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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de janeiro de 2012

A compreensão do "eu" - parte 2

Sem a total compreensão do "eu", qualquer ação que busque por mudanças nas situações externas, só pode acarretar em mais conflito e confusão, uma vez que, mudança não é o mesmo que mutação. Na ação que busca por mudança — o que na realidade não é ação, mas sim, ré-ação — os resultados não podem ser muito diferentes dos conflituosos resultados já instalados, uma vez que as bases do "eu" é que sustentam, de forma abalada devido a constante presença do medo, os pilares da mudança. Só na compreensão do "eu" se opera uma mutação real e instantânea, uma vez que, na compreensão do "eu", toda manifestação de medo deixa de existir e, só quando a mente está livre do medo, se torna possível o vivenciar de um estado de ser cujas bases sejam o amor, a felicidade e a consequente liberdade. As mudanças podem trazer um alívio momentâneo, mas nunca a excelência do ser. Sem a profunda e instantânea compreensão do "eu", qualquer forma de mudança implicará numa espiral sem fim de mudanças sempre conflituosas. Mudança implica em reforma e, como a própria palavra indica, são ajustamentos à formas pré-estabelecidas, que falseiam o original. No contato com o estado original sem "eu" é que pode se manifestar a mutação que proporciona a verdadeira liberdade da mente humana de seu antigo sistema de pensamento e seus consequentes vícios comportamentais. Para o alcance desse estado de liberdade é imperativo a compreensão do "eu" com suas rotineiras exigências, necessidades, desejos, manias e motivações. De nada adianta o sincero desejo de suprimir um determinado desejo, uma vez que, a base desta supressão parte do próprio desejo, o que aponta para um processo de mudança de desejo e não para a compreensão do mecanismo do desejo, bem como da entidade desejante, o "eu". Sem a eliminação da entidade desejante — não pelo esforço, mas pela compreensão — torna-se impossível a manifestação de um estado livre de toda manifestação de ansiedade, medo, insatisfação e da busca por um novo objeto de desejo que traga alívio imediato para toda forma de conflito causado por tais dolorosos sentimentos. 
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