fora de seu centro.

Quando você não estiver fazendo absolutamente nada, seja física ou mentalmente ou em qualquer outro nível, quando toda atividade houver cessado e você estiver apenas sendo, isso é meditação. Não é possível fazê-la, não é possível praticá-la. É preciso compreendê-la.

Sempre que você conseguir, pare todo o resto e encontre tempo para apenas ser. Pensar também é fazer, concentrar-se também é fazer, contemplação é fazer. Mesmo que seja um único momento em que você não esteja fazendo nada e esteja apenas em seu centro, completamente relaxado, isso é meditação.

E quando você pegar o jeito, poderá ficar nesse estado por quanto tempo quiser. Com o tempo, poderá ficar nesse estado durante as 24 horas do dia.

Após ter experimentado esse estado de tranquilidade, então, aos poucos, você começará a fazer coisas, mantendo-se alerta para que seu ser não seja perturbado. Essa é a segunda parte da meditação. Primeiro, aprender a simplesmente ser, depois aprender pequenas ações: limpar o chão, tomar banho, mas sempre mantendo-se no centro. Depois você poderá fazer coisas mais complexas.

Por exemplo, estou me dirigindo a você, mas minha meditação não foi perturbada. Posso continuar falando, mas em meu centro não há sequer um ruído. Há apenas silêncio, silêncio absoluto.

Então a meditação não é contra a ação.

Sua vida continua e, na verdade, torna-se mais intensa, mais cheia de alegria, com maior clareza, mais visão e mais criatividade. Ainda assim, você está nas nuvens, um observador nas montanhas, apenas vendo o que ocorre a seu redor.

Você não é aquele que faz, mas sim o que observa.

Osho, em "Aprendendo a Silenciar a Mente"

O pensamento pode originar mudança?

O pensamento pode dar origem a uma mudança vital? Até agora temos confiado no pensamento, não é verdade? A revolução política, da direita ou da extrema esquerda, resulta do pensamento. Pode o pensamento mudar fundamentalmente o homem, mudar você e a mim? Se você disser que pode, então precisa enxergar todas as implicações – que o homem é produto do tempo, que nada há além do tempo, e coisas assim. Então, se desejo efetuar uma mudança fundamental em mim mesmo, posso confiar no pensamento como instrumento para realizar tal transformação? Ou só pode haver uma mudança fundamental quando houver o findar do pensamento? Meu problema, então, é experimentar, descobrir, e só posso descobrir mediante autoconhecimento, mediante o conhecimento de mim mesmo, observando, ficando alerta nos momentos em que estou desprevenido. É só quando começo a compreender o processo do meu próprio pensamento que posso descobrir se há ou não há possibilidade de uma mudança fundamental; até que isso se dê, a mera afirmação de que posso ou não posso mudar é de pouca significação.

Krishnamurti

O ego precisa de alimento

Sopa de Legumes

A mente, para garantir que permanece no poder, procura constantemente encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar encobertos pelo tempo, também a sua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.

O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga “sim” para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.

O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você. Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio?

Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte de aproximar. Morte significa despojar-se de tudo que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.

A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.

Eckhart Tolle - O Poder do Agora

Sobre o ato de observar

Perdendo a cabeça

Observar o ego não é nada fácil, uma vez que o danado é pra lá de matreiro. Ele busca constantemente se disfarçar, através do desfoque de si mesmo. Esse desfoque se dá na constante formação de inimigos externos, na criação e tentativa de solucionar problemas por ele mesmo criados, na formação de incessantes perguntas e suas consequentes buscas de respostas, em disputas, em confrontos, em debates, em constante estados de ansiedade e medo, na busca das defesas isolacionistas, na proteção de seus apegos, suas máscaras, seus dilemas. Sua tática de sobrevivência se encontra sempre em alguma manifestação de desfoque, desfoque este que retém nossa energia vital, nos mantém num estado de letargia que nos deixa totalmente distantes da prática do contato consciente com a nossa real natureza. Distantes desta consciência real do que somos, nos identificamos, acreditamos ser a nossa natureza, acreditamos ser os absurdos e conflitantes conteúdos que passam de modo acelerado em nossa mente, criando diversas formas de somatizações corporais, sendo a mais comum, nossa conhecida ansiedade, que nos leva sempre a alguma forma de compulsão. Não somos o conteúdo que passa em nossa mente; somos aquele estado consciente, que se faz consciente de todo conteúdo insano, com suas exigências descabidas, — tanto de nós como de terceiros —, que passam em nossa mente. Esse estado de observação, não nos é natural. Não fomos educados para isto, ao contrário, fomos educados para acreditar na esperteza de nossa mente, de nosso raciocínio, de nossa personalidade. É lógico que, ao princípio desta prática da observação, tenhamos dificuldades, algumas confusões se apresentem, uma vez que, quem sempre foi rei, nunca quer perder sua majestade. Nosso ego se rebelará feito criança mimada. Aqui, nada mais se faz necessário do que assistir seu espernear, sua birra, suas tentativas de instalação de caos interior. Observar tudo que se passa, sem querer escolher, nomear, rotular, ou qualquer outro tipo de ação. Apenas observar. Nessa observação, quando menos esperamos, "algo" acontece, "algo" se manifesta e, nessa manifestação, descobrimos que não estamos sós. Descobrimos uma Presença, descobrimos nossa real natureza. Não acredite, experimente!

Nelson Jonas Ramos de Oliveira 

Expondo os conteúdos do inconsciente

Por que damos tão profundo significado e importância ao inconsciente? – pois em última análise, ele é tão trivial quanto a consciência. Se a mente consciente é extraordinariamente ativa, prestando atenção, ouvindo, vendo, então a mente consciente torna-se bem mais importante que a inconsciente; nesse estado todos os conteúdos do inconsciente são expostos; a divisão entre as várias camadas chega ao fim. Observando suas reações quando você se senta em um ônibus, quando está conversando com a esposa, seu marido, quando em seu escritório, escrevendo, estando só – se você alguma vez fica sozinho – então esse completo processo de observação, esse ato de enxergar (no qual não há divisão entre o observador e o observado) cessa a contradição. 

