Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

3 de junho de 2011

Do irreal ao Real


Por que você escolhe a escravidão, quando a liberdade está disponível? Por que você escolhe a gaiola, quando as portas estão abertas e o céu inteiro pertence a você? A resposta não é difícil de encontrar. A gaiola tem segurança; ela protege você da chuva, do sol, do vento forte, dos seus inimigos. Ela protege você da vastidão na qual a gente pode se perder. Ela lhe dá um abrigo; ela é seu lar aconchegante. E você não tem nenhuma responsabilidade de se preocupar com sua comida, de se preocupar com a estação das chuvas, de se preocupar se amanhã você será capaz de encontrar alimento ou não. A liberdade traz tremendas responsabilidades. A escravidão é uma barganha: você dá a sua liberdade e outra pessoa começa a ser responsável pela sua vida, pela sua proteção, pela sua comida, pelo seu abrigo; por tudo que você precisa. Tudo o que você perde é a sua liberdade, tudo o que você perde são as suas asas, tudo o que você perde é o céu estrelado. Mas isso era sua alma. Numa gaiola, a salvo e seguro, você está morto; você escolheu uma vida sem risco, sem perigo. É por isso que você continua voltando para a sua gaiola, embora a profundeza de sua alma esteja insatisfeita na escravidão. Sua alma gostaria de arriscar tudo e de ter a liberdade de ir até os confins do céu. Ela anseia voar através do sol até as estrelas mais distantes; mas você irrevogavelmente decide ser um hípócrita. Isso é o que quase todos, no mundo inteiro, têm decidido. Você começa a cantar canções de liberdade dentro da sua gaiola. Embora as portas estejam abertas e o céu disponível, você se decide por uma vida de hipocresia. Você tem todas as comodidades, as garantias e a segurança da gaiola; e você tem todas as alegrias da liberdade na sua canção, na sua poesia, na sua pintura, na sua música. É por isso que você continua gritando: "Liberdade, liberdade!" Você está simplesmente iludindo a si mesmo. O novo homem não será um hipócrita. O velho homem foi basicamente ensinado a ser um hipócrita; quanto mais hipócrita ele fosse, mais honrado, mais era recompensado, mais era respeitado, porque ele tinha-se ajustado à sociedade: você me respeita e eu serei um escravo. Eu estarei à sua disposição - você apenas continue a me dar prêmios Nobel. Mas você não deve fazer parte desse mundo velho e hipócrita. Eu quero que você saia fora de toda a segurança, de toda a comodidade, toda a proteção. Faça do céu inteiro sua casa; seja um errante, um peregrino, para conhecer todos os mistérios e todos os segredos da vida. E não deixe sua vida ser um fenômeno sério e miserável, deixe-a ser uma alegre risada, uma brincadeira. Para mim, a autêntica religiosidade significa uma inocência de criança, um divertimento, uma sincera capacidade de rir. Então cada momento se torna tão preciso que você não cantará a canção da liberdade, você a viverá. Você não falará sobre a verdade, você a conhecerá... Você não cultuará Deus, você o encontrará onde quer que a vida esteja... em toda a existência.

Osho - O Novo Homem - Ed. Gente
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