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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

23 de abril de 2013

A raiz de toda escravidão e as novas escravidões

O homem nasce escravo e permanece escravo durante toda a sua vida — escravo dos desejos, da luxúria, do corpo ou da mente, mas sempre o mesmo escravo. Desde o nascimento até a morte, há um longo combate contra a escravidão.

A religião consiste de seres livres. Religião é liberdade, libertação da escravatura. Mas o homem continua jogando consigo mesmo, enganando a si mesmo, porque isso é fácil.

Ser completamente livre é muito difícil. É necessária uma cristalização do interior, é necessário um centro. Até agora, não existe nenhum centro em seu interior, você não é um ser cristalizado — é apenas um caos.

Pode ser que seja uma assembleia, mas um indivíduo não. Algumas vezes, um desejo o domina e torna-se o presidente da assembleia. Pouco mais tarde, o presidente vai embora ou é descartado e outro desejo o domina. Você se identifica com cada desejo e diz: “Eu sou isto.”

Quando o sexo está na presidência, você se torna o sexo; quando a raiva está na presidência, você se torna a raiva; quando o amor está na presidência, você se torna o amor. Nunca se lembra de que você não pode ser isto ou aquilo — sexo, raiva, amor.

Não! Você não pode ser, mas identifica-se com a presidência, com qualquer coisa que esteja sendo poderosa num determinado momento. E esse presidente vai mudando, porque quando um desejo é preenchido temporariamente é arremessado para fora da presidência. Então outro, o que está mais próximo em exigência — fome, sede, amor — torna-se o presidente.

E você identifica-se com cada desejo, com cada escravidão.

Essa identificação é a raiz-causal de toda escravidão e, a menos que a identificação desapareça, você nunca será livre. Liberdade significa desaparecimento da identificação com o corpo, com a mente, com o coração ou com qualquer coisa assim denominada.

Este é o fato básico a ser compreendido: o homem é um escravo, nasce escravo, nasce chorando e gritando pela satisfação de alguns desejos. A primeira coisa que uma criança faz ao nascer é chorar. E isso permanece durante toda a sua vida.

Você está sempre chorando por isto ou por aquilo. A criança chora pelo leite — você pode estar chorando por um palácio, por um carro ou por qualquer outra coisa, mas o choro continua. Só pára quando você está morto.

Toda sua vida é um longo choro — eis porque existe tanto sofrimento.

A religião lhe dá as chaves para torná-lo livre, mas se a vida de escravidão lhe é conveniente, confortável, você cria falsas religiões que não lhe dão qualquer liberdade, que simplesmente acrescentam outros tipos de escravidão.

O cristianismo, o budismo, o hinduísmo ou o islamismo, do modo como são organizados, estabelecidos, são novos tipos de aprisionamento.

Jesus é liberdade, Maomé é liberdade, Krishna é liberdade, Buda é liberdade, mas o budismo, o maometanismo, o cristianismo, o hinduísmo não são — apenas imitam a liberdade.

Então, uma nova escravidão nasce: você não é escravo apenas dos seus desejos, dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, dos seus instintos, é escravo dos sacerdotes também. Mais escravidão acontece a partir das suas falsas religiões, e nenhuma modificação ocorre em você.

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