Quando a palavra empenhada e a presença física deixaram de ser suficientemente autênticas para que fosse necessário autenticá-las através deste explícito descrédito desaforado?
A simples exigência de uma autenticação em fotocópia já
evidencia o quanto as instituições depreciam a palavra dada, o quanto
depauperam o gênero humano, fato piorado com a exigência complementar de ‘firma
reconhecida’. Ficou a cargo de terceiros, desconhecidos, autenticarem como
verdadeiro o que está sendo afirmado pelos primeiros em função do pedido de
outros terceiros.
Vivemos cerceados por formalidades evocativas da
desconfiança mútua, provocativas de procedimentos ‘formais’ com o fito de
garantir e validar o cumprimento do que está sendo afirmado.
De nada mais vale uma conversa ‘olho no olho’,
principalmente porque nos falta a sensibilidade para reconhecer as verdades
enxergadas através do ‘olho no olho’. Há mais interesses em aplicar o ‘olho por
olho’ do que no constatar semelhanças através do ‘olho no olho’.
Como, quando e onde perdemos o elo de união com o
vizinho, o elo de união com quem se nos avizinha durante os trajetos que
percorremos diariamente, pouco importa, pois isto não restituirá o que nos
entrelaça a toda creatura viva.
Cingirmo-nos com o anelo da Unidade, da união com todos, livrando-nos
dos temores pessoais escondidos debaixo da superfície da desconfiança mútua, o
mais compenetrado recolhimento – beirando ao transe do êxtase meditativo –
urge!
Ninguém, senão nós mesmos, podemos prestar socorro nesta situação
emergencial em que estamos inseridos.
LibaN RaaCh