Conhecemos o mundo exterior das sensações e dos atos, mas sabemos muito pouco de nosso mundo interior de pensamentos e sentimentos. O propósito principal da meditação é tornar-nos conscientes de nossas vida interior e familiarizar-nos com ela. O último propósito é alcançar a fonte da vida e da consciência.
Incidentalmente, a maestria na meditação afeta profundamente nosso caráter. Somos escravos do que não conhecemos e mestres do que sabemos. Qualquer vício ou debilidade que descubramos em nós, e o compreendamos em suas causas e mecanismos, será vencido pelo mero fato de os conhecer; o inconsciente se dissolve quando é trazido ao consciente. A dissolução do inconsciente libera energia; a mente se sente suficiente e torna-se quieta.
Quando a mente está tranquila, chegamos a conhecer-nos como a pura testemunha. Nós nos retiramos da experiência e do experimentador, e nos mantemos aparte na Consciência pura, a qual está entre eles e além dos dois. A personalidade baseada na auto-identificação, em imaginar-se que se é algo "eu sou isto, eu sou aquilo" continua, mas como uma parte do mundo objetivo. Sua identificação com a testemunha é imediata.
Nisargadatta Maharaj