Sentar - mesmo que apenas na imaginação, porém na mais viva imaginação - diante de quem prejudicamos, ou por quem fomos prejudicados, e conversar da maneira mais destemida; sem nenhuma vergonha por nada do que se fez ou sofreu, sem nenhum medo de ser agredido ou agredir, na certeza de que a conversa transcorrerá sem limite de tempo, sem necessidade de auto-afirmações, sem interrupções de qualquer ordem; é transgredir todos os nossos mecanismos de subjugação e defesa.
É romper as correntes das pesadas bolas de ferro em nossos tornozelos. É adentrar num estado por demais inebriante, insuportável a todas as formas de exploração das fraquezas humanas.
Liban Raach