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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

2 de fevereiro de 2013

Sobre a busca de integração

Pergunta: Quando há total integração da mente, das emoções e do corpo, não há nesse estado amor?

Krishnamurti: O que significa a palavra “integração”? Significa unir ou harmonizar, reunindo as diferentes partes. Ora, não podeis integrar o corpo, a mente e os sentimentos, porque estão sempre fragmentados. Não é possível reunir o que está fragmentado por conflito interior.

Tende a bondade de prestar a isto um pouco de atenção. Todos nós gostamos muito desta palavra “integração”. os políticos a empregam, aplicam-na os psicólogos, e nós também gostamos de tagarela, de discorrer a vários respeitos sobre essa palavra. “Integrar” faz supor uma entidade que está juntando as diversas partes — uma entidade exterior ou interior, que está colocando os fragmentos em harmônica justaposição. Enquanto existir a entidade que forceja para “integrar”, não haverá integração, uma vez que há contradição, uma divisão entre a entidade e as partes que estão separadas, entre a ideia e o fato. Há um conflito, criado pelo esforço que se faz para juntar os  vários fragmentos, e toda “integração” assim feita nada significa. Ainda que falemos muito a esse respeito, a integração de fato não é possível. Mas, se tiverdes penetrado fundo na questão e tiverdes compreendido a impossibilidade da integração enquanto existe uma entidade que procura reunir os fragmentos — se tiveerdes compreendido isso completamente, vereis então que se verifica uma operação completamente diferente. Não há então entidade nenhuma, por conseguinte nenhuma contradição, e por conseguinte há harmonia. E só nesse estado em que não há esforço, em que não há fragmentos para reunir, em que o percebimento é total, sensível — só nesse estado se torna possível aquilo que se pode chamar Amor.

Krishnamurti — 26 de julho de 1962

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