Por
trás dos feitos tidos por pessoais, sejam feitos dignos de aplauso ou os
reprováveis, há algo de impessoal... algo de ardentemente impessoal...
Algo
tão ardente, tão rico de sentidos para nossa vida, que tendemos a desejar que
seja nosso, a desejar sermos proprietários deste algo.
Mas,
como a água escorre por entre os vãos dos dedos da mão ao tentarmos agarrá-la,
assim também este ‘Quê do Eterno’ se afigura fugidio ao tentarmos capturá-lo,
ao tentarmos estagná-lo em forma de uma propriedade exclusiva nossa. É, então,
que se perde a conexão com o Indefinido e tem início a luta... a ingrata luta
na mesmice cotidiana pela afirmação de nossa legitimidade enquanto proprietários
enjeitados.
Tão
logo nos recolhemos ao nosso papel insípido, somos – renovadamente – acolhidos por
esta magnânima água cuja natureza é passar de mão em mão, de coração em coração. Simples assim...
LibaN
RaaCh