Tenho pensado repetidas vezes, sobre o sentido de uma nova militância social, uma militância humana. Os mecanismos de alienação a que estamos submetidos são cada vez mais sutis, e isto obriga a uma reflexão em profundidade, capaz de fazer emergir ou revitalizar, formas de ação em prol de uma nova humanidade, de uma sociedade mais justa e fraterna, que nos façam superar os erros do passado.
O que poderia ser dito que não tenha o tom pedante de quem suponha ser dono de verdades? Talvez apenas reflexões, reflexões nascidas da necessidade de resgatar um dado do humano que se me figura valiosíssimo, qual seja, a vocação de se empenhar numa construção contínua e constante, de novas formas de existência social, superadoras da dominação e da opressão, da violência e da negação do outro.
Nada de receitas, não há novidades nisto. Via ontem com uns amigos um filme sobre a nova escravidão, a servidão moderna. É impossível não pensar que é preciso vir a campo com novas e mais eficazes formas de resistência ao capitalismo selvagem, à mercantilização de tudo e de todas as coisas, se quisermos viver uma vida com sentido, plenamente humana. Acredito no trabalho de formiga, nos movimentos sociais, que trabalham nas frestas da sociedade, nos pequenos grupos que somam, desde perspectivas plurais e diversas, pela melhora da condição humana, seu verdadeiro resgate, a sua plena e total ressignificação, à margem da coisificação materialista do nosso tempo.