Vocês têm que ter este extraordinário sentimento, esta sensibilidade a tudo – ao animal, ao gato que caminha pelo muro, à falta de asseio, à sujeira, à imundície dos seres humanos na pobreza, em desespero. Vocês têm que ser sensíveis – o que é sentir intensamente, não em uma direção particular, que não é uma emoção que vem e vai, mas que é ser sensível com seus nervos, com seus olhos, com seu corpo, seus ouvidos, com sua voz. Vocês devem ser completamente sensíveis todo o tempo. A menos que você seja assim completamente sensível, não há inteligência. A inteligência vem com sensibilidade e observação.
A sensibilidade não vem com informações e conhecimentos infinitos. Vocês podem conhecer todos os livros do mundo, podem tê-los lido, tê-los devorado; vocês podem ser familiares a todo autor, podem saber todas as coisas que foram ditas, mas isso não traz inteligência. O que traz inteligência é essa sensibilidade, uma total sensibilidade de sua mente, tanto consciente quanto inconsciente, e do seu coração com suas extraordinárias capacidades de afeto, simpatia, generosidade. E com isso vem esse intenso sentimento, sentimento pela folha que cai de uma árvore com todas as suas cores mortiças e a sujeira de uma rua imunda – vocês têm que ser sensíveis a ambos; vocês não podem ser sensíveis a um e insensíveis ao outro. Vocês são sensíveis – não meramente a um ou a outro.
Krishnamurti