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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de março de 2017

Assumindo a Natureza Outsider de ser

Os conceitos e a limitação do "que É'

OS CONCEITOS E A LIMITAÇÃO DO QUE É
Será que nossos pensamentos e ações poderiam ser
orientados por um conhecimento mais abrangente
e confiável, intrínseco ao nosso próprio ser?

Todos nós vivemos dentro de um mundo interior de imagens, pensamentos e lembranças, que se alteram continuamente, evocando uma rica trama de sentimentos, emoções e humores. Por vezes surgem imagens vívidas em nossa mente, que estimulam uma cadeia de pensamentos; outras vezes, podemos sentir a nossa mente procurando focar uma ideia. Inicialmente, talvez percebamos simplesmente que estamos vendo imagens ou pensando pensamentos, mas logo o pensamento toma mais corpo; percebemos as palavras concretas em nossa mente, à medida que as pensamos ou as expressamos em nossa fala ou por escrito.

As palavras que expressam imagens e pensamentos são conceitos agrupados em cadeias que esclarecem as suas inter-relações. Os conceitos são as unidades a partir das quais a nossa língua é construída, e os seus significados constituem a substância do nosso conhecimento. Inúmeros conceitos que empregamos hoje tiveram sua origem muito tempo atrás.  Ao longo de toda a história da humanidade, os conceitos deram nascimento uns aos outros, ramificando-se e proliferando-se como as trepadeiras na selva.

Os conceitos podem ser simples elementos identificadores, como “árvore” e “casa”, ou noções mais abstratas, como “liberdade”, “amor” ou “justiça”. Eles são construídos por meio de um processo de distinções, segundo um padrão lógico que contrasta “isto” com “não-isto”. O “verde” distingue-se do “não-verde”; a “árvore” distingue-se de tudo que seja “não-árvore”. Estas distinções dependem todas umas das outras — “alto” ganha seu significado em comparação a “baixo”, “grande” tem sentido em comparação a “pequeno”.

À medida que continuamos a nos deparar com novos objetos, podemos rotulá-los, distinguindo-os daquilo que já conhecemos... Estas distinções simples servem de base para conceitos mais complexos, que se valem dos significados de muitos outros conceitos. “Liberdade” tem sentido porque podemos definir o que significa ser “não-livre”. Podemos fazer uma ideia de “amor” fazendo um contraste entre tudo o que associamos a amor e aquilo que seja “não-amor”.

Em algum momento de nossa infância, nós nos vimos pensando e falando, usando conceitos e reagindo a eles. De nossos pais, amigos e demais influências do nosso complexo condicionamento social, absorvemos nossa estrutura conceitual básica. Quando éramos crianças, ficávamos fascinados com formas que se moviam e com padrões de luz e sombra; aprendemos a reconhecer nossos pais e a distinguir objetos. Já fazíamos associações entre as coisas que víamos, ouvíamos, cheirávamos, saboreávamos e sentíamos através do nosso corpo. Podemos ter desenvolvido uma noção de que as nossas associações continham significado, mas não dispúnhamos de palavras para expressá-lo.

Ouvindo as palavras ditas à nossa volta, aprendemos a dar nome às formas e qualidades do nosso mundo. Este processo foi desenvolvido por meio de tentativas e erros; as palavras que a princípio ligávamos aos objetos que nos rodeavam nem sempre correspondiam às palavras empregadas pelos outros... Corrigidos e recorrigidos muitas vezes, moldamos nossas primeiras impressões de modo a se encaixarem nos conceitos dos adultos, e começamos a associar formas e sons “corretamente”.

Com o tempo, não precisávamos mais ouvir os sons como sons — eles tocavam nossos conceitos de imediato, de modo que “ouvimos significados” diretamente. Os conceitos se tornaram um modo conveniente de nos referirmos a objetos conhecidos, sem ter que descrever precisamente o que estávamos vendo ou exatamente o que queríamos dizer.

Concomitantemente, fomos ensinados de que forma reagir a estes conceitos: o que podíamos e não podíamos tocar, o que valorizar, o que querer e o que rejeitar; aprendemos até com o que ficar alegre e com o que ficar triste.  De acordo com os costumes da nossa cultura, foi-nos ensinado o modo apropriado de categorizar, pensar e usar todas as coisas em nossa experiência.

Gradativamente, muitas associações começaram a se acumular em torno dos conceitos. Elas eram capazes de tocar lembranças e evocar reações complexas. Podíamos, ao falar a palavra “casa”, despertar uma infinidade de sentimentos e associações que conferiam a este conceito um significado especial para nós. Desta forma, talvez, muitas palavras adquiriram um profundo significado pessoal, do mesmo modo que certas cenas, cheiros, sons e sensações algumas vezes pareciam ressoar com significados intensos e inexplicáveis.


