A causa geral de nossa debilidade, das nossas limitações, dos nossos   erros, está na identificação, já mencionada, do nosso "eu" empírico, da nossa   consciência ordinária, com os seus diversos conteúdos, com as idéias, os   sentimentos, as paixões, os impulsos que a invadem. Esta identificação,   expressa na afirmação: "eu sou isto", produz a aceitação passiva daquele   conteúdo e, conseqüentemente, a subserviência ao mesmo. Se alguém, por exemplo,   diz: "estou irritado", adere à ira, identifica-se com a ira, deixa a ira agir   nele. Se, ao contrário, diz: "Está surgindo em mim um movimento de ira",   não se identifica com a ira, mas percebe que aquele é um "estado da mente"; que   há duas forças presentes: o Eu vigilante e a ira. O Eu vigilante, sábio do   seu poder, do seu domínio, pode domar, disciplinar, transformar a ira. 
Dr. Roberto Assagioli