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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

2 de fevereiro de 2012

QUEM SOU EU?


QUEM SOU EU?

Todo ser vivente deseja sempre ser feliz e intocável pelo sofrimento; e cada um tem maior amor por si mesmo; tal se deve que a felicidade é a sua real natureza. Daí que, a fim de realizar essa felicidade inerente e imaculada, cuja experiência ele diariamente tem quando a mente está submersa em sono profundo, é-lhe essencial que conheça a si mesmo. Para obter tal conhecimento, a indagação "Quem Sou Eu?", buscando o Ser, é o meio por excelência. 

"QUEM SOU EU?" Eu não sou este corpo físico; nem sou os cinco órgãos de percepção sensorial¹; eu não sou os cinco órgãos de atividade externa²; não sou as cinco forças vitais³; e nem mesmo a mente pensante.

Tampouco sou aquele inconsciente estado de ignorância que retem meramente as vasanas sutis (latentes na mente), e sou, então, livre da atividade funcional dos órgãos sensoriais da mente, estando alheio à existência dos objetos da percepção sensorial. 

Portanto, rejeitando sumariamente todas essas coisas acima mencionadas e suas funções dizendo "eu não sou isto, não, nem sou isto, nem isto", aquilo que então permanece, separado e por si mesmo, o puro estado de percepção, é o que verdadeiramente Eu Sou. 

Este estado de percepção é, por sua verdadeira natureza, SAT - CHIT - ANANDA (Existência, Consciência, Felicidade). 

RAMANA MAHARSHI
— o0o — 
__________
¹ A vista, o ouvido, o nariz, a língua e a pele, com suas correspondentes funções de ver, ouvir, cheirar, degustar e tocar.

² Os órgãos vocais que articulam a palavra e produzem o som, mãos e pés que governam os movimentos do corpo físico, ânus que excreta as fezes, os genitais que dão lugar ao prazer. 

³ As quais controlam a respiração, digestão, e assimilação, circulação sanguínea, transpiração e excreção. 



Se a mente, que é o instrumento do conhecimento e base de toda a atividade, cessa, cessa também a percepção do mundo como uma realidade objetiva. A menos que acabe a percepção ilusória da corda transmudada em serpente, a corda que dá lugar à ilusão não é percebida como tal. Mesmo assim, a menos que a natureza ilusória do mundo com uma realidade objetiva cesse, a Visão da verdadeira natureza do Ser, na qual a ilusão é formada, não será obtida. 

A mente é o poder único no Atman, por meio do qual ocorrem os pensamentos de cada um. Verificando o que permanece após a eliminação de todos os pensamentos, achar-se-á que não existe mente separada do pensamento. Então, os próprios pensamentos é que constituem a mente. 

Nem há uma coisa tal como o mundo físico fora e independente do pensamento. No sono profundo não há pensamento, nem mundo. Nos estados de vigília e de sonho há presença do pensamento e também do mundo. 

Assim como a aranha projeta de si mesma o fio para a teia, e recolhe-o novamente, também a mente projeta o mundo e o absorve. O mundo é percebido como aparente realidade objetiva quando a mente se exterioriza e deste modo esquece sua identidade com o Ser. 

Quando o mundo é assim percebido, a verdadeira natureza do Ser não é revelada; ao contrário, quando o Ser é realizado, o mundo cessa de aparecer como realidade objetiva. 

Por uma investigação firme e contínua sobre a natureza da mente, ela é transformada n'Aquilo a que o EU alude; e Aquilo, em verdade, é o Ser. A mente, para existir, tem que depender sempre de alguma coisa concreta; ela nunca subsiste por si mesma. É esta mente que é, doutro modo, chamada de corpo sutil, ego, jiva ou alma. 

Aquilo que se levanta no corpo físico como "eu" é a mente. Caso se investigue de onde surge o pensamento-eu no corpo, achar-se-á, em primeiro lugar, que é no "Eu sou o Coração" ou Coração. Este é a fonte e o apoio da mente. Chegaremos à mesma fonte pelo processo de repetir EU-EU, continuamente e fixando a mente no coração com firmeza. 

