São seis crianças, todas com não mais que cinco anos de idade. Há nelas uma espontaneidade contagiante. Há um estado de entrega e de comunhão livre de qualquer expectativa de retorno. Há um profundo estado de presença e alegria, ali há felicidade e liberdade. Elas não tem consciência do perigo, da morte, de Deus, de raça, de etnia, muito menos de classe social. Elas só vivem a alegria de ser junto às rasteiras ondas do mar. Para elas, tudo é uma festa, seja na água, ou no buraco raso que juntas cavam na areia para cobrir o corpo de uma delas. Elas são feliz no simples, com o natural. Enquanto nós, adultos, pensamos sobre o viver, elas, de fato, vivem.
O triste é saber que não será sempre assim. Logo, por influência dos adultos, perderam sua inocência, perderam sua espontaneidade. Logo estarão preocupadas com suas posturas, com as posturas dos demais, com suas poses, seus comportamentos, suas roupas, suas peles, suas aparências... Logo, logo, suas coleções de complexos objetos inanimados, serão mais animados do que a simplicidade da natureza.
Nelson Jonas Ramos de Oliveira