Páginas
Aviso aos navegantes
30 de abril de 2013
27 de abril de 2013
25 de abril de 2013
Percepções sobre o país do futebol
23 de abril de 2013
A raiz de toda escravidão e as novas escravidões
20 de abril de 2013
13 de abril de 2013
12 de abril de 2013
O verdadeiro conhecimento, a verdadeira felicidade.
Vocês podem viver inteligentemente neste mundo, de maneira sã, em plenitude profunda e, apesar disso, não ser do mundo.
A personalidade pode fenecer e morrer; porém, para o homem que realiza a plenitude, a tranquilidade da mente, para esse existe a segurança da imortalidade
Quando a mente está liberta de todo o eu-consciência, portanto, de toda a ação que brota do egoísmo, ela não mais conhece sujeito nem objeto, pensador nem pensamento.
Uma tal mente acha-se revestida de amor, do qual toda particularidade de sentir e de pensar como objeto e sujeito se acha inteiramente ausente, sendo esse amor, então, como o perfume de uma flor.
Isto não é teoria intelectual, e sim o viver em constante ajuste, em constante vigilância e acautelamento, de modo que de um tal apercebimento, que é resultante da busca, provenha a harmonia: a mente contendo o coração.
Para alcançar a harmonia, vocês precisam produzir a libertação do desejo — não a supressão do desejo.
Quando estiverem conscientes de suas qualidades, de si próprios — realmente conscientes — então não sentirão medo de examinar, não se assustarão com o conflito. Vocês necessitam fazer esforço, o esforço deliberado, consciente, para descobrir as próprias qualidades, os seus próprios extremos, as suas supressões.
Somente então serão capazes de realizar a libertação do desejo — a qual não é nem indiferença, nem tédio. Vocês necessitam penetrar em suas próprias mente e coração, para realizarem o êxtase da vida e não lhes é possível, em última análise, escapar desse esforço.
Sempre há fugas, enquanto não estiverem livres do desejo, e ninguém pode lhes livrar dele a não ser vocês mesmos, pelo próprio deleite, pela própria busca.
Quando tiver cessado todo desejo, então sentir é pensar, não há distinção entre mente e coração. Há então um intenso apercebimento, uma concentração que perde toda a distinção. É a concentração de uma flor. Esta concentração é infinita; porém, o que vocês chamam de amor e pensamento está infectado de resistência, cativeiro da mente e coração, portanto, de corrupção.
Se vocês fossem inconscientes, cruéis, então seriam semelhantes a um animal e não haveria luta ou conflito; porém, no saber que são cruéis e apesar disso ceder à crueldade, vocês criam este terrível turbilhão e caos, que existe na mente e no coração de vocês, o qual ninguém, a não ser vocês mesmos, pode apaziguar.
Para fazerem isto, necessitam estar incessantemente despertos, isto é, contemplar constantemente todo o pensamento e todo o sentimento que possuírem, na ação.
Pensem e sintam com toda profundidade, e verificarão como as suas mente e coração estão limitados pela opinião pública, pelo tradição, pelo sistema, pelas vaidades e temores pessoais.
No experimentar estes embaraços, descobrem a causa e, por intermédio dela, se esvai aquilo que impede a harmonia do pensamento e do sentimento.
O homem, pode viver harmoniosamente e, nessa harmonia, sua mente e coração são normais, sadios, plenos, completos, não oprimidos pelo medo.
Se quiserem verificar o que eu digo, precisam possuir mente plástica, ardente, pesquisadora e, pela própria pesquisa de vocês é que expelirão o temor. Não advém nenhum resultado de lutar cegamente contra o medo. Busquem a verdade e o medo cessará e, da intrepidez decorrente, provirá a plasticidade, a harmonia da mente e do coração e a plena realização desse êxtase da plenitude, de que falo. Esta plenitude é que é a realidade última e nessa realidade não há nascimento nem morte; ela sempre está renovando a si própria, e o homem que sabe disto é livre e vive nessa eternidade, no presente.
Se houvessem uns poucos no mundo que realmente compreendessem, poderíamos criar um mundo novo, alteraríamos a expressão da vida.
Se, porém, não houver entendimento, outra religião, outra seita, outra igreja, outro deus será criado.
Vocês estão sempre propelidos pelo medo de cair.
O homem criou Deus segundo sua própria imagem, conforme as ideias que extraiu dos livros sagrados, dos filósofos e místicos, de sua própria imaginação, apoiado nos seus preconceitos, no seu sofrimento, na sua busca de conforto, nos seus anseios, nas suas esperanças e antecipações.