O primeiro e o principal pensamento que surge na mente é o primordial pensamento-eu. É somente após originar-se o pensamento-eu que inumeráveis outros pensamentos surgem. Noutras palavras, somente após o primeiro pronome pessoal, eu, ter surgido, apareceram o segundo e o terceiro (tu, eles, etc.) e eles não subsistem sem o primeiro. 

Desde que todo o pensamento somente pode surgir após o pensamento-eu; e desde que a mente nada mais é que um feixe de pensamentos; é somente através da indagação "Quem Sou Eu?" que a mente silencia-se. 

Além disso, o integral pensamento-eu, implícito em tal pesquisa, tendo destruído todos os demais pensamentos, se destrói a si mesmo, ou consome-se, tal como acontece com o bastão usada para atiçar a pira funerária. 

Mesmo quando pensamentos vadios surgem durante tal investigação, não tente contemplá-los, ao contrário, mergulhe em si mesmo, perguntando: "A quem ocorreu tal pensamento?" Não importa quantos pensamentos possam surgir, se você permanece alerta para, na mesma hora, identificá-los e apontar a quem eles ocorrem (a "mim"). Se então, você indaga "Quem Sou Eu?" — a mente torna-se introvertida e os pensamentos sossegam. Deste modo, se perseveramos decididamente na prática da auto-investigação, a mente adquire força crescente e poder para habitar sua Fonte. 

É somente quando a mente sutil se exterioriza através da atividade do intelecto e dos órgãos dos sentidos que nomes e formas grosseiras constituintes do mundo aparecem. Quando, por outro lado, firma-se e permanece no Coração, eles (nomes e formas) recuam e desaparecem. A restrição da mente que se exterioriza e sua absorção no Coração é conhecida como introversão. A libertação da mente e sua emergência do Coração é conhecida como objetivação. 

Se, desse modo, a mente torna-se absorvida no Coração, o ego (ou o eu), que é o centro da multiplicidade dos pensamentos, desaparece finalmente, e a pura Consciência ou Ser, que subsiste em todos os estados da mente, permanece só resplandescente. 

É este estado, onde não há o menor traço do pensamento-eu, que é o nosso verdadeiro Ser. E isto é chamado Quinta-essência ou Mouna.

Este estado de mera imanência no Puro Ser é conhecido como Visão da Sabedoria. Tal inerência significa e implica na inteira imersão da mente no Ser. Qualquer coisa além disso e todos os poderes psíquicos da mente, tais como leituras do pensamento, clarividência e telepatia, não podem ser Sabedoria. 

Somente o Atman existe e é real. O mundo, a alma individual e Deus são como a ilusória aparência de prata na madrepérola, criações imaginárias no Atman. Eles aparecem e desaparecem simultaneamente. Verdadeiramente, somente o Ser — é o mundo, o eu e Deus. 

Tudo que existe é apenas a manifestação do Supremo. 

Para o silenciamento da mente não há meio mais eficaz e adequado que a Auto-investigação. Muito embora a mente possa ser sossegada por outros meios, isto dá resultados somente aparentes: ela se levanta de novo. 

Por exemplo, a mente aquieta-se pela prática da retenção e controle da respiração e das forças vitais; contudo, tal quietude dura apenas enquanto dura o controle respiratório e das forças vitais; mas, quando isto cessa, a mente se liberta, e torna-se imediatamente exteriorizada, errando enfadonhamente por força de suas tendências sutis. 

Dum lado a fonte da mente, doutro a respiração e as forças vitais — tudo isto significa a mesma coisa. É realmente a multiplicidade de pensamentos que constitui a mente; e o pensamento-eu é o primeiro pensamento da mente, e ele é o próprio ego. A respiração se origina na mesma fonte do ego. Daí que, quando a mente se tranquiliza, a respiração e as forças vitais passam por igual fenômeno; inversamente, quando a respiração e as forças vitais se acalmam, o mesmo sucede com a mente.

