Só faltou a foto do Ramana ou do Osho |
Penso que, sem que se tenha vivenciado um "processo de despertamento", de "percebimento daquilo que se pensa ser", de "relembramento" Daquilo que se É, não haveria se quer o interesse por esse tipo de material, quanto mais a capacidade de entendimento do mesmo. De fato, o processo de despertar, não é uma ocorrência no futuro, mas sim, um PROCESSO, onde se vai despertando — de momento a momento —, até, quem sabe, estejamos PLENAMENTE despertos.
Pegue por exemplo, o seu processo de despertar matinal... ele não é instantâneo... Você vai acordando durante a manhã e, geralmente, nesse processo, ocorrem variações de humor, oscilações... Isso é muito simples e natural!
O interessante é notar que alguns dos que afirmam que o despertar é
instantâneo, geralmente nem se quer despertaram quanto a codependência
de sua relação com um determinado "guru", ou a uma
determinada "metodologia" ou "linhagem espiritual"; o que se apresenta é
só um joguinho de novas palavras e sorrisos momentâneos. É só no "longo processo" do rala rala do dia a dia, que a falsa consistência disso que pensam ser um "estado desperto no agora", se apresenta.
É como uma droga: inicialmente dá um imenso "barato" (apesar de ela não ser barata, não vir de graça - tem sempre um traficante da Graça). Só depois de muito tempo de exposição e uso (e de ter sido usado) é que os nefastos sintomas reais dessa irrealidade começam a bater de frente e a afetar todas as atividades.
É claro que um traficante vai sempre afirmar as "qualidades da droga que vende" (e que "venda" os olhos espirituais do usuário), tentando manter a sedução inicial daqueles a quem mantém cativo; assim como, do mesmo modo, o usuário irá defender as qualidades de tal droga, bem como difundir o local e o nome de quem a trafica.
E, desse modo, dá-se a continuidade do inconsciente e narcotizado baile de máscaras dos despertos sonâmbulos da pura luz.
Outsider
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