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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

16 de agosto de 2011

Por que sofremos?

O pensador, upload feito originalmente por NJRO.


Sofremos porque somos escravos de nossos desejos, escravos de nossos impulsos reativos a enorme quantidade de mensagens provenientes da rede de pensamentos condicionados. Por décadas fomos adestrados, moldados, formatados para reagir a esses impulsos, dos quais a grande maioria é inconsciente, sem que nos atentemos para a fala mansa e suave de nosso Ser. Quando identificados com a nossa mente, o nosso eu, quando nossa ideia de quem somos se identifica como sendo esses constantes e acelerados monólogos da mente, não há como não permanecer num estado de ser, cuja qualidade dos sentimentos não seja uma expressão direta da ansiedade, da angústia, da insegurança, ou então, de euforia momentânea, erroneamente tida por felicidade, alegria. Essa euforia, além de ser sempre de curta duração, é seguida de longos períodos de vazio, insatisfação, tédio, e não raro, de velada depressão narcotizada.
Não é nada fácil, depois de décadas em um modo de vida cuja referência de ser está na ideia de "eu", o "eu" identificado com os monólogos acelerados da mente, "desviciar" dessa errônea ideia de quem somos, de que somos essa personalidade, essa mente, esse eu. Colocar em contra-marcha esse estado acelerado, despercebido, distraído de estar no mundo, com os olhos, os sentidos todos totalmente voltados para fora, narcotizados para não entrarem em contato com o próprio interior, esses sentidos em constante estado de hipnose a ponto de não verem nada, é algo que, se for contar apenas com o próprio esforço da mente, mostra-se totalmente impossível. Inicialmente, esta tentativa, por vezes, momentaneamente encontra sucesso, mas, o que se apresenta de fato, por não termos propriedade em nós mesmos, por esse controle ser falho, por não ser um estado natural de nosso ser, facilmente nos vemos novamente envolvidos na auto-hipinose mental. Vivemos num constante estado de narcotização criado pela droga do nosso pensamento condicionado, seja em forma de constantes preocupações, seja pela constante formação de ciclos compulsivos de desejos variados. Somos tomados por esses polos conflitantes da mente, através dos quais, boa parte de nossa reduzida energia se esvai. Nosso limitado pensamento, ao tentar encontrar soluções para os problemas criados por ele mesmo, nos acresce de mais e mais confusões. Esse é um ciclo vicioso, onde vivemos um modo de vida onde nos desgastamos ao apagar incêndios um atrás do outro. Para muitos, esses incêndios duram toda uma existência sem vida.
Mesmo quando muitos de nós tomamos apercebemos disto, mesmo quando tomamos consciência disto, ainda nos vemos vitimados por esse vicio mental imaginativo, o qual nos mantém distantes da verdadeira realidade, tanto interna como externa. Dessa forma, vamos arrastando silenciosamente todo tipo de sofrimento que, de forma lenta mas poderosa, vai tomando conta de nosso corpo em varias formas de manifestações psicossomáticas. O viver sem consciência do ser, é ser sem consciência, e sem consciência, não há viver, só sofrer.

Nelson Jonas R. de Oliveira
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