Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

10 de julho de 2011

Livres do Pensamento Mágico

Na civilização ocidental, o desenvolvimento dos meios de comunicação coletiva intensificou a influência da pressão das massas, tanto sobre nossos preconceitos quanto sobre a imparcialidade do nosso pensamento. Vivemos num mundo de ruídos constantes, que nos aprisionam o espírito, mesmo quando não o percebemos.

Já temos em nossa sociedade o problema da voz solitária, que prega no deserto. Estou convencido de que há, entre nós, muitos homens sábios cujos ensinamentos nos auxiliariam a corrigir, em nosso pensamento, o que é produto do delírio. Mas suas palavras de sabedoria são abafadas pelo excesso de ruídos de todos os lados. Em nossa sociedade, o homem não pode mais comunicar simplesmente sua sabedoria e seus conhecimentos; para ser ouvido, tem que anunciá-los e fortalecê-los com o poder do megaciclo e dos rótulos oficiais. É preciso que haja, por trás dele, uma organização, para garantir que ele falará na hora exata em que haja ouvintes para receber sua mensagem. E se ele não tiver, ainda, um título reconhecido e um diploma, suas palavras serão perdidas. 

Corrigir o delírio das massas é uma das tarefas mais difíceis da democracia. Democracia pressupõe liberdade de pensamento e isto significa que ela exige, para cada cidadão, o direito de experimentar todas as formas de emoção coletiva e de pensamento coletivo. Essa prova só é possível quando se estimula constante autocritica, pessoal e coletiva. A democracia precisa enfrentar a tarefa de preservar a mobilidade do pensamento a fim de se libertar dos temores cegos e da magia. O combate e o entrechoque de opiniões variadas, característicos da democracia, não produzem diretamente a verdade, mas preparam-lhe o caminho. 

Nesse mesmo momento, o mundo todo dança em torno de um delírio; a ideia mágica de que o poder material e militar colocada por trás de um argumento aproxima-nos da verdade e da segurança. No entanto, se se apertar um botão, toda a massa de armas atômicas pode levar-nos ao suicídio mútuo. 

Num mundo de penamentos bélicos e contraditórios de delírios, a solução reside na demarcação dos pontos de conflito, na tomada de consciência das posições de cada um. Esta concordância a respeito daquilo em que discordamos, é o primeiro passo para a compreensão. 

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