Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

26 de maio de 2012

Diga não ao escapismo místico

Há uma diferença fundamental entre o escapismo místico e o altruísmo místico. No primeiro caso, o homem está interessado apenas em conseguir sua própria realização, e ficará satisfeito em parar por aí os seus esforços; no segundo caso, ele tem o mesmo objetivo, mas tem também a aguda aspiração de fazer com que suas realizações, uma vez materializadas, estejam disponíveis para o serviço da humanidade. E pelo fato de tão profunda aspiração não poder ser armazenada por muito tempo para esperar essa materialização, ele até sacrificará parte do seu tempo, do seu dinheiro e energia para fazer o que puder, ainda que pouco, para iluminar os outros intelectualmente. Até mesmo se isso significasse nada fazer além de tornar o conhecimento filosófico mais acessívelas às pessoas comuns do que o foi no passado, já seria suficiente. Mas ele pode fazer muito mais do que isso. Ambos os tipos reconhecem a necessidade indispensável de se retirar deliberadamente da sociedade e de se isolar de suas atividades a fim de obter o recolhimento necessário para atingir intensidade de concentração, refletir sobre a vida e estudar livros místicos e filosóficos. Mas, enquanto o primeiro faria do isolamento algo permanente e vitalício, o segundo faria dele algo temporário e ocasional. E, por "temporário", queremos dizer qualquer período que vá de um dia a vários anos. O primeiro é um habitante da torre de marfim do escapismo; o segundo é meramente seu visitante. O primeiro só pode encontrar felicidade na solidão, e deve retirar-se da perturbadora vida da humanidade para consegui-la; o segundo busca uma felicidade que permanecerá firme em todos os lugares, e faz daquele retiro apenas um meio para atingir esse fim. Cada um tem o direito de seguir seu próprio caminho. Mas numa época como a atual, em que o mundo todo está sendo convulsionado e a alma humana agitada como nunca antes, acreditamos pessoalmente que é melhor seguir o caminho menos egoísta e mais compassivo. 

Paul Brunton
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Que bom que você chegou! Junte-se à nós!