Eu não posso lhes descrever Deus, ou a vida; se descrevesse essa viva realidade, não seria ela verdadeira. Aquilo que é sempre vivo, sempre móvel, que está sempre a se renovar, que se acha isento de tempo, não pode se amoldar a palavras. Tem de ser realizado, tem de ser sentido, compreendido, vivido.
Nenhuma definição, nenhuma descrição pode contê-lo.
Eu digo que existe uma realidade eterna, viva, chamem-na pelo nome que preferirem, Deus, verdade, vida, amor, ou ação.
A verdade é a plenitude do sentimento e do pensamento em ação, a intensidade do viver harmonioso, não em certo futuro distante, porém, sim no presente. A verdade não tem aspectos, por ser em si mesma completa. Vocês não podem se acercar da verdade
Por métodos ou sistemas; essas coisas são meramente o resultado de suas idiossincrasias particulares, de suas fantasias, esperanças e temores.
Vocês tem tido as suas religiões, as suas cerimônias, os seus livros, as suas maneiras complicadas de encarar a vida: estas coisas, porém, não lhes trouxeram felicidade.
Vocês devem cultuar aquilo que é incorruptível. Devem dar seu amor àquilo que está para além da estagnação.
O que há nisto que lhes causa medo?
O que há aí que possa causar desentendimento? Com todas as suas crenças, os seus sistemas, as suas cerimônias e os seus deuses, não são felizes. E, no entanto, sentem medo de abandoná-los.
Se suas crenças podem ser despedaçadas, não são dignas de serem conservadas. Se seus sistemas são tão frágeis que não podem resistir a tempestade da dúvida e da tristeza, merecem morrer.
Verifiquem se há dentro de vocês o êxtase do propósito e o poder de criar no eterno. Se não tiverem dentro de vocês o intenso interesse pela libertação, vocês, assim como as suas obras, não serão mais que passageiras sombras.
O que digo, não digo com rudeza. Dado, porém, serem infelizes, eu queria lhes mostrar o verdadeiro conhecimento, a verdadeira felicidade.
Sejam responsáveis perante vocês mesmos, por todas as suas ações.
Não busquem abrigo na autoridade exterior. Mantenham-se em seus próprios pés.
Para poderem dar preenchimento á vida, passem além de toda experiência. Para poderem ser grandes no amor, guardem afeto no coração de vocês para com todas as coisas.
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
Reflexões sobre o tempo
O tempo não é mais do que um adiamento, não é a plenitude viva do presente.
Para mim , o presente é o conjunto do tempo. É agora que vocês projetam suas sombras; é agora que sofrem; é portanto agora, que vocês podem se libertar da tristeza. Por consequência, devem se tornam conscientes do presente, o que corresponde a se tornarem normais e não incidirem em indulgências no que diz respeito a certas esperanças no futuro, a sonhos fagueiros, filhos da imaginação. Isto, porém, exige grande determinação e o desejo de ser completo no presente.
Assim, o primeiro requisito, a primeira pedra alicerce dessa permanência é o de se tornarem cônscios daquilo que são no presente, o que é a realização da plenitude.
Para viver intensa e plenamente no presente, o que para mim é conhecer a eternidade, o infinito, a mente necessita de estar liberta do passado e do futuro.
O tempo existe, enquanto vocês não o compreendem. Eu estou falando da verdade na qual o tempo não existe e para compreenderem esta verdade, vocês tem de viver com imenso apercebimento no presente, libertos de todos os incentivos e crenças.
Somente a verdade libertará cada um da tristeza e da confusão da ignorância.
A verdade não é o resultado final da experiência, é a vida mesma. Não é um resultado, um intuito, mas o cessar do medo, do desejo.
É pelo viver plenamente no presente, que vocês chegam à realização da beatitude da verdade.
No concentrado percebimento de viver plenamente, sem motivo, vocês libertam a mente de todos os embaraços criados pelo desejo.
Se a mente puder compreender, completamente o significado do presente, a ação torna-se preenchimento, sem criar maior conflito e sofrimento, os quais são apenas o resultado da ação limitada, dos empecilho impostos ao pensamento do medo.
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
Reflexões sobre o transitório
A descoberta da verdade eterna está sempre frente à vocês.
Se não tiverem acendido dentro de vocês a chama do interesse pela libertação, não poderão criar com grandeza, somente estarão brincando nas sombras do transitório.
É neste mundo que existe o transitório e a transitoriedade só existe, enquanto houver o eu-consciência. Não lhes é dado transferir a consciência, deste mundo para outro plano e esperar que ela se torne uma consciência diferente.
Consciência é consciência, onde quer que seja — não há alto nem baixo.