J.Krishnamurti - The Flight of the Eagle, p 28
Postado no Facebook por Ulisses Fonseca

Benefício da Obra

A humanidade tem vários exemplos de pessoas que durante a vida produziram grandes obras artísticas, mas não foram – em vida – reconhecidas enquanto artistas que eram.
É intrigante que tais obras, após alguns anos da morte de seu autor, obtiveram projeção e reconhecimento estrondosos, como aconteceu com Fernando Pessoa, Van Gogh, Baudelaire, Camões e tantos outros.
Para mim, tal característica encontra explicação no seguinte: enquanto os autores daquelas obras estiveram às voltas com questões referentes ao ego e à mente, sem obter a sua mais completa emancipação destes dois obsessores, a vida enquanto verdade inconsútil, livre de qualquer nódoa, não era manifesta.
Ela, a vida beatificada, manifestava-se nos momentos de inspiração que resultavam naquelas obras. Ou melhor, o Ser beatificado se encontrava na feitura daquelas obras e em nada mais além delas. Como se o Ser ficasse separado deles – os autores – nas outras atividades concernentes ao modo de vida de cada um.
O momento em que tal dissensão, tal separatividade, obteve a sua total dissolução foi o da morte do ego e da mente, fato este que só ocorreu efetivamente para eles com o fim de suas existências.
Saíram da vida para entrarem na história. Tivessem ficado no Ser para se fundirem com a vida, a sua simples presença na face na Terra já seria uma obra artística por si mesma.
Para que fabricar rupturas entre o que somos e a vida que levamos?

Liban Raach

28 de agosto de 2011

Silêncio é um outro nome para Deus

‎"... é no silêncio que vocês recebem a mais importante mensagem. Silêncio é um outro nome para Deus. Quietude é um outro nome para consciência. Paz.

Tudo pode ser descoberto no Silêncio e muito pouco em palavras. Você deveria ficar quieto por tanto tempo que puder. Especialmente quando estiver em casa. Tente sentar em Silêncio e quietude por tanto tempo que conseguir. É no Silêncio onde você receberá a mensagem. É no Silêncio que a pura consciência se revela livremente. Nunca tenha medo de sentar em Silêncio. É seu maior apoio...Eu não sei por que falam tanto. Ele [o falar] não fará nenhum bem. Eu sempre quero sentar em silêncio, mas às vezes temos algumas novas pessoas e elas não entendem o silêncio ainda, então eu continuo conversando. Eu me pergunto se eu sei o que estou falando. Não importa de qualquer maneira...".

(Robert Adams)
Postado no Facebook por Daniel Rodrigues

O teste nosso de cada dia nos dai hoje

The temptation of Adam contemporary

Comecei bem o dia por aqui: ao abrir minha caixa de e-mail, deparei-me com um daqueles avisos de comentários, do tipo marimbondo venenoso,  claro, como sempre, devidamente protegido pela opção de postar de forma anônima. De graça, permitido pela Graça, uma doação psicológica de terceiros trazendo o material necessário para o auto-conhecimento. Interessante ver como o "machucadinho ego" tem a tendência de se identificar, se agarrar e de reagir de forma automática, com toda sua conhecida carga de desamor. É através dessas observações que fica latente a beleza do encontro com sua natureza real, natureza essa que consegue, de imediato, ver o falso, sem a antiga identificação doentia com todo seu pacote de resistências conflituosas. Onde não existe esse amoroso filtro desta Presença, há tão somente um revidar de sofrimentos, sustentados em puro intelectualismo. É uma Graça ter a consciência de que o "outro" tem todo direito de expressar o conteúdo que carrega em seu interior, inclusive, de se proteger com o manto do anonimato que impede a comunicação aberta. 
Interessante também, é a constatação desse vício que carregamos por anos, de buscar por inimigos externos, de querer confrontar a realidade do outro, através do uso de nosso aparelhinho interno, que chamo de "iluminômetro". Dou a isso o nome de "outrite", essa doença do desfoque de si mesmo... Fui uma de suas grandes vítimas, por 47 anos. É uma Graça perceber que o inimigo nunca está lá fora, está aqui mesmo — por anos "dormimos com o único inimigo". Perceber que dedicar tempo e energia para descobrir a possível irrealidade do estado de ser do outro, não pode de forma alguma me libertar deste infectado estado de buscar por controvérsias públicas, que nada tem de amorosidade ou Presença, não tem preço. Poder perceber as tentativas do velho John Maclane, nosso ego duro de matar, de usar destes acontecimentos para poder novamente ganhar poder e, através desta percepção, vêr sua tentativa frustrada, é uma verdadeira benção. Saber que não é preciso acrescentar mais sofrimento, conflito e confusão na vida destes irmãozinhos de intelectual crítica ácida, saber que os mesmos ainda se encontram vitimados por esse brejo fétido no qual você ali esteve por tantos anos, sempre tentando se agarrar, sempre tentando não afundar, traz consigo uma leveza, um novo olhar que coloca, de imediato, tudo em seu devido lugar.
Estas situações são verdadeiros suportes para o auto-conhecimento, para a formação da consciência da necessidade da prática constante deste contato consciente com esta Amorosa Presença, pela qual, é mantida nossa autonomia psicológica, nosso estado de unidade interna, estado este, onde não mais ocorre a nefasta identificação com as conflituosas doações psicológicas de quem ainda insiste em compartilhar, de modo doentio, seu enorme sofrimento interno. Não há inteligência amorosa em querer revidar a manifestação proveniente da ausência de inteligência amorosa. Como em outros tantos casos, aqui, a melhor opção, é o silêncio.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

A confusão é um estado de mudança

Disseram a Osho: Osho, eu acho que penso claramente, mas no fundo eu apenas vejo confusão. Às vezes eu penso que sei, mas descubro que nada sei. Eu apenas achava que sabia.

