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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

14 de dezembro de 2011

O poder e a corrupção


Ainda que Deus é a fonte última de toda energia, 
o eu tem a tendência a empregá-la mal para 
seus próprios propósitos ignorantes.
Bernadette Roberts

"É fácil ser monge no alto da montanha", de diz, e com razão. Nas montanhas, a sós, você não tem que pelejar mais do que com a sua própria mente e suas forças internas. Enquanto o monge permanece recluso (ainda que pense estar iluminado muito antes que assim seja) não causa dano, exceto a si mesmo, supostamente. Porém, quando desce da montanha e volta a entrar no mundo das relações humanas, tudo se manifesta externamente. Toda tendência interna frente ao abuso do poder  — o que chamamos "corrupção" — tem uma contraparte externa. Além do mais, o mundo externo muitas vezes não oferece clareza e verdade, senão que se faz de espelho da corrupção interior. Os mundos internos e externos estão cheios de oportunidades para que se manifeste a corrupção no indivíduo que tenha ainda que seja mínima vulnerabilidade não revelada para as seduções do poder.

O poder, em si mesmo não é algo ruim. Só os indivíduos verdadeiramente poderosos são capazes de produzir transformações positivas nos outros e no mundo. Os grandes políticos, os líderes espirituais e indivíduos menos conhecidos que tem influenciado e afetado seus ambientes são todos eles pessoas poderosas. O poder em si mesmo é uma força neutra, objetiva, que só se corrompe quando se usa com propósitos egocêntricos ou egoístas. Por exemplo, o poder da CEO é útil quando oferece um ambiente de trabalho saudável para os empregados  da companhia, não explora os recursos humanos nem materiais e oferece um serviço necessário às pessoas. Esse mesmo poder se corrompe, não obstante, quando se usa para propósitos puramente egocentrados: controlar os outros, acumular irracionalmente lojas de recursos enquanto outros lutam para obter o mínimo, produzir produtos que causam danos ao ambiente, etc.

Joel Kramer e Diane Alstad, co-autores de The Guru Papers, afirmam:

As corrupções do poder tem lugar quando manter o poder se converte em algo fundamental e mais importante que seu efeito sobre os outros. Ainda que este tipo de perigo está presente em toda interação humana, quando as possibilidades de corrupção se intensificam é quando se unem o poder e a posição... A hierarquia e a autoridade formam parte da paisagem humana. Ambos se tornam autoritários quando sua principal tarefa passa a ser a sustentação do poder. 

A maioria dos mestres espirituais detém um enorme poder pessoal, inclusive quando se trata de pseudosmestres ou mestres não totalmente realizados. Muitos estudantes espirituais detém igualmente tal poder. Este poder é neutro em si mesmo, um pré-requisito para guiar com eficiência aos outros. Bem, agora, há que se estar vigilante para perceber quando o ego e o desejo se mesclam com esse poder até o ponto de dominá-lo.  
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