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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

18 de abril de 2012

Enxertos de Nisargadatta Maharaj


Descarte tudo o que você não é e vá ainda mais fundo [na busca do auto-conhecimento]. Assim como um homem que cava um poço descarta tudo o que não é água, até que ele atinja o lençol, assim você também descarta tudo o que não é seu mesmo, até que nada reste que você possa abrir mão. Você descobrirá que o que sobrou não é nada no qual a mente possa se fixar. Você nem sequer é um ser humano. Você simplesmente é - um ponto de Consciência, co-extensivo ao tempo e ao espaço e além de ambos, a causa definitiva, não-causada em si mesmo. Se você me perguntasse 'Quem é você?' minha resposta seria: 'Nada em particular. E mesmo assim, Eu Sou.'

O que muda não é real, o que é real não muda. Agora, o que existe em você que não muda? Enquanto houver alimento, haverá corpo e mente. Quando o alimento cessa, o corpo morre e a mente se dissolve. Mas e o observador, perece? É uma questão de experiência atual que o Self tem sua existência independente da mente e do corpo. É existência-Sciência-bem-aventurança. Consciência de ser é bem-aventurança.

Dê toda a sua atenção à questão: 'O que é que me faz consciente?', até que sua mente se torne a questão em si mesma, e não possa pensar em qualquer outra coisa.

Primeiro realize seu próprio ser. Isto é fácil, porque o sentimento de 'Eu Sou' está sempre com você. Então, encontre a si mesmo como o conhecedor [aquele que conhece], separado do conhecido. Uma vez que você [re]conhece a si mesmo como puro Ser, o êxtase da liberdade é [o] seu.

Não diga: 'Todos são conscientes'. Diga: 'Há consciência', na qual tudo aparece e desaparece. Nossas mentes são apenas ondas no oceano da conSciência. Como ondas, elas vêm e vão. Como oceano, elas são infinitas e eternas. Conheçam a si mesmos como o oceano do Ser, o útero de toda a existência. Estas são metáforas, claro; a realidade está além das descrições. Vocês só podem conhecê-la, sendo-a.

Somos escravos do que não conhecemos; do que conhecemos somos senhores. Qualquer que seja o vício ou fraqueza em nós, que compreendamos e descubramos as causas e funcionamentos, nós as superamos pelo proprio ato de conhecer; o inconsciente se disolve quando trazido ao consciente. A dissolução do inconsciente libera energia; a mente se sente adequada e se torna silenciosa.

Aumente e alargue seus desejos, até que nada menos que a realidade possa preenchê-los. Não é o desejo que é errado, mas sua pequenez e estreiteza. Desejo é devoção. Por todos os meios seja devoto do real, o infinito, o coração eterno do ser. Sua aspiração de ser feliz está ali. Por quê? Por causa de seu Amor por si mesmo. De todas as maneira, Ame a si mesmo - sabiamente. O que é errado é Amar a si mesmo de maneira estúpida, de tal maneira que faça você sofrer. Indulgência é a maneira estúpida, austeridade é a maneira sábia. Uma vez que você tenha passado por uma experiência, não passar por ela de novo é austeridade. Descartar o desnecessário é austeridade. Não antecipar prazer ou dor é austeridade. Ter as coisas sob controle o tempo todo também é austeridade. O desejo em si mesmo não é errado. São as escolhas que você faz que são erradas. Imaginar que alguma pequena coisa - comida, sexo, poder, fama - vai fazer você feliz, é decepcionar-se. Apenas algo vasto e profundo com o seu ser real pode fazê-lo verdadeira e permanentemente feliz.

O buscador é aquele que está em busca de si mesmo. Logo ele descobre que seu próprio corpo ele não pode ser. Uma vez que a convicção 'Eu não sou meu corpo' se torne tão enraizada que ele não possa mais sentir, pensar ou agir para, e em benefício do corpo, ele descobrirá facilmente que ele é o ser universal, sabendo, agindo; que nele, e através dele, todo o universo é real, consciente e vivo. Este é o cerne do problema. Ou você é corpo-consciência e um escravo das circunstâncias, ou você é a consciência universal em si mesma - e [está] no controle de cada evento. Mesmo assim, consciência, individual ou universal, não é o meu verdadeiro lar; eu não estou nela, ela não está em mim, não há um 'eu' nele [no meu verdadeiro lar]. Eu estou [existo] além, apesar de não ser fácil de explicar como alguém pode ser [existir não sendo] nem consciente nem inconsciente, mas apenas além. Eu não posso dizer que eu estou em Deus ou que eu sou Deus; Deus é a luz universal e amor. A testemunha universal; eu estou [existo] até mesmo além do universal.

Nisargadatta Maharaj
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