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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

6 de abril de 2012

Cinco maneiras de explicar o que é um arquétipo

  1. Os exploradores espirituais podem conceber os arquétipos como deuses e deusas codificados no inconsciente coletivo, os quais podemos desprezar por nossa própria conta e risco.

  2. Os acadêmicos e outros racionalistas que, via de regra, desconfiam de qualquer coisa que pareça misticismo, podem conceber o arquétipos como metáforas ou paradigmas controladores, os padrões invisíveis da mente que controlam o modo como percebemos o mundo. 

  3. Os cientistas podem ver os arquétipos como algo semelhante aos hologramas e considerar o processo de identificá-los semelhante aos outros processos científicos. Como os arquétipos estão dentro e fora de nós (e, portanto, são os heróis interiores e exteriores), todo um holograma está contido em qualquer uma de suas partes. Ao desvendar o modo como funciona o holograma, a ciência moderna comprovou de fato o antigo paralelo espiritual entre o macrocosmo e o microcosmo. Da mesma forma, também, a ciência da psicologia frequentemente determina o que é verdadeiro na mente humana individual estudando e criando espécies. 

    Os físicos investigam as menores partículas subatômicas estudando os rastros deixados por elas; os psicólogos e outros especialistas estudam arquétipos investigando sua presença nas artes, na literatura, nos mitos e nos sonhos. Carl Jung reconheceu que as imagens arquetípicas que se repetiam nos sonhos de seus pacientes também podiam ser encontradas tanto nos mitos, lendas e artes dos povos antigos como na literatura, religião e nas artes contemporâneas. Sabemos que elas são arquetípicas porque deixam os mesmos traços em todas as épocas e lugares.

  4. As pessoas comprometidas com posições religiosas que enfatizam a existência de um único Deus (e que se sentem incomodadas com o politeísmo inerente a qualquer consideração a respeito de deusas e deuses) podem fazer uma distinção entre a verdade espiritual do monoteísmo e as verdades psicológicas pluralistas dos arquétipos. Quado falamos de um Deus único, isso significa algo que está além da capacidade de compreensão humana. Os arquétipos assemelham-se a diferentes facetas desse Deus, facetas que são acessíveis para a capacidade da psique imaginar a realidade numinosa. Algumas pessoas, porém, apegam-se tanto a uma visão monoteísta que reduziram sua concepção de Deus de modo a torná-la compatível com uma única imagem arquetípica. Por exemplo: Elas podem imaginar Deus como um ancião com uma abundante barba branca. Essas pessoas, inadvertidamente, se fecharam para um senso de numinoso mistério que é mais profundo do que qualquer imagem possa representar.

    Mesmo nas fazes iniciais do cristianismo monoteísta, era necessário criar o conceito de uma Trindade para encontrar uma maneira adequada de expressar a verdade a respeito de Deus. Além disso, muitos teólogos modernos estão acrescentando imagens do lado feminino de Deus à visão patriarcal mais ortodoxa de Deus, o pai, o Filho e o Espírito Santo. O budismo postula a existência de um Deus divisível em 40, 400 ou 4.000 facetas e aspectos dessa divindade única, cada um deles com seu próprio nome e história. Assim, os arquétipos nos ajudam a nos ligar ao que é eterno e tornam os grandes mistérios mais acessíveis, proporcionando-nos múltiplas imagens para serem submetidas à ponderação da nossa mente.
  5. Por fim, as pessoas interessadas no crescimento e no desenvolvimento humano podem ver os arquétipos como guias em nossas jornadas. Cada arquétipo que entra em nossa vida traz consigo uma tarefa, uma lição e, em última análise, uma dádiva. Os arquétipos, considerados em conjunto, nos ensinam a viver. E a melhor coisa a respeito disso é que todos os arquétipos estão presentes dentro de cada um de nós. Isto significa que todos temos esse potencial humano dentro de nós.  
Carol S. Pearson
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