Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

31 de julho de 2011

A falácia dos rótulos


De que vale ao homem andar com "o" carro do ano, com a moda do momento, o último modelo de celular, ser portador dos mais variados tipos de lançamentos — seja lá de qual área — se em sua mente, de forma 100% inconsciente, ferrenhamente se apega a valores seculares destituídos de real valor? Para que servem esses valores que sustentam como sagrados, se os mesmos limitam sua originalidade, sua autenticidade, sua capacidade de ver a vida por si mesmo, sua capacidade de livre expressão, sempre tolhidas pela doentia necessidade de ajustamento, de conformismo e de uma aparência de respeitabilidade? De que vale ter todo esse aparato tecnológico de ponta, — quase sempre criador de uma escravidão que torna a mente preguiçosa e tacanha — se tais aparatos em nada apontam para a formação de uma "mente de ponta", uma mente livre em si mesma, não condicionada, não ajustada, não limitada por tais arcaicos valores?... De que vale tudo isso? De que vale ao homem se manter preso a uma falsa respeitalibilidade, cuja essência, cuja base se encontra na hipócrita perpetuação das aparências que em nada condizem com a Realidade dos fatos, internos e externos, em que vive e que o faz refém dos peculiares e disfarçados medos de que tal realidade fragmentada, possa ser exposta a luz da Verdade, tanto diante dos outros como de si mesmo? Que referencia real pode existir entre o verdadeiro amor, o verdadeiro respeito e esses desgastados rótulos socialmente praticáveis — Sr., Sra., mamãe, papai e outros tantos? Desde quando a palavra pode substituir o real sentimento? O sentimento real, não necessita de palavras. Só as aparências, precisam das palavras. E quem vive das palavras, quem vive das aparências, na verdade, não vive: só aparentemente, existe!

Nelson Jonas R. de Oliveira


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