A substituição de mão-de-obra humana por máquinas.
No cerne do sistema econômico está o mecanismo de trabalho por rendimento. Todo o nosso sistema econômico é baseado em seres humanos vendendo seus labores como uma mercadoria no mercado livre. Se os humanos não tivessem a opção de "trabalhar para seu sustento", o sistema monetário como conhecemos, acabaria.
Ninguém pode comprar mercadorias se não ganha dinheiro. As companhias não podem produzir se o consumidor não tem poder de compra algum...
Como John Maynard Keynes, em The General Theory of Unemployment, Interest and Money, aponta com desdém:
"Estamos sendo afetados por uma nova doença, sobre a qual alguns leitores podem ainda não ter ouvido falar, mas que certamente irão nos anos que estão por vir – a saber, o 'desemprego tecnológico'. Isto é, o desemprego causado por nossas descobertas de meios de economizar trabalho ultrapassando o ritmo no qual conseguimos descobrir novos usos para ele"
Embora políticos, líderes empresariais e proletários debatam acerca dos problemas que eles alegam serem os responsáveis pelo crescimento do desemprego mundo afora, como o outsourcing de companhias estrangeiras ou o trabalho imigrante, a verdadeira causa não está sendo abordada no debate público: o desemprego tecnológico.
Nas palavras do economista ganhador do Prêmio Nobel Wassily Leontief:
"O papel dos humanos como os fatores mais importantes na produção está fadado a diminuir do mesmo modo que o dos cavalos na produção agrícola foi primeiramente reduzido e depois eliminado com a introdução dos tratores."
Desde que o capitalismo mercantil é baseado na lógica de reduzir os custos
de entrada (incluindo os de mão-de-obra) para elevar os lucros, a tendência a
substituir força de trabalho humana sempre que possível por automação mecânica
é uma progressão natural na indústria. Afinal, uma máquina não precisa descansar,
não exige plano de saúde ou benefícios, e não faz parte de um exigente sindicato
trabalhista.
Uma rápida olhada nas estatísticas americanas de trabalho por setores definitivamente revela o padrão de automação mecânica substituindo a mão-de-obra humana. No setor agrícola, praticamente todos os processos tradicionais são agora executados por máquinas...
Os operadores de telemarketing foram quase que completamente substituídos por vozes eletrônicas que respondem a perguntas. Os caixas dos correios estão sendo substituídos por máquinas auto-serviço, enquanto que os caixas estão sendo substituídos por caixas eletrônicos...
Não há uma área sequer na indústria de serviços que não esteja sendo afetada pela automação computadorizada. Na verdade, se alguém pensasse criativamente sobre a aplicação da tecnologia que existe atualmente, mas não é ainda aplicada no setor de serviços, é fácil perceber como, quase que do dia para a noite, a maioria desses serviços poderia ser removido, a começar pelos caixas, garçons, e operadores de telefone.
O economista Stephen Roach alertou:
"O setor de serviços perdeu sua função com o desenfreado mecanismo criador de empregos dos EUA."
Onde está o novo setor emergente para empregar todos os desempregados quando essa transição ocorrer? De fato não há uma. Pelo menos não ainda. Embora existam muitos campos de especialização emergindo no reino das informações, eles são muitos limitados em suas habilidades de oferecer algo próximo a uma compensação pela vasta perda de empregos que está por vir.
E enquanto economistas se esforçam para criar modelos para lidar com esse problema de desemprego que quase não para, estendendo-se desde o apoio financeiro que o governo dá ao trabalhador (auxílio-desemprego) até noções modernas como o "imposto de renda negativo", a maioria se recusa a considerar o que é realmente preciso para prevenir o caos total neste planeta.
A solução não reside em tentar "consertar" os problemas que emergiram, mas sim está na hora de transcender o sistema como um todo. Porque o sistema de troca monetária, junto com o próprio capitalismo, está agora totalmente obsoleto em decorrência da criatividade tecnológica.
O MOVIMENTO ZEITGEIST
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