No entanto, tudo o que tinha significado pessoal para nós, precisava ser expresso dentro de conceitos disponíveis em nossa língua. Tínhamos que aceitar os significados que nos eram dados, e deixar não-expressos os significados e sentimentos que não tínhamos condições de comunicar. Os conceitos que aprendíamos refletiam sobre nós, e assim começamos a pensar com as palavras da nossa língua. As palavras que agora se formam tão espontaneamente em nossa mente são, todas elas, conceitos que nos foram transmitidos pelos outros. Este conceitos condicionam, hoje, a maneira como vemos a nós mesmos e ao nosso mundo, como pensamos e como respondemos àquilo que acontece à nossa volta. Eles criam a nossa realidade do cotidiano, e nós os utilizamos para interpretar todas as nossas experiências.  

Tarthang Tulku em, Conhecimento da Liberdade

12 de março de 2017

O amor é uma escolha?

Para que você procura saber o por que de alguém ter jogado uma caixa de pregos na estrada, pregos que fizeram furar seu pneu e o manteve por algumas horas parado na estrada a espera de ajuda? De que vale isso para que você possa continuar a viagem DE ONDE VOCÊ JÁ ESTÁ? Algumas escolas iniciáticas (bem como algumas linhas da psicologia) alimentam por demais a autopiedade e, se você não tem a percepção, acaba desenvolvendo uma profunda acidez e raiva quanto as pessoas significativas de sua infância e adolescência. Saber que somos sobreviventes em meio de sobreviventes é o suficiente. Perceber que todo ser abusado, enquanto inconsciente do agora, transmite seus abusos aos demais já é o suficiente. Basta as confusões que temos AGORA. Nos centrar naquilo que a vida nos apresenta AGORA é o que conta.

Não dá para subir o Everest carregando na mochila suas quinquilharias do passado. Nosso problema é a neurose de AGORA... Mimimis da infância é bom para tais escolas iniciáticas e para certos psicólogos que adoram isso: pelo menos dois anos alguém lhe pagando.

Se você estivesse pleno em si, pra que estaria cobrando que seus pais lhe preenchessem? O tempo de seus pais lhe darem nutrição já passou. Agora é com você!

Tenha consciência de que a mente quer que você fique no passado, por isso pede livros como esses que descascam o abacaxi azedo de nossa infância disfuncional. Com esse tipo de leitura, ela se defende do misticismo, se defende do AGORA.

Não dá para ficar com o pé em duas canoas, muito menos servir a dois senhores...

Veja qual conteúdo faz seu coração arder de forma centrante e qual deles faz sua autopiedade e raiva acender num espiral sem fim.

Se o amor for uma escolha, então, tal escolha, está no tipo de material que acende o coração.

Quando você dirige por uma estrada nova, tem sempre que fazer uso do retrovisor, mas, seu uso, é sempre de relance, pois o olhar tem que estar firme nos próximos metros. O retrovisor mental é para ver se velhas tendências não estão vindo atrás de nós... a autopiedade é uma delas... a raiva é outra... a cobrança (que aprendemos com nossos pais) de que não estamos fazendo o suficiente, é outra tendência que nos persegue... Deixe tudo isso no passado! Olhe os próximos metros... O Paraíso, está logo aí!

Boa viagem!

Outsider

11 de fevereiro de 2017

Fragmentos sobre o pânico na madrugada

O que é meditação?


— Tudo que te aproxima da realidade, é uma forma de meditação.

A meditação não pode ser organizada. Cada um vai descobrindo sua metodologia, no entanto, ela é algo que lhe produz aquietamento e compreensão da realidade dos fatos. Quanto mais vamos colocando a casa em ordem (processo de ordenação), mais vamos naturalmente apaziguando a consciência que somos e a meditação passa a ser um estado de quietude contemplativa, uma forma de desfrute das situações de forma TOTALMENTE IMPESSOAL .

A meditação inicialmente é uma prática forçosa, mas, com o amadurecimento do Espírito, a meditação passa a ser o nosso estado natural de ser.

Passamos a ser integrativa contemplação atemporal.

Antes da crise iniciática, a meditação sempre esteve focada na busca de situações externas; com a desenvoltura do processo, a meditação passa a ser a busca do retorno de nosso estado de ser incondicionado.

— E a questão da prática do jejum?

— O jejum é mental e emocional; se o jejum for mental e emocional, naturalmente, ocorrerá o jejum físico sem esforço.

— O apetite vai embora.

— O falso apetite vai embora; o apetite de sua natureza real, permanece.

Do desejo de ter ao desejo que Deus seja

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