Aprenda a viver com a confusão. Não tenha pressa para concluir. A confusão não é necessariamente algo errado. Não a rotule como sendo confusão. Rotular é errado. Algumas vezes um rótulo errado pode criar muitos problemas.

Isso não é realmente confusão: é um estado de transição, de mudança. Você se desenraizou do velho solo e está procurando pelo novo, e entre os dois, isso acontece. Isso não é confusão, isso é apenas um hesitante estado de crescimento.

Isso é crescimento e sempre que existe crescimento costuma-se rotular como confusão. Mas ao rotular como confusão, você está interpretando errado e começará a tentar resolver de algum jeito. Se você chamar isso de crescimento, então não haverá pressa em resolver. Na verdade, você terá que dar suporte a isso, pois é crescimento. Se chamar de confusão, você estará condenando e terá que encontrar uma maneira de sair disso.

Não há necessidade de sair disso; aprenda a viver com isso. Aprenda a viver com todos os tipos de estados que estarão surgindo. E se algumas vezes for confusão, o que há de errado na confusão?

Nos ensinaram erradamente que devemos ser absolutamente claros. Somente os tolos conseguem ser absolutamente claros, somente os tolos estão certos.

A confusão é natural: ela é o caos criativo dentro de você. É somente a partir desse caos que a criatividade começa. Chame isso de caos criativo, não chame de confusão.

Osho, em "The Sacred Yes"

Quem sou eu?


Quem sou eu?
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.
Eu posso ver e sentir meu corpo,
E o que pode ser visto e sentido não é o verdadeiro Vidente.
Meu corpo pode estar cansado ou excitado,
Doente ou saudável, pesado ou leve,
mas isso nada tem a ver com meu Eu interior.
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.

Eu tenho desejos, mas eu não sou meus desejos, eu posso conhecer meus desejos,
e o que pode ser conhecido não é o verdadeiro. Conhecido.
Desejos vêm e vão, flutuando através de minha percepção,
mas eles não afetam meu Eu interior.
Eu tenho desejos, mas não sou desejos.

Eu tenho emoções, mas eu não sou minhas emoções.
Eu posso sentir minhas emoções,
e o que pode ser sentido não é o verdadeiro Senciente.
As emoções passam através de mim,
mas elas não afetam meu Eu interior.
Eu tenho emoções, mas eu não sou emoções.

Eu tenho pensamentos, mas eu não sou meus pensamentos.
Eu posso conhecer e intuir meus pensamentos,
E o que pode ser conhecido não é o verdadeiro Conhecedor.
Pensamentos vêm a mim e pensamentos me deixam,
mas eles não afetam meu Eu interior.

Eu tenho pensamentos, mas não sou meus pensamentos.
Eu sou o que permanece, um centro puro de percepção,
uma testemunha impassível de todos esses
pensamentos, emoções, sentimentos e desejos."

Ramana Maharshi

27 de agosto de 2011

Vendo a Realidade através das aparências.

À medida que refinamos nossas qualidades mentais e manifestamos mais paciência, mais gentileza, caridade e perdão, estas qualidades se refletirão sobre nossa experiência humana. Mas não paremos por aqui.

Mais alto que o plano do corpo e da mente está o domínio da Alma, o reino de Deus. Aqui encontramos a realidade do nosso ser, nossa natureza divina – não que o corpo e a mente estejam separados ou afastados da Alma; apenas que a Alma é o recôndito mais profundo do nosso ser.

Nos domínio da Alma encontramos completa tranqüilidade, paz absoluta, harmonia e domínio. Aqui não encontramos nem bem nem mal, nem dor nem prazer, apenas a alegria de ser. Estamos no mundo, mas não pertencemos a ele, pois não mais vemos o mundo dos sentidos como aparenta ser, mas, tendo despertado nosso sentido espiritual, nós o “vemos como ele é” – vemos a Realidade através das aparências.

Joel S. Goldsmith – “O Caminho Infinito” – Ed. Martin Claret

O segredo da paz que é poder

O mundo jamais odiará quem usar as armas ou utilize os métodos de trabalho que ele considera válidos. O mundo odeia somente aqueles que dizem que tudo o que ele tanto preza é desnecessário, visto existir um poder mais alto, o poder do Espírito. Daí a perseguição, embora não seja inevitável. Atualmente estamos aprendendo a deixar que o Cristo impessoal absorva toda a perseguição que nos movam, ao invés de nos permitirmos tomá-la sobre nós. Aceitamos a perseguição, ou tomamo-la sobre nós, quando cremos que a mensagem que apresentamos seja de nossa propriedade particular. Cada um de nós deveria, em vez de aceitar essa perseguição, conscientizar-se do seguinte: “Esta verdade não é minha, mas de Cristo. Se alguém odiar-me por isto, que seu ódio recaia sobre ela, e não sobre mim, porque eu estou apenas mostrando o que o Mestre ensinou sobre a presença de Cristo e o poder d’Aquilo que constitui nosso verdadeiro ser, o Consolador no íntimo de cada um. Se o mundo quiser odiar esta verdade, que a odeie”. Este é o segredo do Mestre, o segredo da “paz que excede todo o entendimento” (Filipenses 4:7), o segredo da paz que é poder.

Joel S. Goldsmith – “Setas no Caminho do Infinito” – Ed. Alvorada

A Luz brilha mais forte

Ouviu falar de 2012 como um ano em que algo ocorrerá?

