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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

14 de setembro de 2011

O que você vai ser quando você crescer?

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Parado na lentidão do trânsito, nesta manhã nublada de setembro, enquanto via a enorme quantidade de homens e mulheres, com seus olhares tensos diante do Fórum Trabalhista de São Paulo, uma enorme ficha caiu referente a forma como somos formatados desde cedo, através da pergunta que mais ouvimos de tantas pessoas que são significativas para nós, num período em que somos psicologicamente vulneráveis... A pergunta é: 
"O que você vai ser quando crescer?"... 
E nunca:
"O que você é agora?"... 
Com essa frase é que muitos de nós fomos formatados a creditar que nosso valor vai estar "num futuro distante", a acreditar que não somos de importância real agora, a acreditar que para sermos levados a sérios temos que nos tornar algo e esse algo está sempre lá na frente, de forma muito cara, nunca aqui e agora. Somos educados que não somos o suficiente pelo que realmente somos, somos educados que seremos "alguém" de acordo com a nossa profissão e quanto mais rentável for esta profissão, mais valor teremos. Somos educados num processo competitivo que faz com que olhemos para aqueles ao nosso lado, como inimigo, concorrentes, pessoas das quais não podemos confiar. Então, além de nosso valor estar no futuro, nosso valor também está associado a algo externo, está associado em conseguir ser "o mais esperto". Essa é a base de nossa alienação coletiva, alienação esta que se dá com o processo que erroneamente chamam de educação. Fomos formatados para nos integrar a esta corrupta sociedade através da desintegração de nosso real estado de ser. Nos formataram com uma moral que nada tem de moral, na realidade é totalmente imoral. Não fomos educados para o Ser, mas sim, para o vir-a-ser, para o vir-a-ser para conseguir vir-a-ter. Isso que erroneamente chamam de educação, nada tem a ver com o real significado da palavra "educação". O que chamam de educação, na realidade é um processo de adestramento, de amestramento. Educação é algo que se encontra na esfera do coração e não esse estúpido método de formatação mental que está fortemente ligado na prisão do tempo, nessa insana ponte entre passado e futuro. Isso que chamam de educação, que chamam de cultura é a maior forma de alienação, de formatação, de padronização, padronização esta que devido ao longo período em que a ela somos expostos, nos distancia de nossa real natureza. 
Por isso que afirmo a todo aquele que esteja atravessando um forte período de conflito interno, que esteja atravessando uma dolorosa "depressão", que esse é um momento abençoado, por mais que neste momento, sua dor o impeça de assim constatar. Brinco sempre com os meus amigos mais próximos, que a palavra "depressão" é uma palavra que não corresponde a beleza desse momento, uma vez que, sem confusão, não há fusão. A palavra que poderíamos utilizar, que no meu sentir, expressa melhor a realidade desconhecida de todos quanto a este bem-aventurado momento, é a palavra que cunhei como "Deuspressão". Essa é uma pressão interna que é gerada pela nossa real natureza, real natureza que foi hermeticamente fechada, que foi ocultada de nossa Consciência através de toda nefasta cultura, de toda corrupta educação, de todo desgastado sistema de crença a que fomos sistematicamente expostos. É preciso dar as boas-vindas a esse confuso estado, estado este que não se apresenta para nos desintegrar, mas sim, para dar inicio a um processo, a um trabalho que pode nos facultar um estado de Ser livre de toda dualidade, livre de toda escolha, livre de toda competição, livre de todo ajustamento servil, livre de todo vir-a-ser, livre de toda forma de fragmentação interna. Sem essa abençoada "confusão", não há como dar início a esse bem-aventurado estado de fusão, fusão esta, que é o resultado direto da Unidade, da Unicidade entre mente e coração. Nossa educação nos manteve por anos e anos identificados em nossa mente, assim como totalmente analfabetos de nosso coração, de nossa real natureza, analfabetos deste amoroso pulsar que a tudo qualifica, que a tudo quantifica de modo amorosamente simples. Isto que chamo de "Deuspressão", nada mais é do que o início de uma nova e real educação, educação esta que aponta para o coração e, só através do coração é que somos dotados de uma qualidade de ser em que, pela primeira vez em nossa vida, podemos sentir de peito aberto, que fazemos parte desta única humanidade, de que somos dignos de ser vistos como um autêntico "ser humano". 
Um fraterabraço e um beijo em seu coração.
Nelson Jonas R. de Oliveira
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