Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

16 de abril de 2011

Campanha do desarmamento

veddenta

Fica estabelecido que todos, a partir de agora, entregarão suas armas ao poder público.

Que todos, pois, entreguem todas as suas armas.

Que fiquem destituídos de toda atitude armada.

Entreguem o carro para, quando o outro nos der uma fechada no trânsito, não tenhamos que disparar vociferadas palavras de baixo-calão.

Entreguem o cargo na empresa, para que não haja mais a violência da exploração do empregado pela chefia, e da chefia pelos supervisores, e dos supervisores pelo presidente, e do presidente pelas ‘regras de mercado’.

Entreguem os filhos, para que o ‘instinto de cria’ não transforme os pais em feras desprovidas do sentimento de que todos somos filhos de uma mesma humanidade, e para que não transformemos nossos filhos em continuadores desta desumanidade que corre, desenfreadamente, pela vitória.

Entreguemos a nós mesmos, que temos tanta voracidade em apedrejar o criminoso, como se isto houvesse de extinguir nossas sombras.

Nestes tempos tão sedentos de sangue e justiça, pela prosperidade da injustiça à custa de sangue (sangue dos doentes que alimentam a indústria da enfermidade, dos quais fazem parte conglomerados farmacêuticos, planos de saúde, hospitais, órgãos do estado e maus profissionais da área) faz-se urgente assumir a postura da ‘entrega que integra’, ao invés da ‘entrega que emprega’. Estamos vivendo uma época onde presenciamos o sacrifício de si mesmo em nome de uma 'carteira assinada'. Onde entregar-se a um emprego é crivar de pregos mãos e pés, coração e ideais.

Liban Raach
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