Bom, por um lado existem várias profecias que indicam esta data como um momento importante da história da humanidade, mas a mais significativa é o término do calendário Maya, cuja profecia foi interpretada de várias formas. Os mais negativos pensam que nesse ano o mundo termina, mas isto não é real, pois sabemos que neste ano começa a Era de Aquário.
Na verdade este planeta está sempre mudando a sua vibração, e estas mudanças intensificaram-se desde 1898, levando a um período de 20 anos de alterações dos pólos magnéticos que não ocorriam há milhares de anos. Quando ocorre uma mudança do magnetismo da terra, surge também uma mudança consciencial, assim como uma adaptação física à nova vibração.
Estas alterações não acontecem apenas no nosso planeta, mas em todo o universo, como a ciência atual tem comprovado.
Informe-se sobre as mudanças das tempestades solares (que são tempestades magnéticas) e perceberá que os cientistas estão a par destes assuntos. Ou pergunte a um piloto aviador sobre o deslocamento dos pólos magnéticos, já que todos os aeroportos foram obrigados a modificar os seus instrumentos nos últimos anos.
Esta alteração magnética se manifesta como um aumento da luz, um aumento da vibração planetária.
Para entender mais facilmente esta questão, é preciso saber que a vibração planetária é afetada e intensificada pela consciência de todos os seres humanos. Cada pensamento, cada emoção, cada ser que desperta para a consciência de Deus, eleva a vibração do planeta. Isto pode parecer um paradoxo, uma vez que vemos muito ódio e miséria ao nosso redor, mas é assim mesmo.
Venho dizendo em mensagens anteriores que cada um escolhe onde colocar a sua atenção. Só vê a escuridão aqueles que estão focados no drama, na dor, e na injustiça. Aquele que não consegue ver o avanço espiritual da humanidade, não tem colocado a sua atenção nesse aspecto.
Porém se liberar sua mente do negativo, abrirá um espaço onde sua essência divina pode manifestar-se, e isto certamente trará o foco para o que ocorre de fato neste momento com o planeta e a humanidade.
“Estamos elevando a nossa consciência como jamais o fizemos”.
Como assim? Não percebe a escuridão?
Vejo-a sim, mas não me identifico com ela, não a temo. Como posso temer a escuridão se vejo a luz tão claramente? Claro que entendo aqueles que a temem, porque também fiquei parado nesse lugar onde apenas via o mal. E por esta razão sinto amor por tudo isso.
A escuridão não é uma força que obriga a viver com mais ruindade ou com mais ódio. Não é uma força que se opõe à luz. É ausência da luz. Não é possível invadir a luz com a escuridão, porque não é assim que o principio da luz funciona. O medo, o drama, a injustiça, o ódio, a infelicidade, só existem em estados de penumbra, porque não podemos ver o contexto total da nossa vida.
A única forma de ver a partir da luz é por meio da fé. Assim que aumentamos a nossa freqüência vibracional (estado de consciência), podemos olhar para a escuridão e entender plenamente o que vivemos.
Mas como pode afirmar tudo isso, se no mundo existe cada vez mais maldade?
Não há mais maldade, o que há é mais luz, e é sobre isso que falo agora.
Imagine que você tem um quarto, ou uma despensa, onde guarda suas coisas, iluminado por uma lâmpada de 40W. Se trocar para uma lâmpada de 100W, verá muita desordem e um tipo de sujeira que você nem imaginava que tinha naquele local.
A sociedade está mais iluminada. Isto é o que está acontecendo. E isto faz com que muitas pessoas que lêem estas afirmações as considerem loucura.
Percebeu que hoje em dia as mentiras e ilusões são percebidas cada vez mais rapidamente? Bom, também está mais rápido alcançar o entendimento de Deus e compreender a forma como a vida se organiza.
Esta nova vibração do planeta tem tornado as pessoas nervosas, depressivas e doentes. Isto porque, para poder receber mais luz, as pessoas precisam mudar física e mentalmente. Devem organizar seus quartos de despejo, porque sua consciência cada dia receberá mais luz. E por mais que desejem evitar, precisarão arregaçar as mangas e começar a limpeza, ou terão que viver no meio da sujeira.
Esta mudança provoca dores físicas nos ossos, que os médicos não conseguem resolver, já que não provem de uma doença que possa ser diagnosticada.
Dirão que é causado pelo estresse. Porém isto não é real. São apenas emoções negativas acumuladas, medos e angústias, todo o pó e sujeira de anos que agora precisa ser limpo.
Algumas noites as pessoas acordarão e não conseguirão dormir por algum tempo. Não se preocupem. Leiam um livro, meditem, assistam TV. Não imaginem que algo errado ocorre. Você apenas está assimilando a nova vibração planetária. No dia seguinte seu sono ficará normal, e não sentirá falta de dormir.
Se não entender este processo, pode ser que as dores se tornem mais intensas e você acabe com um diagnóstico de fibromialgia, um nome que a medicina deu para o tipo de dores que não tem causa visível. Para isto não existe tratamento específico – apenas antidepressivos, que farão com que você perca a oportunidade de mudar sua vida.
Uma vez mais, cada um de nós precisa escolher que tipo de realidade deseja experimentar, porém sabendo que desta vez os dramas serão sentidos com mais intensidade, assim como o amor. Quando aumentamos a intensidade da luz, também aumentamos a intensidade da escuridão, o que explica o aumento de violência irracional nos últimos anos.
Estamos vivendo a melhor época da humanidade desde todos os tempos. Seremos testemunhas e agentes da maior transformação de consciência jamais imaginada.
Informe-se, desperte sua vontade de conhecer estas questões. A ciência sabe que algo está acontecendo, você sabe que algo está acontecendo. Seja um participante ativo. Que estes acontecimentos não o deixem assustado, por não saber do que se trata.

Sai Baba

Ser notado, ser notável ou apenas ser?

