Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

18 de agosto de 2011

Feito batatas



Somos perecíveis feito batatas. O organismo físico, o corpo, do qual somos freqüentadores provisórios, é finito.
Enquanto nos acreditarmos circunscritos a este organismo finito, as sensações decorrentes são de aprisionamento. Tornamo-nos reféns do medo e da mentira.
Somos definidos pelos traços que conservamos em nosso exterior. O corpo contém traços definidos. Definem a nossa aparência. Mas a aparência não nos define. Ela é simplesmente a forma do organismo perecível, enquanto nós procedemos do indefinido. Preocupações exageradas em definir o corpo, em ter um corpo definido, servem para acobertar as indefinições da alma.
A indefinição é profundamente bela. Nela não cabem palavras... apenas um contínuo fluir.
Apresenta-se quando nos rendemos à certeza do indefinido. Quando nos rendemos às incertezas. Porque o render-se elimina, de imediato, qualquer intenção de combate. Elimina a vã competitividade tão profícua em conduzir a estados de guerra, estados de alerta por causa de ameaças iminentes, na maioria das vezes imaginárias.
Na luta entre a vida e a morte adquire vida quem se rende à morte. E toda necessidade de luta se esgota num lampejo. Extraordinariamente nítida se torna a invalidez de toda luta e de suas dores ou alegrias consequentes. Porque dizer que a dor é necessária para distinguí-la da alegria, para que possamos reconhecer a alegria, comprova a permanência na luta. Não é, ainda, o estado de rendição.
Quem se rende morre. Morre para as coisas do mundo. Vive pelo fluir da Vida.

Liban Raach
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Que bom que você chegou! Junte-se à nós!