Para entender a alienação, temos que descobrir aonde vai sua mais profunda raiz central — e entender que esta raiz nunca desaparecerá.
A alienação é inseparável da cultura, da civilização e da vida em sociedade.
Não é só uma característica de ‘culturas ruins’, de civilizações ‘corruptas’ ou da sociedade urbana.
Não é só um duvidoso privilégio de algumas pessoas na sociedade.
A alienação começa quando a cultura me divide contra mim mesmo, me põe uma máscara, me atribui um papel que posso querer desempenhar ou não.
A alienação é completa quando me identifico completamente com minha máscara, totalmente satisfeito com meu papel e convencido de que qualquer outra identidade ou papel é inconcebível.
O homem que transpira sob sua máscara, cujo papel lhe dá irritações desconfortáveis e que odeia essa sua divisão, já começou a ser livre.
Mas que Deus o ajude se ele apenas deseja a máscara de outro homem, só porque este não parece estar suando ou sentindo coceiras.
Talvez não ele seja mais suficientemente humano para sentir coceiras. (Ou então paga um psiquiatra que o coça.)
Thomas Merton (The Literary Essays of Thomas Merton)