Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

18 de junho de 2012

A experiência dada a cada um

Num mecanismo de captação de realidades internas, a decodificação das impressões conta com as possibilidades do indivíduo que as recebe. Ainda que dois seres contatem as mesmas realidades, e que as descrevam em similitude de detalhes, nunca estarão vendo a mesma imagem. 

O reconhecimento dessas realidades deve ser feito mais pela vibração que pelas formas que as exprimem. Rostos, imagens, cenas ou vozes não são, em si, expressões dos níveis supramentais. 

O desenvolvimento do mecanismo de captação depende da abertura proporcionada pelos corpos e pela personalidade do indivíduo. Portanto, o exercício de entrega deve ser por ele assumido integralmente, por meio do despojamento de expectativas e projetos — mesmo que se refiram à vida espiritual. Esse é um ponto crucial para os buscadores da verdade.

Se pudésseis captar a grandeza do que vos está reservado, certamente não dispersaríeis tanta energia em pequenas idéias e circunvoluções.

A presença da pura energia, sem imagens, é uma benção para aqueles que podem percebê-la em seu próprio interior. Em muito maior grau do que podemos imaginar, ela conduz os seres, nesta época, à sua verdadeira Morada.
Essa energia é característica: absorve todo o ser num plano elevado, é onibarcante, está ali como se tivesse estado desde sempre. Simplesmente por estar presente, esvaece ilusões, dissipa brumas, leva a luz interior aos recônditos mais obscuros do ser. Transmuta, traz a vida, a certeza do caminho correto; enfim, é a energia do Reino, que se revela despida de formas. 

Se deixássemos de crucificar com a nossa arrogância essa energia, que pod abundantemente permear os que a ela estão receptivos, maiores dádivas renderíamos ao planeta. Crucificá-la significa direcioná-la, ou tentar fazê-lo, segundo nossos desejos ou aspirações, por mais elevados que nos pareçam. 

Quão silenciosa é a presença d'Aquele que guarda o Caminho do Céu, pelo qual conduz os peregrinos!... Estes, por estarem ainda imersos na soberba, retardam os próprios passos, supondo conhecer a trilha do destino. Se realmente os conhecessem, todavia, não estariam onde estão sem seriam o que são. 

A ousadia é necessária nesse caminho, assim como a coragem e o destemor; mas também o são a prudência, o sil~encio e a receptividade ao mais Alto. A ansiedade por determinar o próprio rumo deve ceder lugar à total rendição à energia que, em realidade, conduz passo a passo o viajente. 

Qualquer imaginação ou expectativa é inoportuna quando se busca a sintonia e o contato verdadeiros com os níveis supramentais. Aprofundar o próprio silêncio e amar a Deus com perfeição é o que permite reconhecer o caminho. Que cada um se concentre na própria tarefa, totalmente, sem nada querer ou esperar do futuro; que vá ao encontro daquilo que a vida lhe traz como necessidade a suprir — sabendo, contudo, que nda é fixo e que a energia que o guia também está evoluindo. 

Trigueirinho — Aos que Despertam - Ed. Pensamento
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