A respiração e as forças vitais são, também, descritas como manifestações grosseiras da mente. Até a hora final a mente alimenta e apóia estas forças no corpo físico. E, quando a vida se extingue, a mente as envolve e as leva consigo. Durante o sono, entretanto, as forças vitais continuam suas funções, embora a mente não esteja em atividade. Isto se acha de acordo com a lei divina e foi determinado para proteger o corpo, eliminando qualquer possível dúvida quanto ao seu estado durante o sono (se ele está vivo ou morto). Sem essa disposição da natureza, corpos adormecidos seriam frequentemente levados para serem cremados, embora vivos. A vitalidade aparente da respiração é deixada pela mente como um "vigia". Mas na vigília e no Samadhi (identificação do ser individual com o Ser Real, Universal), quando a mente cessa, o prana — a energia vital — também cessa. Por esta razão, (isto porque a mente tem o poder sustentador e controlador sobre as forças vitais e a respiração, sendo portanto, anterior a ambas), a prática do controle da respiração (pranayama) é meramente útil para subjugar a mente, contudo não consegue levá-la a extinção final. 

Do mesmo modo, o controle da respiração, a meditação sobre a forma, mantras, e a regulação da dieta, são apenas ajudas para o controle da mente. Pela prática da meditação e contemplação a mente torna-se convergente. Como a tromba do elefante, que, sempre inquieta, sossega quando é forçada a segurar uma cadeia de aço — de modo que o elefante prossegue seu caminho sem preocupar-se com qualquer outro objeto — assim a mente inquieta, sendo treinada e habituada ao Nome e à Forma pela meditação e contemplação, se aferrará apenas a isso. 

Quando a mente se subdivide e se dissipa em inumeráveis pensamentos, cada pensamento individual fica extremamente fraco e ineficiente.

Quando, ao contrário, esses pensamentos reduzem-se progressivamente, até que são finalmente destruídos, a mente torna-se convergente, adquirindo, deste modo, força e poder permanente; eis que facilmente atinge a perfeição no método da busca do Ser. 

Regularização da dieta, restringindo-a aos alimentos simples e nutritivos que mantém mas não estimulam o corpo físico (alimentos satwicos), tomados em quantidade moderada, é a melhor de todas as normas de conduta; e também, a que mais facilmente conduz aos desenvolvimento das qualidades satwicas da mente — pureza de coração, auto-domínio, equanimidade de temperamento, ternura em relação a todos os seres, fortaleza, libertação de desejos do ódio e da arrogância. Estas, por seu turno, ajudam a prática da indagação na busca do Ser. 

Incontáveis tendências sutis da mente relacionadas com os objetos agradáveis aos sentidos que surgem uma após outra, tal como ondas do oceano, agitam a mente. Não obstante, elas perdem a força e, finalmente, são destruídas, pela prática constante de meditação sobre o Ser.  

Sem dar lugar ao pensamento de dúvida sobre se é possível permanecermos com o verdadeiro Ser, ou se as tendências podem ser destruídas — devemos persistir firmemente meditando sobre o Ser. 

Por mais pecadora que uma pessoa possa ser, se ela cessasse seus inconsoláveis lamentos: "Ah! eu sou um pecador; como poderei chegar à salvação? " — e eliminasse mesmo o pensamento de que é um pecador — se ela cuidadosamente continuasse meditando sobre o Ser, mais facilmente obteria a salvação.

Enquanto  as tendências sutis da mente relacionadas com objetos agradáveis aos sentidos forem inerentes à mente, é necessário continuar pesquisando — “Quem sou eu?” A proporção que os pensamentos ocorram, dever-se-á aniquilá-los um a um, no mesmo momento e na sua fonte, pelo método da investigação sobre o Ser.

Não desejar coisa alguma estranha a si mesmo, constitui desapego ou não desejar. Não abandonar a nossa permanência no Ser, constitui Conhecimento. Mas, verdadeiramente desapego e Conhecimento são uma e mesma coisa. Exatamente como o pescador de pérolas, atando pedras à cintura, busca as profundidades e obtém as pérolas do fundo do mar, assim o aspirante, escudado pelo desapego, mergulha no interior de si mesmo e realiza o precioso Atman. Se o tenaz buscador cultivar exclusivamente a contemplação profunda e constante, da verdadeira natureza do Ser, até que o tenha realizado, terá feito o suficiente.

