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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

15 de maio de 2011

Ser bom

Há algo de sadomasoquismo na bondade. A bondade implica em ceder de si para outra pessoa que tenha necessidade. A falta do necessário pode levar ao sofrimento. Portanto, o sofrimento alheio está implícito na bondade.

Quem acredita ser bom precisa que o outro esteja sofrendo.

Quem é autor de um ato de bondade sincera obtém inegável alegria e alívio de seus próprios sofrimentos. Vive um momento de intensa sensação de consolo e amparo, comparável a um flash de iluminação. Em prol destes instantâneos iluminados, tende a repetir estados mórbidos.

Um ato bondoso provém de quem gosta de sofrer. Portanto, ‘bom’ é aquele que gosta de sofrer e precisa do sofrimento alheio.

Não é esta a prerrogativa máxima do sadomasoquista?

Enquanto existir dor e sofrimento entre a humanidade, haverá sadomasoquistas... haverá bondade!

Liban Raach

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