Vomitando sabedoria livresca

Parece que existem situações que são mais comuns do que parecem, independente da fase, do instante de consciência que estejamos vivenciando. Essas situações comuns, não são tão comuns como possa querer apresentar nosso limitado conhecimento. Estou aprendendo a sentir, muito mais do que raciocinar, que mesmo aquelas situações que não compreendemos no momento em que estão ocorrendo, tem lá sua devida função em seu existir. Por todos os locais em que passei nestas duas décadas de buscas para o encontro de minha unidade interna, de busca de respostas para os meus silenciosos conflitos internos, sempre me deparei com aquilo que, só por agora, nomeio como "pessoa perguntadora compulsiva conturbada e controversa". Deixe-me falar um pouco mais sobre o que vi no decorrer da minha relação com estas pessoas. Em todos estes locais, sempre percebi que existem pessoas que não estão nem um pouco preocupadas, ou melhor abertas, para ouvir algo, elas sentem uma profunda, inquietante e imperiosa necessidade de externar seus imperiosos, inquietantes e profundos sentimentos que lhe causam toda forma de compulsão, conturbação e um modo controverso de se apresentar diante da vida de relação. Hoje, fica claro que estas pessoas não se comportam deste modo por sentirem prazer neste tipo de comportamento, mas sim, por estarem num terrível, solitário e silencioso sofrimento interno.
Você pode estar me achando prepotente e talvez se perguntando: como você pode afirmar isso? Amorosamente lhe respondo: posso falar com conhecimento de causa, pois, por várias vezes, fui um deles. Por ter nascido num lar disfuncional, por ter sido educado num sistema educacional disfuncional, sempre me vi exposto a vergonha tóxica, vergonha esta que sempre limitou a minha necessidade de expressão, minha necessidade de expor minhas dúvidas, meus medos, minhas vergonhas, minhas alegrias, minhas descobertas, de modo assertivo, não agressivo. Vivi em ambientes, onde sempre, de forma direta ou indireta, tive cerceada, minha liberdade de expressão. É fácil ter-se uma idéia do que isso pode significar para um ser humano em termos de resultados psicológicos, espirituais, o quanto que isso nos fragmenta interiormente. Desculpe-me pelo exemplo, mas, foi este que agora me ocorreu.... Imagine você, ter a amarga experiência de comer um peixe estragado... Imagine o mal estar decorrente deste triste acontecimento...  Todos nós sabemos o que é a e experiência de comer algo que não cai bem em seu estomago... O mal estar, a tontura, o enjoo, a náusea, as dores de cabeça a ânsia, a letargia física, o impulso para vomitar, seguido do medo de vomitar... Mais uma vez, me perdoe pelo exemplo!... Você sente o mal estar, mas, devido as lembranças que carrega na memória, relativas ao terrível mal estar ocasionado durante  vômitos  passados, você se segura até não poder mais... Então, você se rende, se prostra e coloca tudo para fora de um modo em que não faz o menor uso do pensamento... É sujeira para tudo quanto é lado... Fica aquele cheiro horrível no ar, que infecta as narinas de todos os presentes... No entanto, o alivio é imediato. Pois bem, o mesmo se dá no que diz respeito "as comidas psicológicas por demais estragadas" que nos fizeram engolir — e que nos fizemos engolir através de escolhas insensatas — durante tantos anos de nossas vidas.  Estas pessoas, estão se sentindo mal. Elas não precisam ser atacadas por nós, pois estão sofrendo, estão pagando seu próprio preço em sofrimento, por ainda não terem adquirido a consciência de um outro modo de se expressarem. Elas não podem mais se sujeitar a continuar caladas, elas precisam falar... Foram anos e mais anos de castração... Precisam vomitar seu mal-estar.
Em menor ou maior grau, todos nós sabemos bem o que essa faze significa, essa faze da "pessoa perguntadora compulsiva conturbada e controversa"... Uma pessoa que sofre, é uma pessoa conturbada e, sendo conturbada, tem que ser controversa, não há outro modo. Se houvesse, não haveria confusão em seu interior. Todos nós sabemos bem o que é aquela necessidade de ser aceito, de ser notado, de ser notavél, todos nós sabemos o que é essa contradição que não nos outorga a verdadeira liberdade do espírito humano. Não nascemos para ser notados ou mesmo, para ser notáveis, nascemos tão somente para experimentar a delicia de apenas ser... Ser, neste Ser que nos faz ser. Como diz um amigo, isso é simples, porque é muito simples. No entanto, tente afirmar esta simplicidade para aquele que ainda é vitimado por esta compulsão, por esta compulsão pelo papaguear em todo canto que encontre oportunidade... Essas pessoas, nesse momento, o que mais querem, é tão somente falar, elas precisam disso, elas precisam se esvaziar... Como diz a antiga sabedoria chinesa, uma xícara só serve um bom chá, quando se encontra vazia. Essas pessoas, precisam se esvaziar... O problema, é que muitas delas, depois de se esvaziarem, não se dão ao trabalho de olhar para o "vazo sujo", que é uma representação de sua própria mente, para reconhecerem o "alimento pútrido"  que por tanto tempo mantiveram dentro de si. Ao evitarem essa auto-observação, que inicialmente pode ser dolorosa, pode trazer mal-estar, pode fazer subir "cheiros desagradáveis", se impedem de reconhecer aquilo que lhes faz mal, e sem esse reconhecimento, continuam a se alimentar de forma indevida.
Diz-se que, insanidade, é fazer as mesmas coisas esperando por resultados diferentes... Pois bem, isso serve tanto para estas pessoas, como para nós mesmos... Somos muito rápidos em nossas reações emocionais negativas diante de tais acontecimentos onde estas pessoas compulsivas se encontram presentes... Para muitos de nós, falta o recolhimento relâmpago no silêncio do Ser, onde, através deste recolhimento, surge em nós, aquela assertividade amorosa e abarcante, assertividade esta, que muitas vezes, é o remédio que estas pessoas necessitam: ouvidos e bocas amorosas, ouvidos e bocas que validem, através da compaixão, todo aquele sofrimento que eles, por ainda estarem inconscientes, não consegue digerir. Os que conseguem ser agraciados com alguém portador de uma escuta atenta — que foi o meu caso e a quem sou profundamente agradecido — se encontram repentinamente, atravessando um portal que as leva a níveis superiores de bem-estar e consciência. Outros, menos felizardos, ao se depararem com nossa nefasta resistência, de forma inconsciente, acrescem ainda mais em seu conturbado interior, mais grossas crostas de vergonha, rejeição e agressão, agressão esta, tanto para consigo mesmo, como para com os outros. Claro que uma pessoa que vive neste tipo de sofrimento solitário, não tem a menor possibilidade de se importar com a manutenção do bem-estar comum. Ela sofre de uma tremenda dor, de uma tremendo mal-estar e, com certeza, vai vomitá-lo em cima de quem lhe estiver mais próximo.
O pior de tudo, é que este tipo de comportamento, por muitos, é alimentado mesmo quando se depararam com novas abordagens psicológicas, filosóficas, espirituais. Tudo que encontram pelo caminho, por todos os locais e livros que se apresentam diante de seu olhar adoentado, ao invés de ser usado para a libertação de si mesmo, é usado como uma enorme pedra de tropeço, ou como um ferrolho que impede a abertura deste portal de consciência superior. Esta "pessoa perguntadora compulsiva conturbada e controversa", para o seu sofrimento e dos demais que a cercam, continua acreditando que "espiritual bafo de boca cozinha ovo cósmico". Demora muito tempo para que estas pessoas percebam que "ação é a palavra mágica", e quando me refiro a ação, me refiro a ação que é uma "não-ação": refiro-me a rendição silenciosa que é a solução para a instalação de uma escuta de mente e coração abertos, sem o que, não há como sair desse circulo vicioso do perguntar compulsivo, que é o fruto estragado gerado por anos e anos de excessiva exposição a ambientes disfuncionais.
No entanto, o que sinto ser muito mais importante, muito mais importante do que o entendimento quanto aos possíveis motivos que fazem com que estas pessoas se comportem desta maneira compulsiva e conturbadora, é o entendimento de como nos comportamos diante delas... Elas nos proporcionam, de modo gratuíto, — por isso é uma Graça —, uma maravilhosa lição de auto-conhecimento, isto é claro, se estamos na prática da atenção plena, caso contrário, novamente nos identificamos com nossos pensamentos e, mais do que depressa, temos uma "recaída pensamental" e passamos a exercer aquilo que aprendemos em nossa educação disfuncional: rotular, rejeitar, castigar, punir, banir, gerar ostracismo ou outras tantas manifestações egocêntricas de desamor, de não compaixão. Se não estamos atentos, se não estamos centrados neste espaço interno de silêncio e amorosidade, igualmente como estas pessoas, passamos a atacar o mensageiro sem receber de mente e coração abertos, a mensagem de cura, que através dela, chega até nós. Quase sempre nos esquecemos de que, para muitos dos nossos mal-estar, em muitas etapas do nosso desenvolvimento consciencial, o melhor remédio é aquele que para nós, traz na alma um gosto profundamente amargo. Em vista disso, cada dia tenho mais vivo dentro de mim, este bem-aventurado sentimento que se instalou quando da queda da minha resistência interna: Por menos que eu agora compreenda... Está tudo certo! Tudo segue um amoroso plano, plano este que minha limitada mente não consegue compreender. Se quiser compreender, preciso me prostrar e, em silêncio, trazer minha mente, em direção a esta chama quente que faz arder meu coração. Só aqui, o remédio de que tanto preciso, não possui aquele conhecido e tão evitado gosto amargo. Com esta consciência em mente e coração, não há mais espaço para o desejo de ser notado ou de se fazer notável. Com esta consciência, o grande lance é apenas continuar caminhando e, nesse caminhada, ser e desfrutar da leveza e amorosidade manifesta pela sua real natureza!
Um fraterabraço e um beijo em seu coração.
Nelson Jonas Ramos de oliveira 

