Pra que mais? Por quem mais?
Sou o que sou,
sem ninguém a me acrescentar,
sem ter a ninguém em decréscimo.
Se passei por desditas?
Ohh.. e quantas... perdi as contas.
As piores aconteceram quando sobrava muito
depois de todas as contas pagas:
sobrava dinheiro, sobrava conforto, sobrava entretenimento, sobrava trabalho
e eu, também, sempre sobrava...sempre estava na sobra.
Troquei toda a abundância antiga
por um ralo prato de sopa e um buraco pra estar...
Eu, morador de um enorme sobrado,
que sobrado estava,
não mais precisarei sufocar com os restos de mim.
Liban Raach