Sócrates passava seus dias em Ágora (uma mistura de feira livre com ponto de encontro, por onde circulavam tanto pessoas comuns quanto os líderes da sociedade) questionando as crenças das pessoas e desafiando-as a defendê-las. Como o filósofo ateniense tinha acesso aos grandes líderes locais, em seus questionamentos, teve a triste constatação de que havia inconsistências na vida dessas pessoas que nem de longe pareciam existir, de modo que, seguir estas pessoas sem questionar os seus motivos era algo temerário. Por isso, Sócrates procurava (mesmo sendo um chato) incentivar as pessoas a pensarem por si próprias e a defenderem as suas crenças, pois para ele, a chave para a liberdade era o pensamento lógico, que proporcionaria às pessoas maior autonomia.
Esse é o ponto! Os abusos acontecem porque as pessoas se deixam conduzir sem questionar. Elas não pensam. Deixam-se levar cegamente pelos ditames do “deus Mercado” e, quando se dão conta (se é que se dão conta), já estragaram seus corpos, suas mentes, seus relacionamentos, sua vida. E suas almas estão vendidas, sem vida.
Luiz Lima Monteiro