Foto: Andrea Zafra
O Outsider sente profunda urgência em se afastar dos costumes e práticas do burguês. Sente a necessidade de se manter alheio aos pensamentos, costumes e opiniões do mundo burguês, uma vez que este valoriza as coisas com as quais o Outsider não se vê atraído. Enquanto o burguês sente a necessidade de ter um lugar onde se estabilizar, o Outsider sente uma espécie de horror a um lar estável, fixo, e, assolado por uma inquietude nômade, sente o desejo de vagar pelo mundo, sem pouso. O Outsider é propenso ao ócio da vida nômade, com sua meditação contemplativa, a qual lhe confere uma acuidade na inteligência e na capacidade de juízo que raramente é encontrada no modo de vida burguês. Isto se dá pelo fato de que o Outsider, por meio de uma experiência passada, conservar a lembrança de um estado de bem-estar, de unidade e de felicidade, totalmente desconhecido do burguês, e é por este estado que sacrifica a comodidade e a idéia de segurança alimentada pelo burguês. A busca da consumação da felicidade propiciada pelo estado de ser experimentado no passado é um dos poucos motivos que anima o Outsider.