Fazei aquilo que cresdes, crede naquilo que fazeis

Alegria na simplicidade, upload feito originalmente por NJRO.

Enquanto vos sentirdes competentes e confiantes, a realidade permanecerá fora de vosso alcance. Se não aceitardes a aventura interior como modo de vida, a descoberta não virá a vós... Não ser nada, nada conhecer, nada ter, é a única vida digna de ser vivida, é a única felicidade que vale a pena possuir. Deveis encontrar vosso próprio caminho. Se não o encontrardes por vós mesmos, é que não é vosso caminho e não vos levará a parte alguma. Vivei com seriedade vossa verdade, tal como a haveis encontrado, agi em função do pouco que compreendestes. É o estudo sério que vos ajudará na travessia e não a habilidade, seja a vossa, seja a de qualquer outro...

Não trapacear, não ferir, isso não é importante? Aquilo de que tendes necessidade, acima de tudo, é paz interior, que exige harmonia entre o interior e o exterior. Fazei aquilo que cresdes, crede naquilo que fazeis. Todo o resto não é senão perda de tempo e de energia.

Autor: Shri Nisargadatta Maharaj

26 de agosto de 2011

Meditação

Fechado para balanço, upload feito originalmente por NJRO.

Quanto mais você medita, mais pode ajudar os outros e mais profundamente estará em sintonia com Deus. As pessoas egoístas permanecem espiritualmente estagnadas, mas os altruístas expandem sua consciência. Quando achar a sua onipresença na meditação, você encontrará a Deus. Se Ele estiver satisfeito, toda a natureza trabalhará em harmonia com você. Aprenda a falar com Ele com toda sua alma.

Autor: Paramahansa Yogananda

Ser é o que você é


cruzeiro, upload feito originalmente por NJRO.

THIS

I

Ser é o que você é
...Você é aquele Insondável
Onde toda experiência e conceitos aparecem.
Ser é o Momento em que não há o ir e vir.
Isto é o Coração, a Fonte, o Vazio.
Isto brilha de Si, por Si, em Si.
Ser é o que dá o sopro a Vida.
Você não precisa procurar por Isto, Isto está Aqui.
Você é Isto através do que você procura.
Você é Isto que você procura !
E Isto é Tudo o que é.
Somente o Ser é.

II

Você é Aquele que está cônscio
Da consciência dos objetos e idéias.
Você é Aquele que é ainda mais silencioso do que consciente.
Você é a Vida que precede o conceito de vida.
Sua natureza é silencio e isto não é alcançável,
Isto sempre é.
Você é o Vazio, a Suprema Essência:
Remova o Vazio do Vazio
Deixe somente o Vazio pois não há nada além disso.
Vazio está entre o “é” e o “não é”
E nada esta fora do Vazio então isto é Cheio.
Para ser Livre, você precisa da firme convicção
De que você é este Substrato, esta Paz, este Vazio.
Tudo emerge disso,
Baila em volta disso
E retorna para Isto.
Como o Oceano emerge numa onda para dançar,
Assim, você é este Vazio Dançante !