Pensamentos de distração são como inimigos na fortaleza. Enquanto eles dominarem a fortaleza, certamente eles investirão. Mas se você, à medida que surgirem, passá-los a fio de espada, poderá finalmente capturar a fortaleza.

Deus e Guru (Mestre) na realidade, não são verdadeiramente diferentes; eles são idênticos. Aquele que faz jus à Graça do Guru, será salvo indubitavelmente, e jamais será esquecido — tal como a presa abocanhada pelo tigre jamais poderá escapar. Mas o discípulo, de sua parte, deve seguir, sem desvios, o caminho indicado pelo Mestre.

Firme e disciplinada permanência no Atman, sem conceder a menor oportunidade a que levante qualquer pensamento que não seja aquele de profunda contemplação do Ser, é o que constitui verdadeiramente a auto-submissão ao Supremo Senhor. Que qualquer fardo seja entregue ao Senhor e Ele o carregará. Esse é de fato o indefinível poder do Senhor que ordena, sustenta e controla tudo o que acontece. Porque então se consumir atormentado por pensamentos aflitivos, dizendo: “Devemos agir deste modo; não, daquele...” ao invés de, mansa e alegremente, submeter-se àquele Poder? Sabendo muito bem que o trem carrega todo o peso, porque deveríamos nós, seus passageiros, levarmos em nossos colos pequenas bagagens individuais, para nosso grande desconforto, ao invés de pô-las de lado, e quedarmo-nos á vontade? Aquilo que é a Felicidade é verdadeiramente o Ser. Felicidade e Ser não são diferentes e separados, mas o mesmo e idêntico. E isso unicamente é o real. Em nenhum dos inumeráveis objetos do mundo há qualquer coisa que possa ser chamada de felicidade.

É por pura ignorância que nós imaginamos obter felicidade com essas coisas. Pelo contrário, quando a mente se exterioriza, sofre dor e angústia. De fato, cada vez que os nossos desejos são satisfeitos, a mente, voltando à sua fonte, experimenta apenas a felicidade que é natural do Ser. Do mesmo modo, no sono profundo,  no transe espiritual (Samadhi), no desmaio, etc., quando o objeto desejado é obtido, ou quando o mal recai sobre aquilo que consideramos indesejável, a mente volta-se para dentro e usufrui aquela felicidade do Atman. Desta maneira, perambular à toa, esquecendo o Ser, e voltar novamente ao interior, eis i interminável e enfadonho papel da mente.

É agradável permanecer à sombra de uma árvore; fora dela o sol está causticante. Quem está sob o calor do sol, busca a sombra refrescante. Repousando um instante, sai, mas não suportando o sol impiedoso, volta para a sombra. Move-se ele desse modo, ora buscando o sol, ora retornando à sombra.

Quem age dessa maneira — não é sábio. O sábio, porém, jamais abandona a sombra: do mesmo modo a mente do Sábio iluminado (Jnani) nunca está fora de  do Absoluto (Brahman).

A mente do ignorante, por outro lado, entrando no mundo fenomenal, sofre dor e angústia; e, então, voltando por instantes ao Absoluto (Brahman), experimenta felicidade.

O mundo fenomenal, no entanto, nada mais é que o pensamento. Quando o mundo apaga-se para a nossa visão — o que acontece quando cessamos de pensar — a mente usufrui a felicidade do Ser. Inversamente quando o mundo aparece — o que se dá quando ocorre o pensamento —, a mente experimenta dor e angústia.

