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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

4 de maio de 2011

Não conhecemos o que é o amor

No espaço que o pensamento origina ao redor de si mesmo não existe amor. Este espaço separa o homem dos outros, e nele está todo o vir a ser, o conflito da vida, a angústia e o medo. Meditação é o fim deste espaço, o fim do eu. Assim, a relação tem um significado muito diferente, pois naquele espaço que não é produzido pelo pensamento, o outro não existe, pois você não existe. Assim, meditação não é a busca por alguma visão, embora seja consagrada pela tradição. Mais exatamente é o espaço eterno onde o pensamento não pode entrar. Para nós o pequeno espaço produzido pelo pensamento ao redor si mesmo, que é o eu, é extremamente importante, porque isto é tudo o que a mente conhece, identificando-se a si mesma com tudo o que está nesse espaço. E o medo de não existir nasce nesse espaço. Mas na meditação, quando isto é compreendido, a mente pode penetrar numa dimensão de espaço onde a ação é inação. Nós não sabemos o que é o amor, pois no espaço produzido pelo pensamento em torno de si mesmo na forma de um eu, o amor é conflito entre o eu e o não-eu. Este conflito, este tormento, não é amor. O pensamento é a própria negação do amor, e não pode entrar nesse espaço onde o eu não está. Nesse espaço se encontra a bênção que o homem procura e não pode encontrar. Ele a procura dentro dos limites do pensamento, e o pensamento destrói o êxtase desta graça divina. Não conhecemos o que é o amor.

Krishnamurti - Meditations, 1969
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