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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

3 de abril de 2012

O Segredo do Abismo - Uma breve leitura arquetípica


Olá Despertos Confrades! Sugiro que, mais que depressa, passem numa locadora e peguem o filme "O SEGREDO DO ABISMO", um filme de 1989, dirigido por James Cameron, por se tratar uma obra-prima, profundamente arquetípica. Posto aqui uma breve leitura arquetípica:

Quando você olha para o abismo,
o abismo também olha para você.
Nietzsche 

O Real possui sua energia própria, que não pode ser captada, que não pode ser controlada, rastreada, que tem seu fluxo próprio, original, sem igual, que não pode se tornar cativa, nem compreendida pela ação do conhecimento, pela limitada ação do intelecto; O Real tem nada de comum, de trivial. Quando o Real se aproxima, não há como retroceder, não há qualquer possibilidade de ação que possa evitar sua ação poderosamente impactante, a qual coloca ao fundo toda antiga estrutura de ser.  Causa sua própria turbulência a qual traz consigo uma reorientação de rota.  Quando o Real começa a dar os seus sinais de ação, o ego sem controle algum se depara com o fundo do poço. O colapso é eminente. No entanto, quando deste acontecimento, forças especiais se apresentam para o início de um processo de busca, exploração e conhecimento. O qual leva a novos, desconhecidos e profundos níveis de consciência. Não há qualquer aviso, nenhuma preparação para este encontro com a energia do Real; ela se instala por si só.  Quando isto ocorre, tudo aquilo que se pensa ser, deixa de existir, toda forma de controle torna-se inoperante e toda forma de ruído, de debilidade vem à superfície. Este acontecimento quebra todo o ritmo de ação, forçando uma reestruturação das prioridades. Há uma necessidade premente de se abandonar tudo que não seja realmente essencial a restauração da saúde psicológica. Essa desconhecida energia do Real não é democrática, não abre espaço para por quês. Aqui, você é obrigado a cooperar com seu trabalho. É como um chamado de volta, uma operação de salvamento, um resgate, uma retomada de consciência a qual reposiciona todo o nosso modo de ser e estar na vida de relação. Ela nos força a vibrar na mesma sintonia de cooperação. Ela causa um verdadeiro tufão emocional o qual provoca, forçosamente, o trabalho em conjunto entre intelecto e intuição. Aqui, todo investimento anterior é colocado em xeque. A primeira necessidade é estabilizar, para depois, iniciar um lento processo de “descompressão social” através do avanço em novos níveis de consciência. Esse processo de “descompressão social” vai nos nivelando, nos igualando, rompendo as barreiras comparativas criadas pela identificação egóica. É natural, durante este período, detectar vários sinais de síndrome nervosa, devido a tamanha pressão. É natural uma desorientação dos sentidos e outras coisas mais. Não raro, muitos, por não aguentarem a pressão emocional, acabarem literalmente, surtando, outros mais sensíveis, podem chegar de fato, a enlouquecer. Não é possível predizer a reação de cada um diante desse desestruturante impacto, que quando bem recebido e abraçado, aponta para a reestruturação do ser que somos. Neste momento do percurso, seguir a intuição é o melhor que podemos fazer, uma vez que ela, melhor do que ninguém sabe os caminhos criados pelo sistema. Através da intuição é que somos desengatados das mais variadas formas de dependência e passamos a agir sozinhos dando início a instalação de um estado de autonomia psicológica. Aqui, a recusa a escuta da intuição pode se mostrar um verdadeiro desastre de enormes proporções. Aqui é preciso muita cautela, muita atenção amorosa, não há espaço para qualquer ato de rebeldia infantil. Há uma necessidade de se sentar com o movimento da depressão, abraça-la diretamente sem qualquer tipo de escolha, de negociação. Isso para o ego se mostrará bastante revoltante. Esse movimento nos coloca em contato com um novo sopro em nossos pulmões, um novo fluído pelo qual começamos a relaxar. Inicialmente há uma ansiedade que dificulta a recepção desse fluir, mas é através dele que conseguimos a energia necessária para continuar seguindo num contato visual com novos níveis de consciência, exploração e auto-conhecimento. É preciso ter sempre em mente que neste trabalho não há tempo a ser postergado.

Muitas vezes, é quando se desfazem nossas amarras psicológicas, quando nos vemos vulneráveis que ocorre uma percepção direta da energia do Real, o que, não raro, para muitos causa absurdo e assombro, ou um estado de elevação que pode durar por vários dias. No entanto, esse tipo de experiência de pico, dessa também chamada experiência noética, não tem como ter seu sinais captados, registrados, é um experiência absolutamente inefável e, ao mesmo tempo, inesquecível.


Com certeza, aqueles que se encontram ainda na superfície, totalmente inconscientes da Realidade do Ser, diante de alguém que vivência tal benfazeja situação, reportará a mesma de modo totalmente equivocado, uma vez que eles não têm como relatar a realidade da Verdade. Os que estão na superfície, devido a total inconsciência, sempre conspirarão de modo contrário, trabalhando para que ocorra o ajustamento que causa o aborto da maior ocasião humana: a manifestação da realidade do Ser.

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