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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

30 de agosto de 2011

O confronto da reta final

É preciso estar de olhos bem abertos para as tentativas de auto-boicote criadas pelo nosso pensamento condicionado, nosso ego, neste processo de reconhecimento de nossa natureza real. Neste processo de auto-descobrimento, de auto-revelação, algo é IMPORTANTÍSSIMO: estar alerta nos momentos em que estamos desprevenidos. Estar atentos aos momentos em que estamos desprevenidos a possíveis investidas mentais, a possíveis estímulos internos e externos geradores de dispersão. Percebo que quanto mais nos aproximamos de nossa real natureza, mais o pensamento, o ego, nos bombardeia por todos os lados, com bombardeios que buscam pela identificação, através da qual ele pode dar continuidade a si mesmo. O pensamento se alimenta através da identificação que ocorre quando estamos desatentos. O pensamento, com certeza, buscará todo o seu pacote de memórias, de experiências, de situações vivenciadas, seus velhos temores, o que lhe é mais querido, tudo será jogado de forma disforme, sem lógica, sem coerência, sem uma sequencia lógica. A função destes ataques é criar a identificação que leva a crise, a ansiedade, ao isolamento, ao desespero, a letargia. Em muitos casos, a identificação é tão grande que a pessoa pode acabar por cometer uma loucura; quanto mais próximos do confronto final, maiores serão os ataques do nosso "único e real inimigo", que é o nosso pensamento condicionado, nosso ego, com todas suas imagens auto-centradas. Nesses períodos, sem a prática do contato consciente com esta presença que nos habita e na qual somos, esse enfrentamento tão necessário para a descoberta da verdadeira liberdade humana, acaba por não acontecer.
Para quem sempre foi adestrado para "fazer algo", para "tomar uma posição", "para reagir", para "fugir", ficar só na observação "sem escolhas" parece algo impossível, além de não parecer funcional. Somos educados para estar no controle, não para se soltar e deixar fluir, fluir no Ser que nos faz ser. Como diz minha esposa Deca, "quando a coisa pega parece impossível mesmo a observação". No entanto, esse é o momento crucial, o momento de via cruxis, onde se dá o cruzamento de nossa mente e coração, cruzamento este que nos tira de uma existência numa horizontalidade sem vida, para a verticalidade vivificadora do Ser. Somente esta prática da atenção constante neste centro vital é que pode nos impedir de alimentar as insanas sugestões que criam toda forma de identificação egóica, sempre condicionada, totalmente contaminada pela rede do pensamento.
Estou revendo todo meu processo, revendo as experiências de pessoas próximas que desistiram em meio do caminho. Estou vendo ele querendo abortar este maravilhoso momento de auto-descoberta... Eu só olho para o danado e percebo o porque que em tantas outras vezes foi tão difícil está observação e o porque de a maioria das pessoas acabarem fugindo deste confronto no "elevador do ser"... Faltava a maturidade. Elas fogem, porque chega a ser terrificante, parece que você vai enlouquecer, mas, na verdade, é algo totalmente contrário: trata-se de um processo de desenlouquecimento. Isto parece ser somente para homens e mulheres de saco roxo, homens e mulheres de boa-vontade. É preciso muita atenção, porque este nosso único inimigo interno, sabe muito bem quais são os nossos pontos fracos. Ele fica falando o tempo todo, te colocando em projeções de situações que causam sofrimento — caso você se identifique —, situações que pelas probabilidades nem vão acontecer, visto que não passam de "filminhos de terror", filminhos estes que querem fazer com que você desista deste abençoado processo de libertação, deste abençoado processo de revelação de sua real natureza.
Ele, o ego, por não querer morrer, por não querer ceder seu lugar a sua real natureza, tenta fazer com que você se identifique com toda forma de personagem doentio. O lance aqui é assistir tudo, ver todo o cataclista, toda a confusão tentando se instalar, sem qualquer forma de reação. Isso para o intelecto soa como algo destituído de inteligencia e, mesmo o corpo, por não suportar os efeitos deste confronto, as somatizações, que é outra forma de desfoque criado pelo ego, acaba optando pelas antigas reações que acabam abortando o processo do nascimento de um ser não fragmentado.
Temos a tendência de correr para os ombros e ouvidos de quem quer que nos escute, mas, não temos a tendência de nos apoiar nos ombros e ouvidos amorosos deste Ser que nos faz ser. Quando corremos ao outro, o que muitas vezes pode ser bom, nos impedimos de ficar com o que é melhor. Se queremos realmente entrar em contato com nossa real natureza, precisamos nos abrir para o "bom combate", abrindo mão de toda forma de dependência psicológica que impede o consumar desse encontro final com a verdade, com a nossa verdade, com a nossa real natureza. Temos que nos abrir a essa observação de tudo que ocorre em nossa mente, em nosso corpo, em nossa psique, se abrir se qualquer forma de defesa, de resistência. Se formos sérios, se dedicarmos a paixão necessária a essa observação sem escolhas, sem resistências, sem qualquer forma de fuga ou de dependência psicológica, "algo" totalmente novo, totalmente desconhecido, se apresenta em nosso centro, no centro de nosso ser.
De coração, espero que você não acredite em mim: ouse, experimente e descubra por si mesmo! Um fraterabraço e um beijo em seu coração.
Nelson Jonas Ramos de Oliveira
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