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Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

7 de maio de 2012

Perigo: gente tóxica!

Como reconhecer e evitar a convivência com essas figuras

DOMINIQUE LIMA
CORREIO BRAZILIENSE/DC

Há quem seja capaz de tornar ruim a vida dos outros. Saiba
como reconhecer e evitar a convivência com personalidades
difíceis, capazes de contaminar ambientes e destruir relações
Cuidado, pessoas podem ser agentes nocivos à saúde. Há personalidades destrutivas por toda parte, que atingem não só a si próprias, mas quem estiver por perto. Inseguros, mal-humorados, medíocres, grosseiros, arrogantes, mentirosos, entre várias outras características perigosas, estão à solta e prometem acabar com a tranquilidade e saúde de qualquer um que não estiver atento. Muitos, como os falsos e os psicopatas, farão de tudo para disfarçar suas más intenções. Outros, como os que se queixam em demasia e se sentem eternamente vítimas, tendem a acabar com o dia dos demais e nem percebem o quanto afetam a vida alheia.

O importante, então, é prestar atenção aos indícios para descobrir quem nos faz mal e se preparar para enfrentá-los ou afastá-los, quando necessário.

– Uma pessoa só agride se a outra aceitar. À medida que você coloca limites, o agressor começa a mudar – destaca a psicóloga Sílvia Cristina Guirado.

Igualmente importante é perceber alguns sintomas dessa toxicidade em si mesmo. Essa tarefa é ainda mais difícil e exige um bom nível de autoconhecimento e força de vontade para mudar de rumo.

Para enumerar os tipos de pessoas nocivas que conheceu ao longo da vida, o psicólogo argentino Bernardo Stemateas, também sexólogo e teólogo, escreveu o livro Gente Tóxica: Como Lidar com Pessoas Difíceis. Ele descreve 13 personalidades problemáticas e as técnicas para se esquivar delas. Para a psicóloga Sílvia Cristina Guirado, que leu o livro a pedido da reportagem, todos os tipos têm em comum a falta de limites.

– São pessoas que crescem achando que todos no mundo devem satisfazer seus desejos, têm baixa tolerância à frustração e não compreendem que seus direitos acabam quando começam os do outro – explica.

Personalidades difíceis

Dos 13 perfis de problemáticos citados no livro Gente Tóxica, cinco são apontados por especialistas como os mais comuns. É possível encontrar pessoas à sua volta com essas características, talvez de mais de um tipo. E é ainda provável se reconhecer como uma delas. Confira a lista descritiva e dicas de como lidar com eles – ou consigo mesmo:
O chefe autoritário
– Como reconhecer: Acredita que está acima dos outros como um ser supremo, que só ele tem o conhecimento e querem derrubá-lo. Sua vontade só será cumprida se for intransigente. Ele não guia, repreende.

– Poder de toxicidade: Sua capacidade de machucar o outro é muito alta porque se encontra numa posição de superioridade, mesmo que a use de forma indevida. Desqualifica quem está sob seu comando. E o subordinado se sente limitado pela necessidade de se manter no emprego.

– Como evitar: Se controlar o chefe está fora de cogitação, é preciso reavaliar se vale a pena aguentar a humilhação e o assédio.

– Existem outros empregos, mas saúde mental é única – diz a psicóloga Sílvia Guirado. Se não puder sair, deve-se tentar achar outro posto. O que não dá é aceitar os maus-tratos.

–  Como não ser: Ao pleitear uma função de chefia, pense na razão pela qual pretende o cargo. Se for apenas para ter uma nomeação a mais e aumento de salário, considere novamente. Um chefe precisa saber dizer tanto críticas quanto elogios e ter autoconfiança para levantar o moral do resto da equipe em tempos de crise.
O joga-culpa
– Como reconhecer: São profissionais na arte de transferir para quem quer que seja a pesada culpa que carregam por tudo que deu errado em sua vida. São cheios de autopiedade e adoram frases como “você acabou com a minha semana”.

– Poder de toxicidade: É possível que o discurso dele crie a vontade no outro de se desculpar por tudo. O joga-culpa transfere as responsabilidades de suas escolhas para quem está à sua volta. A manobra é mais perigosa para quem não percebe a manipulação.

– Como evitar o contágio: Quem quer sempre agradar é o alvo preferencial de quem transfere responsabilidades. Quem faz mal a alguém deve pedir desculpas e parar de se punir.

– Como não ser: Se acredita que o mundo não o deixa ter o que quer e que não vale a pena tentar alcançar seus objetivos, reflita. Reconhecer as consequências do que fez vai proporcionar o início de uma mudança
O orgulhoso
– Como reconhecer: Acredita que é perfeito, incapaz de errar ou tomar más decisões. Tem autoestima exageradamente alta, que vai além do orgulho natural de ser reconhecido pelo mérito. Fica cego para as qualidades alheias e para os próprios defeitos. Suas frases preferidas são “se não estou, isso não vai funcionar”, “se vou embora, minha família afunda”, “não faça de outro jeito porque assim já deu certo”.

– Poder de toxicidade: O orgulhoso se torna uma pessoa medíocre porque não tenta melhorar. Seu enorme ego acredita já estar no topo da cadeia evolutiva, então não se esforça para conquistar mais nada.