O sol nascente não faz qualquer esforço, nem emite desejo ou decisão, mas, meramente devido a seus raios, as lentes emitem calor, os lotos desabrocham, água se evapora e as pessoas entregam-se ás suas tarefas na sociedade. Na proximidade de um magneto, a agulha se move. Mesmo assim, a alma — ou jiva — sujeita à tríplice atividade de criação, preservação e dissolução, que se sucedem simplesmente ante a Presença única do Supremo Senhor, realiza os atos relativos a seu Karma (fruto das ações passadas que brotam na presente vida) e entra em repouso após tal atividade. Mas o próprio Senhor nada decide; nenhum ato ou acontecimento toca sequer a fimbria de seu Ser. Este estado de imaculada distancia é semelhante ao do sol que não é tocado peãs atividades da vida, ou ao todo-penetrante éter, que não é afetado pela interação das complexas qualidades dos outros quatro elementos.

Todas as escrituras, sem exceção, proclamam que, para atingir a Salvação, a mente deve ser subjugada; e sabendo-se que o controle da mente é a conclusão final das escrituras, é fútil entregar-se a um interminável estudo das mesmas. O que se requer para tal controle é o uso imediato da auto-interrogação: “Quem sou eu?” Como então, poderia esta investigação, visando ao Ser, ser feita tão-somente através do estudo das escrituras?

Devemos realizar o Ser mediante o olho da Sabedoria. Necessitaria Rama de um espelho para que pudesse reconhecer-se como Rama? Aquilo que se refere ao Eu está dentro dos cinco envoltórios (físico, vital, mental, Conhecimento, Experiência e Felicidade), enquanto que as escrituras estão fora deles. Portanto, a busca do Ser, por meio das escrituras, (que tem de realizar-se pela rejeição total até mesmo dos cinco envoltórios), seria mera futilidade.

Investigando-se: “Quem está escravizando?" e chegando-se a conhecer nossa real natureza, encontraremos a única Libertação. Manter a mente constantemente voltada para dentro, permanecendo assim no Ser é apenas Atma-vichara, enquanto que dhyana consiste na fervorosa contemplação do Ser como Sat-Chit-ananda.

Em verdade virá o momento em que teremos de esquecer tudo o que foi aprendido. Exatamente como é fútil examinar o lixo destinado a ser lançado fora, assim, aquele que busca conhecer o Ser, procederá futilmente se, em vez de abandonar os elementos dentro dos quais a existência fenomenal — desde a mente sutil até a matéria grosseira — é classificada (Tattwas), que envolvem o Ser, põe-se a enumerá-los e a examinar suas qualidades.

O mundo fenomenal deverá ser considerado, para ele, meramente como um sonho (no que lhe diz respeito).

A única diferença entre o estado de vigília e o estado de sonho, é que o primeiro é longo e o segundo é curto — nenhuma outra diferença há entre eles. Todas as atividades do estado de sonho parecem nele tão reais, quanto as atividades do estado desperto nos parecem, quando estamos igualmente acordados. Pois pensamentos dum lado, nome e forma do outro, ocorrem simultaneamente, tanto no estado de sonho como no de vigília. Durante o sonho, porém, a mente assume outra forma, ou seja um diferente estado corpóreo. Isto porque pensamentos, dum lado, nome e forma, do outro, ocorrem, simultaneamente, tanto no estado de vigília como no de sonho.

Não há duas mentes (uma boa e outra má). Somente as tendências da mente é que são de duas espécies: boas e favoráveis, más e desfavoráveis. Quando a mente está associada às favoráveis é chamada boa; quando ligada ás desfavoráveis, é chamada má.

Ainda que outras pessoas possam parecer malignas, não é conveniente odiá-las ou desprezá-las. Gosto e desgosto, amor e ódio, devem ser igualmente evitados.

Não é bom, também, deixar que a mente pousar amiúde sobre objetos ou negócios da vida mundana. Tanto quanto possível, deve-se evitar interferir na vida dos outros.

Cada coisa que ofertamos a outrem é, verdadeiramente, uma dádiva a nós mesmos; se esta verdade for compreendida quem recusará algo aos outros?

Se o ego surge, tudo o mais se levanta, se ele desaparece, tudo o mais cessa. Quanto mais profunda a humildade com que nos conduzirmos, tanto melhor será para nós. Se mantivermos a mente sob controle, que importância terá o lugar em que estivermos?

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