Por Maurício A Costa*
"Vivemos mergulhados em dúvidas, questionamentos e inúteis conflitos tentando complicar algo tão simples como viver. Discutindo insignificantes detalhes, ignorando nossa própria ignorância, nos perdemos por caminhos que não levam a lugar algum, valorizando coisas sem valor. Até o dia em que descobrimos que a vida é apenas uma rápida viagem entre duas estações".
(Mauricio A Costa, em 'O Mentor Virtual II' - O Elo Invisível - Lançamento previsto em 2011).
(Mauricio A Costa, em 'O Mentor Virtual II' - O Elo Invisível - Lançamento previsto em 2011).
Enquanto escrevo este artigo, observo na tela do meu computador, imagens estarrecedoras de um país sendo parcialmente destruído por um devastador terremoto, e como se não bastasse, algumas cidades costeiras arrasadas por um tsunami de proporções gigantescas. O número de mortos e desaparecidos é impossível ser previsto. Milhares de seres humanos, sem a mínima chance de socorro, sendo ceifadas nessa catástrofe. Uma mudança drástica na vida de muitos, em fração de segundos. Sonhos destroçados, por conta de uma ligeira acomodação da crosta terrestre, nas profundezas marinhas.
O texto acima, poderia ser apenas uma cena de ficção do cinema americano, que aos poucos vai ficando famoso por propagar a violência e a destruição nas telas com seus efeitos especiais. Mas, na verdade, é a realidade acontecendo debaixo dos nossos olhos, de maneira aparentemente cruel, mas muito natural. Nada de artificial, sobrenatural ou fantasmagórico. Apenas a vida acontecendo de maneira extraordinária em todas as direções em que lançamos os olhos. Uma reciclagem perene, onde a destruição não é mais que uma fração de segundo de um processo de acomodação dos elementos que compõem o todo magnífico do qual somos parte.
Apesar de lamentar pelas vítimas dessa desproporcional catástrofe que assisto neste momento, me espanta muito mais a postura de muitos seres humanos que longe de tudo isso, fazem de suas maravilhosas vidas uma infinita tragédia, transformando pequenos desafios diários, inerentes à própria sobrevivência, numa sequência incompreensível de tsunamis. Alguns se entregam ao álcool, ou a drogas mais fortes, por conta de pequenos fracassos; outros à prostração que gera depressão motivados por perdas de amores ou posses, ignorando que não são proprietários de coisa alguma; apenas usuários temporários, pois não somos donos nem mesmo de nossos pensamentos. Esses apenas passam por nós; muito embora alguns se arvorem da vaidade de se julgarem criadores de conceitos ou teorias, quando não passam de meras antenas a captar a sabedoria universal e a reproduzi-las com novos formatos.
Diariamente em minha página no Facebook escuto dezenas de pessoas, aflitas, ansiosas, angustiadas e até desesperadas por coisas ínfimas. Sentem-se pequenas diante de desafios infinitamente menores que seu próprio potencial. Encolhem-se como lebres assustadas diante de um galho derrubado pelo vento, ao mais leve sinal de perigo. Atemorizam-se frente ao desconhecido, esquecendo que os maiores fantasmas com os quais nos defrontamos são aqueles que habitam as escuras cavernas de nosso subconsciente. O que vem de fora é mera construção dessa mente constantemente apavorada pela iminência de pretensas ameaças. Acovardam-se diante da solidão como se sua felicidade dependesse exclusivamente do outro, esquecendo que ao nos fortalecermos na batalha pessoal nos tornamos mais belos, mais atraentes e, consequentemente, nossa companhia se torna mais agradável e por que não dizer desejada.
Paulo, o apóstolo, escritor famoso de alguns livros da Bíblia, dizia: 'vosso corpo é o templo de Deus', sábia afirmação para mostrar que é em nós que reside toda força, toda sabedoria, e todo amor, capaz de 'mudar montanhas de lugar', de produzir a energia que necessitamos para enfrentar qualquer desafio. Tudo o que precisamos é apenas acreditar nesse poder interior que carregamos. No entanto, uma multidão de aflitos busca todos os dias, fora de si mesmos, respostas para angústias que sequer sabem identificar. Na verdade, mais preocupados com o dia de amanhã, que com a ventura de viver o presente.