Poesia de Papaji

25 de agosto de 2011

O amor é parte da Consciência?



Enviado por KrishnamurtiBrasil em 25/08/2011
O Amor é parte da Consciência?
- O que é estar livre? O que é liberdade que não é de 'alguma' coisa, não é uma reação?
- A liberdade é possível quando o pensamento está operando o tempo todo?
- O que é o relacionamento entre desejo e pensamento? O pensamento é motivado pelo desejo?
- O que é beleza? Quando você percebe o senso de imensidão e a verdade da beleza?
- Você pode olhar algo com todos os seus sentidos, totalmente vívido, alerta?
- Quando há total atenção, existe um ego?
- O amor está na esfera ou no campo do pensamento? Para entender a profundidade, a grandeza, a chama do amor, podem o ciúme, a ambição, a agressão e a violência acabarem, não amanhã, mas agora?

Convite à Imortalidade


O reconhecimento da porção imortal em cada ente vivo permite um estado de profunda afetuosidade e compaixão, liberto das aparências e das mazelas particulares. Este reconhecimento vem de um olhar que já se reconheceu enquanto Ser Imortal. Que já se reconheceu enquanto habitante efêmero de um mundo cheio de efemérides, com uma despreocupação absoluta com tudo que possa pertencer a tarefas voltadas ao lado prático da existência. Sem significar isto negligência ou irresponsabilidade.

Seria precipitado concluir que neste estado é impossível realizar qualquer tarefa. Uma observação mais apurada permite afirmar que as tarefas executadas neste estado possuem um grau de realização incomum, pois sobrevém de um estado realizado, de um estado onde não há nenhuma necessidade a ser satisfeita, um estado onde o contentamento encontra-se em pouso, encontra-se pousado. Ou melhor, o ente vivo - autor de uma tarefa em tal estado - encontra-se abrigado em uma pousada cujo anfitrião está continuamente lançando convites para acolher tantos hóspedes quantos se disponham a atender ao chamado.

Liban Raach

Aprenda a linguagem do silêncio

Sobre o amor
Você sempre permaneceu unido apenas informalmente, e quando está unido formalmente a alguém pode continuar enganando a respeito de mil e uma coisas disparatadas, porque nada importa — é só um passatempo.

Mas quando você começa a se sentir mais próximo de alguém surge uma intimidade, então até mesmo uma simples palavra que pronuncie é importante. Então você não pode brincar com as palavras com tanta facilidade, porque agora tudo tem significado.

Portanto, haverá lacunas de silêncio. A princípio você se sentirá estranho, porque não está acostumado ao silêncio. Você acha que deve dizer algo; do contrário, o que o outro irá pensar?

Sempre que você se aproxima de alguém, sempre que há algum tipo de amor, o silêncio vem e não há nada a dizer. Na verdade, não há nada a dizer — não há nada. Com um estranho, há muito a dizer; com os amigos, nada a dizer. E o silêncio se torna pesado porque você não está acostumado com ele.

Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.

Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.

A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.

Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma ideia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.

Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.

Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.

A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.

É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão — às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.

As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo — ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.

Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela.

Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros"

O hábito de estar com o Ser que nos faz ser

Ser Místico, upload feito originalmente por NJRO.

As coisas essenciais devem ser postas em primeiro lugar. Ao acordar de manhã, medite. Se não fizer assim, o mundo o absorverá e você esquecerá Deus. À noite, medite, antes que o sono o convide. Estou tão fortemente enraizado no hábito de meditar que, mesmo deitado, estou meditando. Não durmo de forma usual. O hábito de estar com Deus tomou o primeiro lugar.