Somente no presente está todo o universo. O universo inteiro está nessa centelha, que é completa em cada um de nós, e a realização dessa plenitude liberta o homem de toda a tristeza, de todos os opostos e da ideia de dualidade.
Há algo permanente na resistência? Vemos que a resistência pode perpetuar-se por meio da aquisição, da ignorância, por meio da consciente ou inconsciente ansiedade de experiência. Mas, certamente, esta continuação não é eterna, ela é apenas a perpetuação do conflito.
O que chamamos permanente, na resistência, é apenas parte da própria resistência, e, portanto, parte do conflito. Assim, em si mesma, não é o eterno, o permanente.
Onde há falta de plenitude, de preenchimento, há ansiedade de continuação, que cria a resistência, e esta resistência dá a si mesma a qualidade de permanência.
Aquilo que a mente se agarra como sendo o permanente é, em sua própria essência, o transitório. É o produto da ignorância, do medo e da ansiedade.
Se vocês forem capazes de perceber o atual, sem nenhum desejo ou identificação, então, nessa mesma percepção do falso está o começo do verdadeiro. Isto é inteligência, que não se baseia no preconceito, na tradição, no desejo; a única que pode dissipar a essência sutil de todos os problemas, espontaneamente, ricamente, e sem a compulsão do medo.
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
Compreendendo o pleno significado da solidão
Por que vocês não ousam fazer face à solidão? Não ousam se tornarem inteligentes e, por este meio, destruir a pobreza e a vacuidade.
O que é que fazemos, quando estamos isolados? Tentamos escapar da solidão, por meio da companhia, dos divertimentos, da adoração, da prece, por meio de todas essas hábeis, bem conhecidas e firmadas fugas. Por que é que fazemos isto? Pensamos poder assim disfarçar o isolamento, por meio dessas fugas, mediante esses alívios. Será possível para nós, disfarçarmos uma coisa que é visceralmente molesta? Momentaneamente, podemos, porém, o isolamento continuará, futuramente. Portanto, onde houver fuga, tem de haver continuidade do isolamento. Para o isolamento não há substituições. Se pudermos compreender isto com todo o nosso ser, completamente; se pudermos compreender que não há possibilidade de escapar da solidão, do medo, o que é que acontece então?
A maioria dentre vocês não poderá responder, porque jamais experimentaram o problema de modo completo. Não sabem o que acontecerá, quando houverem, por completo obstruído todas as vias de fuga e não houver a mínima possibilidade de fuga.
Eu lhes sugiro para que façam essa experiência. Quando estiverem isolados, tornem-se plenamente apercebidos e verificarão que a mente de vocês quer fugir, quer escapar da solidão. Quando a mente estiver apercebida de que está fugindo e, ao mesmo tempo, perceber o absurdo da fuga, nessa mesma compreensão a solidão, na verdade, desaparece.
Quando vocês de defrontarem com um problema e não houver possibilidade de uma saída, então o problema cessará, coisa que não significa a aceitação dele. Ora, vocês buscam um remédio para a solidão, uma substituição e, portanto, o problema não se relaciona com o isolamento, porém sim, com o saber qual o remédio para o isolamento, qual o melhor meio para dele escapar ou disfarçá-lo. Quando, porém, a mente não mais busca uma fuga, então o isolamento ou o medo terão um significado muitíssimo diferente.
Vocês não podem, no entanto, aceitar minhas palavras neste sentido. Tudo o que podem fazer é dizer que não sabem. Não sabem se o isolamento e o temor irão desaparecer; porém, experimentando, compreenderão o pleno significado da solidão. Se meramente buscarmos remédio para a solidão ou para o medo, nos tornaremos muito superficiais, não é assim? Para o home que tem tudo o de que precisa, como para o homem que de tudo necessita, para ambos, a vida se torna muito vazia. Na mera busca de remédios, torna-se a vida sem significado, oca; ao passo que, se realmente experimentarem o problema ardente e não houver maneira possível de fugir, então, verificarão que esse problema executa para vocês uma coisa milagrosa.
Não mais será um simples problema, o examiná-lo, o vivê-lo, o compreende-lo se tornará intensamente vital.
Só existe um movimento da verdade: é quando a mente não está mais colhida pelo medo, com todas as suas ilusões; quando não mais busca orientação, nem ser guiada. A solidão não é exclusividade; ela vem à existência, quando há o discernimento do que é falso.
Krishnamurti — O medo — 1946 — ICK
11 de abril de 2013
9 de abril de 2013
Sou um playboy espiritual
6 de abril de 2013
4 de abril de 2013
3 de abril de 2013
O presente basta
2 de abril de 2013
O desejo é a causa exata do medo
Krishnamurti - O medo - 1946 - ICK