Ao escrever O MENTOR VIRTUAL, tinha em mente o desafio de procurar transmitir essa confiança. Despertar valores latentes que pudessem servir de alavancas, nos processo de reflexão diária, e mostrar que a vida não é algo que acontece lá fora, no mundo das possibilidades e crendices. Ela é algo que pulsa com a mesma intensidade nas células de cada ser humano. Sem exceção. E neste sentido, de nada serve projetar a felicidade ou realização pessoal em futuro longínquo, em alguém que sequer conhecemos bem, ou nas conquistas materiais que poderemos alcançar. Tudo quimera. Perda de tempo para ser mais objetivo. O agora é nosso único patrimônio. É tudo que dispomos para proceder todas as transformações que pede nossa alma. Convém lembrar que, "Morremos um pouco cada dia em que deixamos morrer nossos sonhos. Eles são ecos do nosso mais profundo inconsciente, onde reside toda a essência daquilo que somos. A vida é movida pela energia do querer que em nós eles despertem". (Mauricio A Costa, em 'O Mentor Virtual II' - O Elo Invisível – Lançamento previsto em 2011).
Lamentavelmente, muitos estão colocando todos os seu sonhos em um porvir desconhecido e quiçá inalcançável. Espremidos entre culpas de um passado que não serve mais para nada, e a ansiedade de um futuro que não sabem se atingirão. Transformam, assim, a alegria que energiza e a paz que produz o insuperável estar bem, numa sequência de insatisfação, agonia e estresse, cujas consequências todos sabemos. É imperativo fazer ressurgir a criança que somos para atingir a plenitude da confiança em nós mesmos. Como diz Richard Bach, em seu singelo livro, ILUSÕES - As Aventuras de um Messias Indeciso: "Você é levado em sua vida pela criatura viva interior, o ser espiritual brincalhão que é seu ser verdadeiro" ... "A marca de sua ignorância é a profundidade da sua crença na injustiça e na tragédia. O que a lagarta chama de fim de mundo, o mestre chama de borboleta"... "Não existe um problema que não ofereça uma dádiva para você". (Record, Rio de Janeiro - 1977).
Conheci também, ao longo de minha vida, alguns empresários que angustiados, destroem precocemente suas vidas, devorados pela ânsia de poder e pela ganância desmesurada que os leva a frequentes tsunamis emocionais de consequências devastadoras. Vivem sob permanente efeito de angustiantes tensões a retirar-lhe o bom senso e a serenidade necessárias ao dia-a-dia de importantes decisões. Sem que percebam, transformam-se em arrogantes donos exclusivos da verdade e por conta disso, fecham os olhos aos sinais do universo à sua volta que o tempo inteiro conspira a seu favor. Para o guerreiro, todavia, tudo é ameaça. O mais leve movimento de uma folha ao sabor do vento é tomada como ameaça. Tudo necessita estar sob seu total controle. Ninguém mais é confiável. Todos se transformaram em inimigos. Enquanto isso, a vida se esvai lentamente.
O agora é o único cenário de todas as transformações possíveis; é nele que construímos pontes para o futuro, mas isso não nos garante que estaremos lá. A ponte é apenas o caminho. Nada deve nos assustar na natureza mais do que a inconsciência do quanto somos efêmeros. A plena consciência dessa brevidade nos faz compreender que não precisamos muitos para ser felizes. O pulsar da vida é tudo que precisamos.
*Maurício A Costa é Estrategista. Diretor da SUPPORT BRANDS, empresa de Estudos e Projetos para Alavancagem de Receitas e Rentabilidade, com foco no Pensamento Estratégico, Análise de Valor Agregado, Gestão e Licenciamento de Marcas.
É o autor do livro O MENTOR VIRTUAL. Está disponível sob consulta para palestras, seminários e workshop em Empresas, Universidades e Associações.
Contatos: mauriciocosta@uol.com.br
Fonte: MARCAS FORTES