Praia da Barra do Sahy, manhã de céu azul, com poucas nuvens somente sobre a enorme serra. O vento sobra do mar em direção a praia onde poucas são as famílias.
A mente é profundamente influenciável a estímulos externos, através dos quais, quando não estamos atentos, desencadeiam infinitas manifestações de ansiedade, manifestações estas que são resultantes de um processo de projeções mentais ilógicas que se dão na ponte do tempo formada pelo passado e o futuro. No aqui e agora, toda tentativa de instalação de ansiedade, de conflito, se desfaz. Esse aqui e agora é o estado de presença que se faz consciente de tudo que é, do que é real. Esse estado de presença, esse aqui e agora é o que separa o trigo do joio, o verdadeiro do falso. Esse aqui e agora é o estado de presença consciente que testemunha todo movimento mental no tempo. Esse movimento mental no tempo, com sua origem nos estímulos externos é que causa toda manifestação de ansiedade, de desejo, de vir-a-ser, de insegurança, de letargia, do conflito que nos encerra em nossa ilusória consciência de nós mesmos. Esse movimento mental cria uma "cela" isolacionista que nos impede de vivenciar de forma holística, tudo que se apresenta diante de nós. Quando vitimados por essa identificação com o movimento mental, toda forma de somatização pode se fazer manifesta. Quando, por nossa desatenção, perdemos o contato consciente com esta presença que nos habita e na qual somos, toda forma de insegurança temporal se manifesta.
Nelson Jonas Ramos de Oliveira