Nenhum homem purificado pelo conhecimento da verdade sobre
si mesmo se sente ofendido por atos, palavras ou opiniões injustas dos outros,
porque sabe que essas ofensas não atingem o seu verdadeiro Eu Divino, senão
apenas o seu falso eu humano. Sabe que nenhum mal que outros lhe fazem lhe faz
mal, porque não o faz mau.
Se alguém ofende o paletó ou a blusa que visto, não me
ofende a mim, porque eu não sou o paletó nem a blusa; isto é algo que eu tenho,
mas não o que eu sou. Da mesma forma, quem ofende o ego da minha persona – que quer
dizer “máscara” – não me ofende a mim, porque eu não sou essa máscara da
personalidade. Eu sou a minha Divina individualidade, que é absolutamente
invulnerável pelo lado de fora, pelas adversidades da natureza ou pelas
perversidades do homem! Quem me pode ofender é só aquele que está do lado de
dentro, isto é, o meu ego humano. Quem vulnera o Eu é o ego; quem peca contra a
Divina individualidade do Eu é a humana personalidade do ego.
Huberto Rohden
(Extraído de “O Sermão da Montanha”, pág. 88)