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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

23 de novembro de 2011

É possível libertar-se do eu?

A medida que se vive, observa-se que esse centro, esse "EU" , é a essência de todos os problemas. Observa-se, também, que ele é a essência de todo prazer, medo, e tristeza.

"Como escapar desse centro para ser realmente livre - de forma absoluta e não relativa?"

"É possível livrar-se totalmente desse centro?"

Tentando impor algo a si mesmo, o "EU" , que se identifica com esse esforço, é capturado por ele e diz: "Eu consegui" , mas esse "EU" ainda é o centro.

"Se você não deve se esforçar porque acredita que, quanto maior o esforço feito, maior será a resistência do centro, então, o que fazer?"

"Há um verdadeiro "EU" , separado do "EU" criado pelo pensamento através de suas imagens?"

"É possível libertar-se do "EU" ?"

"Sem tornar-se distraído, de certo modo louco?"

Em outras palavras: é possível ser totalmente livre de apegos?, o que é um dos atributos, uma das qualidades do "EU". As pessoas são apegadas à própria reputação, ao próprio nome, às próprias experiências. São apegadas ao que dizem. Se você quer realmente libertar-se do "EU", isso significa ausência de laços; o que não que dizer que você se torne desinteressado, indiferente, insensível, que se feche em si próprio, pois tudo isso é uma outra atividade do eu. Antes, ele estava apegado; agora, ele diz: "Eu não me apegarei". Esse é ainda um movimento do "EU". Quando você está realmente desapegado, mas sem esforço, de uma forma profunda, básica, então, desse profundo senso de desapego nasce a responsabilidade, o profundo senso de responsabilidade.

Você está disposto a isso? Esta é a questão. Podemos discutir eternamente, usar palavras diferentes, mas quando chega a hora de pôr isso em prática, de agir, parece que não queremos fazê-lo; preferimos continuar como somos, com o status quo ligeiramente modificado, mas levando adiante nossos conflitos.

Libertar-se da própria experiência, do próprio conhecimento, da própria percepção acumulada - isso é possível se você se empenhar energicamente. E não toma tempo. Essa é uma de nossas desculpas: precisamos ter tempo para sermos livres. Quando você percebe que um dos maiores fatores do "EU" é o apego, e observa o que ele faz ao mundo e ao seu relacionamento com os outros - desavenças, separação, toda a fealdade de um relacionamento - se você percebe a verdade sobre o apego, então você estará livre dele. Sua própria percepção o libertará. Você está disposto a isso?

Krishnamurti - Perguntas e respostas - Ed. Cultrix
Autor - Jiddu Krishnamurti
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