Aviso aos navegantes

Este blog é apenas uma voz que clama no deserto deste mundo dolorosamente atribulado; há outros e em muitos países. Sua mensagem é simples, porém sutil. É uma espécie de flecha literária lançada ao acaso, mas é guiada por mãos superiores às nossas. À você cabe saber separar o joio do trigo...

11 de janeiro de 2012

Luz e Sombra

A Luz, quando está juntinha, bem no alto de nossa cabeça, projeta uma sombra abaixo e do tamanho da silhueta exata dos nossos pés.

Conforme a Luz ganha distância e inclinação, a nossa sombra aumenta de tamanho. Até o ponto extremo onde ela, a Luz, fica tão distante que nos resta, apenas, sombra e escuridão.

O que faz a Luz permanecer no alto de nossa cabeça e o que A faz se distanciar? Por que alguns são mais receptivos à Luz da Verdade do que outros? Como eu posso me tornar mais receptivo?

Existe uma – e somente uma – Verdade inconsútil e incorruptível, comum a toda a humanidade, independente de sua condição social, ou de sua opção em seguir determinado conjunto organizado de crenças?

Em existindo esta Luz da Verdade Única, onde está a ‘pedra de tropeço’ que restringe a plena assimilação Dela, uma vez que a sua assimilação parcial tem se mostrado insuficiente na construção e manutenção de uma disposição interna livre de conflitos, de relações livres de conflitos?

Sabemos que nossas disposições internas entram em conflito quando o interesse pessoal se depara com alguma contrariedade. Para a eliminação de todas as contrariedades são necessárias as eliminações de todos os interesses pessoais – pois não haverá contrariedade se não houver interesse a ser alcançado. A eliminação de interesses pessoais implica na eliminação  da pessoa por trás destes interesses. Eliminar a minha pessoa, que está por trás dos meus interesses, significa extinguir as referências sobre as quais foi montada a minha personalidade, extirpar a individualidade conhecida com o nome adotado em meu nascimento.

É o mesmo que dizer que eu me transformaria em um ente sem nome. Em um alguém sem nome. Em um ninguém...

Na eliminação do meu sofrimento está implícita a eliminação daquele que sofre, que sou eu – ou melhor – que é a concepção minha do que seja este ‘eu’. A eliminação deste ‘eu concebido’ conduz à morte. Esta é a lógica do suicida, a quem para além do ‘eu concebido’ resta o vácuo onde nenhum elemento subsiste... nenhuma substância contendo conflito e dor.

É possível existir... na vida... sem ser através deste ‘eu concebido’ que é a fonte de tantos sofrimentos e dissensões?

Sim. Possível é; porém, seria uma existência fadada ao incomum, ao ‘sui generis’. Uma existência fora do comum. Neste contexto único, tudo que se apresentasse ‘dentro do comum’ tornar-se-ia inconsistente e volátil. O volátil que se desfaz. O que, em nosso mundo, possuiria a característica de não se desfazer, nem mesmo pela ação inexorável do tempo?

Seriam os feitos do Amor... do Amor com letra maiúscula... que deixariam registros em dimensões não degradáveis.

Este é um Amor fora do comum, fora de concepções comuns, fora das concepções aceitas como normais, pois as aceitas como normais contém uma noção bastante vaga de ‘união estável’, enquanto a Verdade sobre este Amor – de dimensões não degradáveis – adota, como princípio, a estabilidade de uma ‘União’ para além desta mera noção genérica de amorzinho.

A dimensão não degradável está inacessível a elementos que sofrem a ação corrosiva e deterioradora do tempo, como são os elementos que compõem a estrutura das concepções sobre a minha pessoa. Enquanto estes elementos persistirem em existir, estarei proibido de entrar nesta dimensão.

Rompe esta proibição quem se cristaliza através do suave desvanecer das concepções sobre si mesmo, sobre quem se acredita como sendo este ‘eu’. Se a ruptura for brusca, o desequilíbrio se instauraria. Portanto, que seja suave... um desvanecer imperceptível de tão suave...

Posso não ter obtido, ainda, a suavidade e a cristalização necessárias ao ingresso definitivo naquela dimensão onde se manifesta a Luz da Verdade... O Amor de verdade... mas tenho a convicção de seguir dia-a-dia, noite após noite, dia-e-noite, em compasso irretrocedível!

LibaN RaaCh
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Que bom que você chegou! Junte-se à nós!