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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

6 de abril de 2012

A beleza da arte de romper fronteiras

Nosso enferrujado passado, aponta para baixo,
enquanto a vida, de forma colorida, nos convida para cima.

Olá irmã, paz e bem! Olha só: não ligo muito para o vínculo parental, isso foi importante um dia. Também não me importo muito com nossos acertos e erros do passado. Com a educação parental/social que tivemos, não havia como ter uma mente e coração assertivos, dotados com amorosa inteligência para a ação. Cada um de nós, inclusive os adultos significativos que nos rodeavam — e muitos dos que ainda nos rodeiam — também estavam tentando sobreviver aos seus medos inconfessáveis, os quais sempre nos jogavam para um modo de vida reativo e, por vezes, inconsequente. Seja lá o que a vida nos apresentou, seja lá o que fizemos com o que a vida nos apresentou, sinto que devemos honrar nosso processo, aprender com tudo, reparar em tudo e seguir viagem... Se existiram erros — e claro que existem — só serão erros se não tivermos nos sentado com eles e extraído sua devida lição. Se aprendemos com eles, crescemos, caso contrário, amargamos e, consequente, amargamos a vida dos que estão ao nosso redor. Isso é algo lógico e factual. 

Todos nós somos belos e criativos, todos nós temos talentos — que para alguns estão por demasiado, lentos — que precisam ser vivenciados e compartilhados mas, para isso, é preciso saber ouvir a fala mansa e suave de nosso coração, há muito negligenciado pela ação do medo. Todos nós somos vitimados pelo medo e, é pelo medo, que criamos uma série de conflitos em nossa vida de relação. Não tivemos uma educação emocional/psíquica, ao contrário, ela foi cartesiana demais, lógica demais, calculista demais, portanto, é claro não sabermos como lidar com nossas emoções, sentimentos e, principalmente, com o desconexo redemoinho de nossos acelerados pensamentos. Quando vivemos assim, não há como ser possível autenticidade e intimidade e é por isso, que o mundo sofre, veja bem, o mundo sofre... Não é só você eu e os demais que fazem parte direta de nossa história. 

Sabe, um dia, num grupo de terapia que frequentei por muitos anos — pois quase me suicidei de tanta depressão —, li a seguinte frase:

"Se pudéssemos ler as histórias secretas de nossos inimigos, desarmaríamos, com certeza, o ódio de nosso coração".

Sempre é tempo de demolir nossas fronteiras, erguidas por nós mesmos, numa tentativa de proteção. Sempre é tempo de tentar superar possíveis fronteiras que muitos ainda usam para sobreviver. A vida é muito mais que sobreviver, a vida, é viver. Não cabe a nós saber como o outro vai receber nossa tentativa de reparação; isso é lá com ele. O importante, é liberar sempre essas desgastadas cercas que nos mantém num passado escuro e que nos impedem o compartilhar de um colorido agora. Saiba que não há cercas em meu coração. Não a julgo, não tenho como saber o que você viveu nos segredos do lar em que você cresceu. Todos nós somos sobreviventes de lares repletos de segredos, mentiras e tentativas de expressar de modo indevido, amor. Todos tentamos! Não fui eu que vivi excessivamente exposto ao inconsciente "lado B" daqueles que estavam ao seu redor. Não fui eu que sofri suas pressões. Portanto, as portas da minha simples casa, continuam abertas para você e sua família, não como família consanguínea, mas como membros de uma única família, que juntos trabalham na superação de todas as formas de prejuízo, trabalho esse que se inicia pela restauração do prejuízo manifesto em nosso olhar. Sem a mudança de nosso olhar, sem a superação das grossas lentes do medo que impedem a clareza do olhar, nossa vida não tem qualidade. Não precisamos ficar no passado, com certeza, ele foi doente. Ao invés de doença, podemos e devemos caminhar em direção "do Ente" que habita em nós. 

Cara irmã, seja bem-vinda a raça humana! Há muito trabalho a ser feito: o mundo dorme e nós, ainda, cochilamos! O que você fez agora é sinal de saúde: romper isolamentos e ousar se expor. Eu recebo de coração, seu movimento e ainda, lhe incentivo: ouse ser você, mas não esse você que você pensa ser... Há uma natureza real que somos nós, que é livre do medo e que olha para tudo isso e ri, ao mesmo tempo em que se delicia com a harmonia do cosmos. 

Com alegria é que lhe digo: Avante! Mais do que nunca, você merece ser feliz! Você deve isso à você e ao mundo! Isso começa, agora!

Um fraterabraço e um beijo em seu coração.
Com carinho, de um amigo de jornada 

Nelson Jonas
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