Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

11 de março de 2011

Isso! Força, que ta saindo....


Ter esposa e filhos é o principal fator de inserção de um homem no contexto opressor.

A partir de então, começa a ser exercido sobre ele um conjunto de forças com objetivo precípuo em dar provimento aos seus próximos (esposa e filhos).

Seus semelhantes deixam de ser seus ‘próximos’ e passam a representar o fardo de apenas estarem próximos.

Os únicos ‘próximos’ importantes ficam restritos ao raio dos que coabitam com ele. Os outros estarão, apenas geograficamente, ‘próximos’ enquanto ocuparem uma distância reduzida do seu corpo físico.

As ocorrências para além deste círculo, deste raio, perdem significado. Para eles, torna-se inconcebível – impossível de conceber, de compreender - o vínculo entre os conceitos incentivados dentro deste raio e os atos de violência ocorridos fora deste mesmo raio. Afinal, ninguém se sente confortável em refletir sobre as relações existentes entre um comportamento - oprimido e opressor - doméstico e a criminalidade, ou a corrupção, deteriorante da sociedade.

A cada dia, cresce o apoio recebido dentro deste núcleo familiar. Um núcleo servidor das instituições estabelecidas. Nada fora do estabelecido desperta interesse. Fica estabelecida a necessidade de trazer para casa suprimentos alimentares. Fica estabelecida a necessidade de providenciar transporte, escola, lazer, etc.; a todas as células do núcleo familiar, os seus únicos ‘próximos’. Algo como uma força nuclear vai sendo criada.

Os mantenedores deste núcleo vão sendo imbuídos e alimentados com uma vasta gama de condicionamentos, transformando-os em obedientes servidores de um sistema social mais vasto, mais devastador. Todo o núcleo familiar passa a servir, então, ao sistema social devassado e as células deste núcleo vão tendo sua natureza verdadeira do Ser represada, gradativamente pressurizada, para atender às exigências do entorno, até o ponto de uma explosão, ou implosão, nuclear.

É quando surgem, quando vem à tona, os casos de ruptura familiar. Sucumbe aquele que subestima o valor e o poder destas forças submersas. O subterrâneo ganha poder e força destrutivas proporcionais à demora para sua manifestação.

É de grande valia quando a cada célula é permitida e incentivada a expressão, natural e espontânea, de seus melhores potenciais. Sem nenhum esforço. Pois o que precisa de esforço para sair é insalubre.

Temos um ensinamento - e um exemplo inegável - em nossa própria natureza física: o único produto advindo de nossos esforços são os excrementos. Ou seja, se temos que fazer força, só sai MERDA!

Com exceção das muitas pessoas que sofrem de constipação intestinal, os outros são lembrados desta máxima quase diariamente.

Mesmo nestes constipados, torna-se fácil constatar o quanto antinatural é o modo de vida adotado por eles. Na maioria dos casos, precisam cumprir metas profissionais que, em última análise, não trazem nenhum benefício real referente ao aperfeiçoamento do mais humano em nós, nenhuma adição à nossa natureza mais humana. São obrigados a fazer esforços diários. Precisam fazer tantos esforços, com tão pouco tempo disponível, que mal sobra tempo para fazer força na única coisa que, em um organismo saudável, deveria exigir esforço mínimo para sair: A MERDA!

Liban Raach


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