– Como evitar: Quem sente orgulho não precisa ser incentivado a todo momento. Normalmente é o único que não percebe o quanto seu excesso de confiança o atrapalha. Não se sentir reprimido pelas críticas dele é muito importante para não deixá-lo tomar conta da situação.

– Como não ser: Ter a mente aberta para o potencial de melhorar é o maior passo para o orgulhoso. Descer do trono e se juntar aos que sofrem, mas também são premiados com frequência, é mais fácil e mais gratificante que olhar tudo do alto. É preciso se dar espaço para crescer, reconhecer os erros, questionar.
O invejoso
– Como reconhecer: Aquele que faz longas descrições desdenhosas sobre como o chefe está bem de vida ou o namorado de alguém é lindo e talentoso. É capaz de listar todas as conquistas do objeto de sua inveja. Gasta enorme tempo e energia maquinando formas de provar que o outro não merece o que tem. Isso acontece por conta da falta de autoestima, que o impede de acreditar na sua capacidade de conseguir o que quer. Sua atitude se evidencia nas expressões “o que falo não é para criticá-lo, mas…” ou “não digo isso para o seu mal, no entanto…”.

– Poder de toxicidade: O invejoso faz de tudo para diminuir a felicidade do outro. Dirá coisas negativas a respeito de quem inveja e deixará de ajudar ou tentará atrapalhar na primeira oportunidade. Consegue fazer quem está à sua volta se sentir mal pelo sucesso que conseguiu.

– Como evitar: Trabalhar a autoestima de uma maneira sadia não só diminui a inveja de quem sente, mas impede que o objeto da inveja seja atingido. Quem mais sofre na mão dos invejosos são aqueles que precisam da aprovação dos outros. Como quem sente ciúme doentio é incapaz de reconhecer o mérito de outra pessoa, ele atingirá em cheio aqueles que necessitam da bajulação alheia.

– Como não ser: Não existe inveja sadia. Por isso, ao reconhecer essas características em si, é preciso desviar o foco. Ao pensar na vida dos outros, exercite a prática de voltar a centrar-se em suas possibilidades e planos. Ao se comparar com os demais, pense em aprender com o processo que os levou onde eles estão.
O queixoso
– Como reconhecer: A rotina do queixoso se resume a encontrar motivos para reclamar. Para ele, se a chuva incomoda, o sol também traz problemas. Ele duvida que qualquer circunstância possa acabar bem e tem a mente fechada para alternativas aos seus planos. Perde seu tempo pensando nas dificuldades pelas quais já passou.

– Poder de toxicidade: O queixoso suga as energias e a disposição de quem está por perto. As reclamações vêm em quatro tipos frequentes. A queixa ociosa é feita em cada detalhe de seu dia-a-dia. Há também a queixa esporádica, feita de vez em quando, na esperança de que o problema se resolva sozinho. A queixa como esporte é a que funciona em ciclos: uma reclamação leva a outra. E há ainda a queixa viciosa, que se repete até que a considerem natural e deixem de ajudar.

– Como evitar: Queixas são como ervas daninhas, crescem com o menor incentivo e sem ele deixam de acontecer. Por isso é proibido concordar com um queixoso ou as reclamações se multiplicarão. E nunca tentar solucionar o problema por ele – problema esse que, muitas vezes, nem existe.

– Como não ser: Antes de reclamar de qualquer situação, pense antes na razão da queixa.
Fuja desses também!
– Desqualificador: Demonstra desprezo pelas qualidades do outro. Isso acontece para se sentir melhor. Sua autoestima é baixa, seja por perfeccionismo ou falta de confiança. E precisa demonstrar aos outros que é melhor.

– Agressor verbal: Exímio em cada discurso que faz, o agressor é mordaz, intimidador e ofensivo. Sente prazer em atingir e humilhar. Adora dizer não, mas precisa fazê-lo em longos sermões. É sarcástico e grosseiro.

– Falso: Vive sob duas condições: ser e pretender ser. Inseguro, mente a respeito de si para esconder as dúvidas sobre quem é. Prefere criar personalidades para agradar ou intimidar a se autoconhecer.

– Psicopata: É excelente na mentira e na enganação. Destaca-se pelos objetivos sórdidos, como arruinar outra pessoa. O psicopata não sente culpa nem angústia. É um dos tipos mais perigosos por conta da dificuldade de reconhecê-lo antes que ele já tenha feito sérios estragos.

– Medíocre: Não consegue se esforçar para sair de uma situação na qual se acomodou. Ressente-se da vida e de quem convive com ele. O motivo de suas frustrações é o medo, que o impede de se arriscar.

– Fofoqueiro: Com talento para criar histórias, gasta seu tempo inventando rumores sobre os outros. Nunca fala sobre si, mas conhece detalhes da vida alheia.

– Neurótico: Pessoa com alterações psicológicas que é, em geral, perfeccionista, conflituosa, agressiva, inibida, inteligente, extremista, egoísta e infantil.

– Manipulador: Estuda pessoas em busca de sua vulnerabilidade. Usa quem é dependente e crédulo. Faz o outro se envolver, buscar sua aprovação para, enfim, o deixar à sua mercê e, assim, fazê-lo se sentir mal.
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