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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

15 de novembro de 2011

Filme: Adi Shankaracharya

Adi Shankaracharya. Ano 1983. Diretor: GV Iyer

Baseado na vida de um dos maiores pensadores indianos, Adi Shankarcharya é uma conquista impressionante nos anais do cinema mundial. É também o primeiro filme já feito na língua sânscrita clássica.

Por volta do século VIII, o hinduísmo estava em uma situação de acelerada decadência, devido a profusão de outras crenças e doutrinas como o Budismo. É neste cenário que Shankaracharya nasceu (788-820 dC). Seu pai era praticante do Brahmanismo. Após a morte de seu pai, o jovem Shankaracharya foi levado a refletir sobre conceitos tais como a vida e a morte, o corpo e a alma por meio de textos filosóficos. Na busca da ampliação de seus conhecimentos, ele renunciou ao mundo e partiu em uma jornada tendo a morte e a sabedoria como companheiros. No caminho, ele escreveu vários comentários que mudaram a forma como a humanidade considera a religião, integrando as noções de um ser interior e um ser superior, dando origem ao conceito da não-dualidade.

Shankaracharya consolidou a doutrina do Advaita Vedanta, um sub-escola de Vedanta. Seus ensinamentos são baseados na unidade da alma e de Brahman, Brahman o qual é visto como sem atributos. Ele veio de Kalady da atual Kerala. Shankara viajou por toda a Índia e outras partes da Ásia do Sul para propagar a sua filosofia através de discursos e debates com outros pensadores. Ele fundou quatro mathas ("mosteiros"), que o ajudaram no desenvolvimento e propagação do Advaita Vedanta. Acredita-se que Adi Shankara seja o organizador da ordem monástica Dashanami e fundador da tradição Shanmata. Suas obras, em sânscrito, que ainda existem hoje, se preocupam com o estabelecimento da doutrina de Advaita (não-dualismo). Shankara confiou inteiramente nos Upanishads como referências sobre Brahman e escreveu comentários sobre a copiosa Canon védica (Brahma Sutra, principais Upanishads e o Bhagavad Gita) como apoio da sua tese. O principal adversário de seu trabalho é a escola de pensamento Mimamsa, embora ele também oferece alguns argumentos contra os pontos de vista de algumas outras escolas como o Samkhya e algumas escolas de budismo. Hoje existem vários centros em todo o mundo dedicados à propagação dos ensinamentos de Shankaracharya.

Acompanhado por uma trilha sonora baseada nos Vedas indianos, o filme acaba sendo tanto uma experiência cinematográfica como uma profunda jornada mental. Adi Shankaracharya recebeu merecidamente o prêmio nacional da Índia como Melhor Longa-Metragem, Melhor Cinematografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro.

Roteirista: Benanjaya Godvincharya. Elenco: Sarvadaman D. Banerjee, M.V. Narayana Rao, Manjunath Bhatt, Leela Narayana Rao, L.V. Sharada Rao, Bharat Bhushan, T.S. Nagabharana, Srinivasa Prabhu, Gopal.
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