Autor: Paramahansa Yogananda

24 de agosto de 2011

Um estado disponível de ser

E.R.: Fala, Nelsão... Está ocupado?
N.J.: Fala irmão, beleza?
E.R.: Na paz. Está ocupado aí?
N.J.: Isso é ótimo. Não, estou Deusocupado.
E.R.: Legal! E o satsang presencial, foi legal?
N.J.: 10 x 10 x 1000
E.R.: Legal! Muito bom! Me fala uma coisa...
N.J.: Diga!
E.R.: Antes e depois desse encontro com o Marcos, mudou alguma coisa? Aconteceu algo que você não previa? Algo novo? Ou está tudo normal como antes?
N.J.: Antes de mais nada: Marcos é só um instrumento; isso precisa ficar claro. O importante é a mensagem e não o carteiro que a trás. Está claro?
E.R.: Sim! Concordo.
N.J.: Ok! Acho que muito antes do Marcos, algo já estava em andamento dentro de mim. O encontro com o Ser através de um organismo limpo (Marcos) foi a precipitação, o fermento que possibilitou a bem-aventurança. Tudo mudou e nada mudou!
E.R.: Entendi!
N.J.: O mundo continua o mesmo, mas meu olhar mudou, meu sentir se instalou. Eu vivia na mente, agora, estou no coração. Sinto uma presença que se instalou.
E.R.: Legal! Isso é maravilhoso!
N.J.: Creio que todo trabalho anterior de descondicionar, preparou o terreno para este evento. Sinto que não estou pronto, estou vivenciando um processo, sinto as coisas ocorrendo, mas, na paz.
E.R.: Daqui pra frente, então, só tranquilidade e paz... Que bom isso!
N.J.: Na tranqüilidade.
E.R.: Legal!
N.J.: Agora, há um trabalho de vigia, de manutenção deste estado, numa atenção quanto as tentativas da mente assumir o domínio novamente.
E.R.: Legal.
N.J.: É preciso atenção, pois os impulsos para isso vêm de todos os lados, só que agora, há algo aqui no centro do peito, algo que não sentia antes. Agora há um centro onde posso repousar a mente, os sentidos, o olhar... Há uma Presença Calorosa, Amorosa, Presença que acarreta um estado de Unidade Interna, algo nunca sentido antes. Há uma dedicação nova em manter uma atenção, manter um contato consciente, momento há momento, com esta Presença. O interessante, é que a necessidade de ler, sumiu. A necessidade de assistir filmes, procurando por respostas, sumiu. A necessidade de pesquisar sites e blogs, sumiu. A necessidade de evitar pessoas e lugares, sumiu. Tudo parece absurdamente novo.
E.R.: Legal!
N.J.: A pressa, sumiu, a resistência, sumiu, a necessidade de dar a última palavra, sumiu, a necessidade de estar sempre com a razão, sumiu... A seriedade ácida, sumiu, a disputa por conhecimento, sumiu...
E.R.: Eita! Muito bom. Então, você está na paz! Está tranqüilo!
N.J.: Sinto que tudo isso só pode ser mantido, se mantido for este contato consciente com esta Presença. Quando esta consciência desta Presença se torna fraca, forte se torna as investidas mentais para a re-identificação com o passado modo de ser. Mas, há agora, um "despertador interno", tipo um splinker da alma, que dispara quando percebe que o contato está ficando fraco. Há uma necessidade de silêncio. Há uma visão imediata das coisas.
E.R.: Sim.
N.J.: Há um espaço entre os pensamentos, eles não sumiram, mas estão espaçados e sem a antiga violência. Os pensamentos agora são mais referentes a isto que está acontecendo, em como compartilhar... A criatividade explodiu feito milho em óleo quente... É pipoca cósmica para todo lado... Uns se deliciam com elas, outros rejeitam e hostilizam. Mas, não me importo se aceitam ou não; o lance, a alegria, está no ato de tornar disponível ao outro, numa espécie de "pegue e faça você também". Sinta-se a vontade para desfrutar, ou então, seguir com sua vida presa nas garras deste John Mclane, duro de matar... A escolha é do freguês, não sou mais responsável por consertar o mundo. No entanto, posso compartilhar do que vejo agora, sempre aberto para novos olhares mais aprofundados, com a mão aberta, sem me agarrar a nada... É isso que está rolando... Isso e mais um pouco que as palavras não alcançam.
E.R.: hum...
N.J.: Outro fator importantíssimo... Estou muito sensível a energia do outro, mesmo pela tela do computador... Isso aprece loucura, mas, duas ou três palavras e já pesco logo.
E.R.: rsrs... Que legal! Isso é fantástico, é maravilhoso!
N.J.: Sim! Se vejo que ali tem espaço para troca nutritiva, vamos juntos... Caso contrário, vou para o silêncio, não o silêncio rancoroso de outrora... Isso é muito simples, muito simples... Nada de desperdiçar a lenha... A lenha, agira, é para ascender este fogo, este fogo do Ser e não para atacar o outro... Pescou? Eu levo a lenha, e o Ser traz o fogo que está queimando todas as impurezas da mente... Sinto isso como um processo de cura... Também sinto que se instalou, uma nova capacidade de exercitar um "olhar relâmpago" diante dos pensamentos, sentimentos e emoções"... Nesse olhar, não sombra tempo e espaço para a identificação. Isso é uma benção, uma benção qualitativa. Textos, poemas, idéias de arte e fotografia, explodem sem o mínimo esforço...
E.R.: Entendi!
N.J.: Abriu-se um portal, podemos dizer assim... Sinto que o fator primordial para que isso acontecesse foi eu estar me sentindo totalmente impotente diante da solução do meu tédio, da minha insatisfação, mediante a ação do pensamento, da ação da mente. Cheguei num instante em que senti que não tinha mais onde ir, o que ler, ou o que assistir. Estava me sentido totalmente impotente para conseguir uma mudança em minha vida que a tornasse significativa através da observação da mente. Sentia no mais fundo de meu ser, a necessidade de algo além mente.
E.R.: hum.
N.J.: Na observação, me sentia como um cachorro correndo atrás do próprio rabo... Eu perseguia um pensamento, quando ele estava quase findando, vinha com outros sete pela porta dos fundos e pelas janelas laterais... Pescou?
E.R.: Sim!
N.J.: Cheguei num ponto de exaustão. Foi quando encontrei o Marcos, e, com poucas palavras suas, ou com poucas palavras manifestas através dele, me rendi. Quando me rendi, quando soltei o controle, algo aconteceu... E dai pra frente, você pode conferir nos textos do blog.
E.R.: Legal, muito bom, maravilhoso!
N.J.: É como se a visão, o estado de ser, passasse da digital para o 6D...
E.R.: Quero te agradecer também pelo seu trabalho e pela força que você tem dado. Você anda conosco nisso e eu fico muito grato pelo seu trabalho aí junto com o Marcos.
N.J.: Cara, como não posso fazer isso? Como não tentar facilitar que outros bebam disso? De que jeito? Isso não pode ser retido! Isso precisa ser manifesto, compartilhado!
E.R.: É verdade, concordo com você!
N.J.: Estou dando de graça, o que me foi dado pela ação da Graça! Sinto que quanto mais faço, mais me abro para que isto me derreta por inteiro... Para que isto dissolva qualquer achismo,
qualquer ranso mental, qualquer ranso de resistência, qualquer entrave de disputas egóicas, de disputas imaturas de conhecimento livresco, ou de conhecimento institucionalizado... Quanto mais faço, mais observo e absorvo; quanto mais obsorvo, mais me dissolvo... Isso está me levando a um processo de dissolver e, nesse dissolver, isso está me deixando muito leve, leve, livre e solto.
E.R.: Muito bom!
N.J.: Não há preocupações... Isso é fantástico... Nada de mundo da lua, tudo muito pé no chão, pé no chão e a mente no coração. Bem, agora preciso ir buscar a Deca no Metrô. Você vai para o Satsang de hoje a noite?
E.R.: Estarei sim.
N.J.: Nem preciso dizer que nosso bate-papo vai pro Blog...
E.R.: Abraços, irmão! É isso aí, valeu!
N.J.: Um abração e um chute búdico nas canelas!
E.R.: rsrs, legal! Valeu
N.J.: Fui

Conversa entre Ed Roney e Nelson Jonas via MSN
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